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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

V Bélgica

Volto aos mini itinerários de viagens, só para chegar na "Boa Idéia" (51) posts em Julho...
"Bruxelas, a Grand Place-Gross Markt, Lewen, o Gross Markt, Liège, em torno de Guillmins, Huy, a ponte e o Castelo, Gant, Bruges, Antuérpia, os judeus lapidadores, as fábricas da Prayon em Engis, beira do Meuse, e em Ruisbroek, canal de Puurs. Tudo é fluvial, tudo é limpo (quando fui pela primeira vez as diferenças eram muito maiores, hoje considero São Paulo, digam-se os bairros "ricos", quase tão limpa quanto as cidades de lá), batatas "frites" num cone de papel pardo, com maionese, moules (mariscos cozidos na caçarola com creme de leite e temperos), as mais de mil cervejas, e as igrejas, abadias, mosteiros e casas muito velhas, as fazendolas walons e as indústrias flamengas, meus amigos Philippe, Bernard e Denis, o finado Michel e o "sumido" George Belpaire..."

Julho produtivo II

DEntro em breve vou tomar banho, me agasalhar para sair (ver o filme "Horas de Verão" no Espaço Unibanco). Além de bater esse recorde auto blogueiro, 50 posts num mês (quando eu voltar para casa deve ser já Agosto), há outras boas notícias.
Só para ficar em uma, relativa à Bovespa e à "parte mais sensível do meu corpo", meu bolso:
"No mês, a valorização foi de 6,41%. No acumulado dos sete meses do ano, a alta foi de 45,85% - a maior para o período nos últimos dez anos segundo a consultoria Economática."
Para quem se lembra, o IBOVESPA já passou de 70 mil há um ano atrás, caiu para menos de 30 mil e agora já está batendo em 55 mil pontos. Em breve espero ver nos extratos os valores nominais de então... Oremos!
"Rico ri à toa!"

O ser (eu) e o outro (Ulrike Meinhof)

Fulcros existencialistas de nosso mestre Jean-Paul Sartre, em "O Ser e o Nada", aplicados ao "realismo" do filme em pauta ("Baader Meinhof Komplex").
"A negação nos remeteu à liberdade, esta nos levou à má fé, que por sua vez nos portou ao ser da consciência como sua condição de possibilidade".A temporalidade e a transcendência nos levam à existência do próximo. "A mulher que vejo vir a mim, o homem que passa na rua ou o mendigo que ouço cantar são para mim objetos, sem dúvida". "Existo: a primeira dimensão do ser. Uso meu corpo, que é cohecido pelo próximo: é a segunda dimensão do ser". "O em si e o para si estão reunidos por uma conexão sintética, que é o próprio para si"."Nossa ética é ou se revela, frente a essa dicotomia, essa realidade humana situacional, descobrir que a origem mesma dos valores se expressa em uma falta com respeito a qual o para si se determina em seu ser como falta! O homem se faz homem para ser Deus, pode se dizer".
Devemos então renunciar à seriedade, para não achar que valores são existências...
A "verdadeira e real Ulrike Meinhof" é um para si, inatingível, mas "Apesar de tudo, o para si é. Quaisquer que forem os obstáculos que o venham fazer naufragar, o projeto da sinceridade é ao menos concebível".

Natureza "Self"

"Roberto é uma pessoa extrovertida, dotada de grande capacidade de adaptação às situações de relacionamento, uma vez que junto a elas poderá contar com atributos como eloquência, expressividade e simpatia. Seu poder de comunicação, já acentuado, é ainda enfatizado pela sua autoconfiança e originalidade. Não se deixa imobilizar por regras rígidas ou padrões pré-estabelecidos. Assim, frente a eventuais problemas poderá apresentar soluções criativas e inovadoras."
(As aspas denotam que isso foi escrito por outro, no caso "um software", ou sua autora, acredito que psicóloga, Claudia Riecken (que "avaliou meu momento profisional").
"Estilo Profissional: O ponto forte é a comunicação segura e assertiva, mas deve prestar atenção para não transformar sua fluência verbal em um discurso prolixo" (ou "pro lixo"? me questiono...).
E segue assim cheio de elogios, até que "mata" com o final: "Estilo de Decisão: Muito Subjetiva. É sentimental, usando intuição e sexto sentido. De estrutura não racional, emotiva, às vezes não muito realista".
Então tenho que citar Daniel Cohn-Bendit, líder no movimento estudantil de Maio de 68, na França: "Soyons réalistes, demandons l'impossible".

