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quarta-feira, 30 de março de 2011

Portugal "à rasca" (em apuros)

Isto está preto

Este é um poema todo em preto
só sombra, negrume, só trevas sem luz.
Escuro como bréu e em forma de soneto,
um soneto enfiado num capuz.

Interior de caixão, cárie, bemol,
universo de furão, carvão num silo,
cor de entranha onde não brilha o sol,
tão preto como o sovaco dum grilo.

Preto como quando há nuvens, depressão,
e por isso se diz neste soneto
repetidas vezes, preto preto preto.

Preto como quando não há solução,
cor do futuro visto do presente
independentemente da geração.

(Poema pedido pelo Carlos para o dia de hoje, o dia dos “à rasca”)
http://almeidapoetasemassunto.blogspot.com/

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