Hibernação

A cidade (e quem souber que exponha as demais causas além do inverno e das férias escolares extendidas pela gripe suína) sofre uma certa inatividade parcial, uma redução metabólica, abriga-se, adormece em um certo torpor, modorrenta e semi paralisada.
Andei na rua Itacema e podia, como quase nunca, ouvir as pessoas falando dentro dos apês, tão reduzido o movimento e o barulho de carros. Estamos falando de uma sexta feira à tarde!
Dia dos Pais virou um Papai Noel antecipado, extemporâneo, como se tivéssemos sido anestesiados, um pouco pela crise e um pouco pelo ritmo mais calmo do inverno, da paciência que precisamos para enfrentar dias assim, de recolhimento, de encolhimento...

Gripe suína

Depois de pegar um maço de espinafre no Chelmi, atravessei a Renato, indo para o São Pedro e São Paulo...pisei na calçada ao lado do ponto de táxi e espirrei...bem que a Kátia disse que meus espirros são escandalosos, mas acho que nem foi isso de verdade...um dos taxistas, de pé em frente aos demais, sentados, começou a se persignar e dizer em brados: "vai! passa que eu estou forte e com saúde!" e por aí afora, pelas minhas costas (nem me dei ao trabalho de olhar, brincar ou repreendê-lo; senti que era mais um brincadeira "interna" do grupo que uma ofensa pessoal).
Mas quanto mais ele falava e gesticulava (pude ver com o canto do olho), mais me veio o sentimento de que havia ali, além do medo genuíno, um preconceito "genérico" dos "saudáveis" contra "os doentes" de qualquer sorte (digo, azar)...
E fiquei feliz por meu espirro ter sido apenas uma reaçãozinha alérgica, pois nem gripe comum eu tenho! E tive pena dos que se contaminam e raiva dos que os menosprezam.

Fim de Julho

Julho se vai, amanhã começa o "mês do Cachorro Louco"! Mais uma semana também se vai...
Meu filho fará dezesseis anos dia oito e eu vou continuar ansioso pela recolocação no mercado de trabalho. Hoje temos mais um dia frio (esperança de fim de semana mais ensolorado depois da sucessão de dias cinzas e de garoa fina).
Vi no jornal televisivo da manhã que, em Registro, o Ribeira subiu 4 metros e 40 famílias ficaram desabrigadas; pouco quando comparamos com as enchentes históricas, mas um fenômeno bastante raro para o inverno...
Sinais misturados, vontade de controlar a vontade de outros (os responsáveis pela minha eventual contratação), feliz pela vida e pela maior parte das coisas e uma ponta de amargura por ter que ficar esperando e saber que o que vou encontrar tem também suas limitações e chateações, afinal nada é perfeito.
Resiliência à frustração...bem vindo à maturidade!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ulrike Meinhof

Leiam o post abaixo e vejam que acabo de ver o filme, dirigido por Uli Eidel, meio documental sobre o grupo terrista conhecido pelo nome de Baader Meinhof. Pois então, no post confundi muitas histórias, mas a jornalista, inteligente, bonita, essa militante do RAF (Rote Armee Fraktion, ou "Facção do Exército Vermelho", que levou a alcunha de seus principais militantes, Baader-Meinhof, de Andreas Baader e agora corretamente, de Ulrike Meinhof) era a Ulrike, pois Ulrich é nome de homem, Ulrike é de mulher... . A mulher que era a "terceira da hierarquia" era Gudrun Ensslin, companheira de Andreas Baader.
Trinta anos de luta (o RAF foi finalmente dissolvido apenas em 1998), socos na bem postada Alemanha Ocidental pós nazismo, mas um alto grau de porra-louquice...sexo livre, maconha, "os fins justificam os meios" e um inconformismo que ainda hoje me anima a lutar contra a maré!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Baader Meinhof

Se eu tiver coragem de enfrentar a chuva fria e forte que cai (sorte que o Kinoplex é aqui pertinho), um amigo vai vem me ver e vai "me levar" para ver a história do grupo terrorista alemão.
Na juventude tive uma relação ambígua, de certa admiração, pelos mais famosos grupos revolucionários europeus (IRA, ETA, Baader Meinhof e Brigadas Vermelhas). Todos tinham um discurso convincente da alienação que o capitalismo neoliberal nos trazia.
Mas, pacifista há muitos anos, na maturidade não suportei nem suportaria sequestros e "justiçamentos".
Mas é preciso conhecer melhor a história. Lembro-me, ainda "pequeno", das prisões e greves de fomes de Andreas Baader, Ulrich Meinhoff e se não me engano, de uma mulher que era a "terceira" na hierarquia (isso se eu não estiver confundindo esses fatos com outros ligados aos dos líderes do IRA).
Vamos lá: os tempos são outros, mas é preciso "conhecer o que fomos para melhor prosseguir".

Quarenta

Passada a infância de menos de 10, a jovialidade púbere dos menos de vinte, a plenitude física dos menos de 30, a maturidade dos menos de 40, agora a vida me brindava com a experiência de estar rondando os menos de cinquenta anos...
Como todos sabemos, chamar velhice de "melhor idade" é uma má piada, mas por enquanto me animo com a vida que tenho pela frente e não reclamo desses dias sob o Sol!

Julho produtivo

Em Julho escrevi ainda mais posts que em Junho.
Não tive emprego, então o blog foi uma forma de me ocupar.
Amanhã vou ver a total lubrificância pindamonhangabense...
Quem sabe em breve estarei entre mantiqueiras serras e cidades mortas da rota velha do ouro, abruptamente se lançando no mar de matos, Mata Atlântica do Litoral Norte desse lindo Estado de Sampa!

IV França

Umbigo de Paris pode ser Montmarte, pode ser a Torre, os Jardins da Tulherias, a Via na porta do Louvre. E os umbigos da França? Ficam em Orleans, partida de peregrinos para Santiago? Na terra de Santa e Louca Joana D'Arc, tão cara aos lepenistas, e terra dos antepassados dos antigos imperadores de Brasil, Portugal e Algarve? Será que se esconde na Ile de France, Saint Quentin sur Yvellines, Versalhes? Na bretã Lille ou na normanda Calais, nas alsacianas Estrasburgo, Mulhouse, na franca catedral de Reims, na "polonesa" Nancy, na "sulina" Toulouse, nas profundas de Vitry le François ou Limoges? Na Provence? Nos Alpes? Ou na árabe mediterrânea Marselha?
A França tem os pés, se não a cabeça, metidos em brumas e histórias de idades médias, apontando um futuro de fraternidade, igualdade e liberdade...

III Itálica Bota

De onde começar? O começo pode ser "meu" começo, vindo do suíço Ticino, de Lugano e Lago de Como, pegando o Vale do Pó para Milão, a sépia Siena, a impressionante Florença de Michelangelo e Piza, o cemitério dos soldados brasileiros em Pistóia, as marítimas Massa e Carrara, ambas com cidades nas "falésias" a 15 km do mar, Spezia e a costa de Gênova, aquário da Ligúria, e a Costa Azurra, Remo e "La festa appena cominciata é già finita Il cielo non è più con noi Il nostro amore era I'invidia di chi è solo Era il mio orgoglio la tua allegria É stato tanto grande ormai non sa morire Per questo canto e canto te La solitudine che tu mi hai regalato Io la coltivo come un fiore
Chissà se passerà se un altro amore la mia mano prenderà Se a un'altra io dirò le cose che dicevo a te Ma oggi devo dire che ti voglio bene",
Ventimiglia indo prá Mônaco...Mas o "começo" podia ser Roma, ser Óstia, e uma bisteca inacreditável no campo de Fiumicino, Terracina, Napoli, Sorrento, Capri, Amalfi, Caserta...Podia ser Venezia, podia ser o salão modesto de um café na planura do campo a quarenta e poucos km de Milano, onde uma mulher gorda, cujo marido velho a tratava a impropérios, entre gatos e frequentadores quase sórdidos, nos serviu um capeletti al burro que até hoje unta minha memória gustativa e sonora e diz, sim é ali que reside o espírito do turista ou do viajante, onde nada havia no guia, onde nada fora planejado, onde o vinho de jarro tornou a continuação da viagem após esse almoço mítico num rodar sonolento, com o tempo multiplicado num cigarro, numa tarde perdida na Itália...

II Espanhas

Se comparado a Portugal, e no contexto da Europa Ocidental, a Espanha são vários continentes...Dos já citados, a Andaluzia, de Palos a Jerez, Cadiz, Huelva, Sevilha, Córdoba, Jaen, Úbeda, Motril, Granada, Almeria até o Cabo de Gata, minhas recém conquistadas Tarifa e, a ainda mal conhecida, Málaga...encostando acima na Castela de Toledo, Albacete e Cuenca e chegando em Madrid, de Escorial e Guadarrama, Madrid de Gran Via, Reyna Sofia o Prado com o Jardim de Aclimatação por detrás, da renovada e tristemente famosa Estação de Atocha, do trem para Salamanca, gelada no último inverno nevado. Basca Bilbo, Gasteiz, Santander Donostia, resvalando na castelhana Burgos que hoje sofreu nova bomba, a asturiana Oviedo, galega Santiago e todos peixes da ria de Vigo, Finisterre, refúgio da serrinha de Orense... E voltando à costa, mas agora do lado de lá, do Cabo de Gata a Cartagena, à Múrcia já trocando de língua, para Alacant, Alicante e a rica e já enorme Valência, no jeito de pegar em Denia o ferry para Ibiza e Mallorca (Menorca fica prá um desejado futuro?)...E Barcelona de todos Gaudis, Mirós e Picassos, de Tapies e Dalis, em Figueres, em Cadaquez, em Sitges e em Tarragona, onde fui não em meu corpo, mas nos olhos de outra carne. As Baleares "é" o Mediterrâneo e as Canárias são atlânticas Áfricas, semi americanas. Fugiu de mim a ida a tuas marroquinas Celta e Melilla, no protetorado fascitóide de Tétouan e costa mediterrânea de Tânger...Como todo casamento e família, tive ódio de ti, mas amo-te Espanha!

Pequenos roteiros já percorridos - I Portugal

Lisboa, e, indo ao Sul, Setúbal, Alcácer do Sal, Évora, Beja, Portimão e Faro até a Fronteira de Palos...Ao Norte, Sacavém, SAntarém, Batalha, Coimbra, Aveiro e o Porto, defletindo para Leste, prá Trás Os Montes em Chaves, as "Acqua Flavie" até a fronteira com Ourense...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Fale-me da chuva

O divertido (e profundo) "Parlez moi de la pluie" ("Enquanto o Sol não vem", no quase adversativo título em Português), da diretora e protagonista Agnès Jaoui, com Jean Pierre Bacri e o impagável Jamel Debbouze (aquele que fez um egipiciozinho amalucado em "Asterix e Obelix: Missão Cleópatra") é mais uma coletânea de tipos muito interessante.
A mulher forte, o homem fraco, a mulher fragilíssima, os imigrantes sempre rejeitados ou inferiorizados, o maconheiro velho, os filhos da nova geração, os adúlteros em geral, o senhor apaixonado, os políticos, os roceiros e tantos outros caracteres que rondam Paris, a Côte D'Azur e os Alpes Marítimos ou aqui a seu lado, na sua família...
O mundo está se globalizando: um filme francês, a despeito das paisagens, casas de campo e cidades tão distintas e distantes, trás gentes que podiam estar por aí por São Paulo, Belo Horizonte ou Curitiba...
E para mim, fala também da esperança: não importa que chova, o Sol está lá atrás e vai voltar a nascer numa nova manhã!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Coisas que me fazem bem

Minha mãe feliz com o apê novo.
Sonhar com negócios no novo emprego.
Fazer Yoga bem feita.
Emagrecer.
Cuidar da mulher e dos filhos.
Ajudar meu irmão.
Ir ao cinema, nos filmes "cabeça".
Escutar as "minhas músicas".
Bater papo.
Escrever nesse blog.
Curtir o friozinho.
Comer e beber e transar.
Viver.

domingo, 26 de julho de 2009

Marcelo Cardia

Na porta de uma sala do Cine Reserva Cultural, lá estava meu primo.
Aparentemente, supus apesar de não ver mãos entrelaçadas ou beijos, estava com a companheira e outra mulher, eventualmente uma amiga dessa, quiçá cunhada.
Demorei para reconhecê-lo, depois vi ali a careca do Tio Luís, seu pai, a cara do irmão mais velho, o Luís Roberto, e alguns traços do outro irmão, o Zezé.
Mas eu fiz como ele, titubeei, não fui o Corrêa comunicativo que tinha que ser, nem o sangue Cerqueira César falou mais forte, nos forçando a comunicar abertamente os laços que nos vinculam. Falar dos anos separados, perguntar dos familiares? E olha que estive com a Marta há bem pouco tempo...
Usei a mesma timidez caturra deles lá e fiquei, entre olhadelas (que achei que ele também as dava, na angústia de não ter que se manifestar, esperando ansioso por entrar na sala e deixar aquilo para lá), parado e calado.
Ele entrou na escuridão e eu levantei e fui para o outro compromisso.
Simultaneidades, rocei um conhecido, um parente e não falei nada!

sábado, 25 de julho de 2009

São Paulo

Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Distrito Federal, já fui também!

Marrocos

Espanha, Itália, Grécia, Inglaterra, Bélgica, França, Estados Unidos, Portugal, Andorra, Suíça, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Mônaco, Estados Unidos, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, o que esqueço?
Já fiz o inventáro dos paises que fui e deu trinta (excluindo o Brasil)...
Por que agora não me vem todos?

Coração Vagabundo

Saí agorinha do filme do Fernando Gronstein Andrade sobre o nosso muso, Caetano Veloso...o que me dá, sob a garoa fria de Sampa, inspiração para ter uma trip de megalomania. Então...:
- Marília é Santo Amaro da Purificação (e aí cada uma na sua, mas a terra Natal pode ser nova, mas tem muito a oferecer...)
- Eu, sem ser músico, poeta, escritor ou cineasta, sou também um artista (essa é outra pérola: viver com alguma sabedoria, buscar a felicidade, me faz feliz como ele)
- Sou igual a Caetano! (não no sentido de igual mesmo, mas semelhante).
E tome chuva e outro filme!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Vale cultura

Vi a foto do Lula abraçado ao Zé Celso Martinez, no lançamento desse programa cultural de incentivo fiscal aos empregadores que propiciarem aos seus empregados mais acesso à eventos e produtos culturais.
Vi no Estadão on line, que leio por ser grátis e bom. O público desse é mais conservador que o da Folha (que não disponibiliza gratuitamente seu site), e então tenho que engulir os comentários (mais das vezes facistóides ou reacionários apenas) dos seus assinantes ou cadastrados.
Os dois que se pronunciaram falavam, um, que o governo corrupto estava comprando os artistas e, o outro, que ia ser mais um vale para ser trocado nos botecos e nas calçadas por qualquer outra coisa (acho que o bem pensante pensou em pinga, cigarro e coca cola). Tá certo que, no quesito corrupção, o Lula não se ajuda defendendo o Sarney...e que muitos artistas são compráveis com migalhas...
Mas ponho meus "óculos cor de rosa" e vejo mais gente entrando pela primeira vez num museu, indo ao cinema (mesmo que seja para ver um filme bobo da Globo), sei lá, indo a um show ao vivo, ou ao teatro.
Cultura é coisa séria, precisa de incentivo sim, e sabemos que a nossas faxineiras e nossos porteiros estão a anos luz de gastar os dez, vinte ou trinta contos como eu gasto em qualquer besteirinha (ou não) do mercado cultural (fantástico aqui na metrópole, modesto nas províncias e inexistente nos rincões!). Talvez essas categorias que citei nem sejam beneficiadas (uma por não ter carteira e outros por serem de um setor de serviços menos propenso a esses benefícios fiscais, já que tem a contabilidade "torta"), mas formas criativas de se financiar a cultura precisam ser criadas e apoiadas dentro de um critério de seriedade na universalização da cultura.

Vinicius Pérgamo

Meu ex chefe foi, por questões até um pouco bestas, uma carga pesada.
Tanto nos "dávamos bem" que quando o demitiram peguei a pecha de "menino do Vinicius" e tive que ouvir, na minha demissão que viria logo no ano seguinte, que eu "só servia para trabalhar com o Vinicius".
Agora me vem um empresário, que recebeu meu currículo via DQueiroz, me dizer que foi amigo pessoal do Vinicius nos tempos de Seleção Brasileira de Handebol...
Senti uma empatia na voz que me convidou para uma entrevista hoje à tarde, lá na Paulista, centro velho novo de tudo daqui dos bandeirantes modernos. Sei que esses atletas detestam gordos, mas não vai ser isso que vai me abater, pois tenho negócios fabulosos a propor e capacidade de gestão de sobra a empehar nos negócios do cara!
Vou cheio de esperanças encontrar o "amigo do Vinicius", a quem, em silêncio, do fundo desse blog que "ninguém lê" (desculpem os leitores, é só uma forma de auto depreciação!) e também do fundo do coração agradeço os ensinamentos e camaradagem.
E mando um abraço afetuoso de amigo afastado.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Addagio Sostenuto

Lento, devagar, pingando, escorrendo o tempo, lento, lentíssimo.
O frio veio em frente, eu me retraí, espero nova onda de entrevistas, expectativas.
Sem ânimo? Ralentando?
Ânima, alma, animal, vontade de sair por aí de carro, com bolso cheio e sem problemas, de barco, praias, rio de Bonito e piraputanga nadando comigo, sem medo nós dois, sem cobra e jacaré violentos, sem qualquer suspensão no aquário divinamente cristalino. Moderato!
Vontade de ir contra a corrente, só prá exercitar, de tomar iniciativa, de emagrecer 7 quilos sobre a bike, de fazer regime e tomar muita água, de viver veraneando, no gramado da USP, no Ibirapuera, no Parque do Povo, na Ilha Comprida ou no Cardoso, em Camburi...
Sonho de quarta feira de manhã, ioga se tem tá perdida, mas hoje ainda irei (é difícil voltar a praticar! estica e cansa!).
Allegro e vivaci!

Luciana Salvi de Mesquita

Ligo o "Mais Você", vejo a irmã "mais nova" (na verdade ela é a terceira e tem o mais novo) do Doutor Paulo Eduardo Salvi de Mesquita, sim ele o Mesquitôncio, da Paulista e agora da Unoeste. Mas a Luciana Mesquita vai atravessar, se tudo der certo nessa semana, o Canal da Mancha a nado.
O que faz uma mulher de quase 40 se meter na água gelada por horas, batendo o braço até quase morrer, enjoando nas marolas mais ou menos fortes, lutando em zigzag contra correntes?
Sem contar o medo pânico que tenho de estar sozinho dentro do mar, aquela coisa de tubarão vir por baixo te comer!
Sei lá bicho, mil coisas!

Canadá

Pediram Comissário Comercial, Trade Commissioneer, para o Consulado daqui. LES, Locally Engaged Staff. Nível 9 (imagino que os embaixadores estejam no nível 20!
Mandei curriculum, estudei, passei na seleção de cv's (de 600 para 25) e acho que vou passar na entrevista telefônica que fiz ontem. Estarei entre os 10; serei eu o número 1, o escolhido?
Salário "baixo", de governo, quase um emprego público, escrever muitas laudas sobre as transnacionais no Brasil, escritório com 15 ou 50? Terno? Ar condicionado ali no lado do Hilton na Marginal...O visto especial no passaporte e as viagens mais ou menos constantes são os maiores atrativos. Trabalhar para o Canadá também me agrada, é a América do Norte que mais me agrada, vindo o México em 2o! E dentro do Canadá, tá na cara que sou quebecois, seja por ter estudado no Cristo Rei de Marília (onde os irmãos do Sagrado Coração eram todos da região de Montreal, seja por ter amigos e ter trabalhado na Bélgica, seja por ter morado no Marrocos e ter filias judias marroqouinas (e essa colônia é muito forte no Canadá).
Sonho trabalho, mais que isso sonho emprego, mesmo que mais "pobre", mais tranqüilo, não preciso ir a mais de dez km para ir e outro tanto para vir, engarrafamentos de manhãzinha e à noite, a vida normal da gente de Sampa.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nunta muta

O filme do título ("Casamento Silencioso" em português), do ator e diretor romeno Horatiu Malaele, é uma tragicomédia sobre como os "latinos" romenos (a antiga Dácia romana) receberam o stalinismo que a URSS impôs-lhes sob a esteira dos tanques de guerra, em pleno auge da guerra fria e nascimento da "Cortina de Ferro".
Mais que isso, é uma pintura que fala de gente da roça, com seus fervores superticiosos, seus preconceitos, sua licensiosidade, seus sonhos de circo e de calor estival, de vontade de fartura. E de como os jovens estão sempre, premidos pela libido, na vanguarda da liberdade!
E ainda trata de temas como o nanismo, a questão cigana no leste europeu, a relação dos chefetes provincianos com o poder central, a subserviência, o pós cosmunismo e o "liberalismo" que o seguiu após a queda de Ceausescu, a complexidade da ideologia marxista-leninista e sua versão "degenerada", o stalinismo, frente às crenças simples e idiossincrasias cristãs ortodoxas e pagãs de interioranos.
A comédia histriônica está lá, seja nas referências aos Três Patetas ou no casamento que eles tentam de todas formas realizar sem um barulhinho sequer.
E a tragédia no final se revela, gigantesca, sem sentido e (assim se transcorre a cena de encerramento, dando indícios de sua veracidade), absurdamente real.

domingo, 19 de julho de 2009

Separação

Advogado meia boca ele e médica administradora hospitalar ela.
A casa o único bem mais valioso do patrimônio, recebida dos pais dele lá no interior.
A relação degenerando em rancor há anos.
Ele não sai de casa pois diz não ter pecúlio.
Ela não sai de casa pois diz, e está certa, que "não ponho patrimônio nenhum na mão dele, e você sabe porquê"...
Os irmãos e mãe temem que a sarjeta de algum modo o aguarde.
Pena dos filhos, dois homens, um adolescendo já e vendo o legado torpe que herda.
"Vão viver sob o mesmo teto até trocarem tiros"?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Traição

A historinha é real e vou contá-la como a vi à maneira de Dalton Trevisan...

Ela era jovem, vinte e poucos anos, tipicamente brasileira e meio "raimunda", cabelo alisado na chapinha e óculos pequenos e grossos de miopia. Falava ao telefone e chorava na porta de um consultoriozinho médico do bairro onde trabalhava, o uniforme chinfrim denunciava.
"Sei que você é casado!(mais soluços)... e que amanhã é aniversário da sua esposa..."

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Bem Vindo à transumância

O tristíssimo filme (e como gosto de filmes tristes) de Philippe Lioret ("Welcome" no original apesar de francês) mostra o amor impossível, Romeu e Julieta de nossos tempos, de dois jovens iraquianos curdos de Mossul. Ela já vive em Londres com a família e ele anda 4000 km a pé e depois vai atravessar a Mancha para encontrá-la.
Imagine-se assim sem terra natal, premido pela guerra, a tirania, e solto pelo mundo sem valores, eventualmente praticando pequenos crimes (não o protagonista, Bilal, que com seus apenas 17 anos se mostra de uma tenacidade e um caráter de "homem feito" na correção).
Já tive que marchar de casa, nada tão drástico, talvez já tenha sentido esse amor por uma mulher (a minha!, mas os anos, vocês sabem, são implacáveis com as paixões), e com certeza tenho um amor incomensurável pelos meus filhos (e Bilal se torna um filho para o divorciado, meio bloqueado emocionalmente, que o acolhe), mas há universos a descobrir no argumento e na construção dos personagens.
O frescor dos "jovens" do "terceiro mundo" encontra a frieza dos "velhos" do "primeiro mundo". Querem mais?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Trabalho

Emprego ainda não arrumei, quero uma CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social..)! Mas arrumei trabalho, uma pequena consultoria para meus antigos empregadores!
Mercado Mundial de Ácido Fosfórico Purificado, no que sei que sou o maior especialista do Brasil. Pelo menos em uma coisa eu sou o melhor desse país, o que já não é pouco, mesmo que seja sobre uma coisa que pouquíssimos se interessem...
A cabeça está repleta de idéias, tanto do lado técnico como do lado comercial do assunto. Já as organizo no computador, textos e tabelas, gráficos e sinóticos se concatenarão.
Aqueci um pouco a casa, estou confortável em meu escritorinho, a casa muito tranquila (o Gil trabalha em seu quarto e o Ariel saiu com seu amigo, também chamado Ariel). Penso em usar formalmente a empresa de um amigo do ramo, assim não ter que abrir a minha, pois é inviável ter firma por menos de um ano).
Estou feliz! Sinto-me útil! E o dinheiro será muito bem vindo!

terça-feira, 14 de julho de 2009

São São Paulo, meu amor e ódio

Saí de casa cedinho, com pretexto de comprar cook top vitrocerâmico de duas bocas para a minha mãe. Rodei mais de três horas a pé, entre Fast Shops, Pontos Frios, Americanas, Extras e quejandos...
Mas como diz o Paulo Vanzolini, "do povo, de cada um eu não gosto, mas do povo em geral eu gosto muito"...mas no meu caso eu gosto de cada um também, como o João Porteiro e o Rodrigues Zelador, gente "do Norte", de Minas, do sul. Sei que muitos seriam capazes de empenhar amizade mais fiel que de cães.
E de manhazinha é todo um outro lance. Tem executivos, mas são sobretudo as faxineiras, cozinheiras, empregados em geral de casas e comércios que se esbaforem, vindos já de longe, Cangaíba, Guaianazes, Rochedale, Parque Novo Mundo, Bonsucesso (esse de Guarulhos, não da Baixada Fluminense...
Aqui perto de casa mais bonitinhos, lá no Largo de Pinheiros (onde cheguei antes do shoppings abrirem às 10 h, cansado e com os pés doídos, mais de uma hora de pernada, e com três moedas no bolso, pois caíra do meu bolso aberto a nota de dez que sobrara dos vinte que era toda minha "fortuna" já meio usada para o café expresso doppio do Suplicy e os salgados dos botecos que tanto aprecio)...Sorte conseguir desconto e alcançar, por R$ 1,20 e não pelo preço "ofcial" de R$1,50, a garrafinha de água gelada Levíssima de Pinhalzinho que me saciou a sede ajudando também a passar o tempo...
Gente feia, enfezada, de Ipatinga ou São Gonçalo, de Propriá, Marília, Caruaru, Campina Grande ou Petrolina, como disse esses dias o Cony...gente como eu, oprimida, amedrontada, feliz, com amor e ódio a essa cidade linda e horrível ao mesmo tempo!

domingo, 12 de julho de 2009

Dilma e os empresários

Lendo a "Isto É - Dinheiro" dessa semana, tive mais clara a impressão que já que vinha subliminarmente à cabeça: de que Dilma se tornou, para os empresários em geral (principalmente da construção civil, eletroeletrônicos, automobilísitca, agronegócio, etc) mais palatável que o próprio Serra!!
Como o mundo dá voltas! (Faz menos de duas décadas que Lula foi execrado por Mário Amato, o que falou que 800 mil empresários fugiriam do Brasil no dia seguinte à sua posse, caso ele vencesse o Collor, e Abraham Szajman).
E também faz apenas sete anos que, na eleição do 1o mandato, Lula foi apoiado publicamente apenas por empresários como Oded Grajew, Lawrence Phih e outros poucos que se arriscavam a ser tachados pelos pares de "comunas"...
Agora vamos "cerrar fileiras" ao lado de Blairo Maggi e Paulo Skaf (que pasmem, é cotado para vice de Dilma!).

Venda do Pueri Domus

A tradicional escola dos nossos meninos foi vendida para o Chaim Zaher, dono também do COc e do Dom Bosco...
Um leve sentimento de traição, parece que as filhas "venderam" as idéias da fundadora, Beth Zocchio, talvez adeus à escola "experimental" e a vinda de um projeto pedagógico mais "pragmático"...
Impossível reverter e um sentimento de "tarde demais" para se rebelar, trocando-os de escola.
Deixar como está para ver como é que fica...impotência de pai que quer ir logo pro trabalho!

sábado, 11 de julho de 2009

Mongol

Se você acha que você já superou alguma coisa na vida, vá ver o filme acima (no Brasil o título é o ridiculamente óbvio e chamativo "O guerreiro Gengis Kahn") de Sergei Bodrov, co-produção russa-japonesa-coreana-cazaque-estadounidense e sei lá mais quê!
Conta a "história ficcional" de Temudgin (1162-1227) (antes de ele se tornar o unificador de todos os Kahns, "legisladores" ou chefes de clãs, da Mongólia), sua esposa Borte e família e dos clãs ali implicados.
Detalhe: será uma trilogia, ou seja, virão mais dois depois desse primeiro. Ele ainda vai acabar tomando a China (então o império de Tangut) e reinos adjacentes, até seus descendentes "atingirem" como um raio a Europa Oriental. Um império, no auge, mais extenso que o predecessores de Alexandre o Grande da Macedônia e de Roma.
Mas como eu disse, se você achava que você tinha se superado em algo, vá ver o que o Temudgin passou dos 9 aos 30 anos!!
Senão puder ir ver, veja o site www.mongolmovie.com

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Vazio

Sair para caminhar ao Ibira?
Pular a janela para catar as bitucas que os vizinhos dos andares de cima me jogam na sacada onde cuido dos meus vasos?
Arrumar as camas?
Escovar os dentes?
Tomar um copo d'água?
Verificar a programação cinematográfica para saber o que fazer hoje à tarde (teve estréias, oba!)?
Procurar quais sites da internet?
Começar a cozinhar?
O que eu quero?
O que me falta?
Porque esse vazio?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Marília revisita III

Como o João ia para lá com o Joaquim (a Zena ficou num simpósio em São Carlos), fiz de um tudo para convencer o Gil e para lá seguimos. A proximidade com esse filho mais novo, a amizade que se pode desenvolver "on the road" (mesmo que seja com uma criança impúbere e "sua"), a possibilidade de ter um tempo com um amigo, o olhar nostálgico que nunca deixarei de lançar à terra natal, terra do "paraíso perdido" da infância, me fizeram extremamente bem.
Tudo foi coroado hoje com o mítico churrasco. No quintal do finado seu João, no "Morro do Querosene" um pouco decrépito (a recessão afeta diferentemente os bairros da cidade e aquele parece que se ressente até hoje de ter sido a "zona" da cidade, aquela área atrás da Igreja Santo Antônio não engatou nunca e agora parece que piora por sei lá que soma de fatores), debaixo de uma jaboticabeira que, aos quase cinquenta anos, parece que produz cada vez melhor, em quantidade e qualidade, fizemos uma sequência de camarões de aperitivo, fraldinha de boi e pernil de porco maravilhosamente acompanhados por Corvo do Duca di Salaparuta, maionese de palmito, saldada de folhas verdes, vinagrete, pão e farofa com Farinha Biju Deusa, tudo inesquecível. (Coisa boa que só tem no Brasil é só jaboticaba; coisa que "só" tem em Marília, mesmo sendo feita em Garça e se encontrando em Pãos de Açúcares da vida, é a tal farinha de mandicoa "flocada", biju, Deusa! Delícia.).
A dona Eleni já meio esquecida e enxergando menos, firme mas triste pela viuvez, o Marcelo apático e desempregado, o Sérgio parece que melhora de saúde, o Maurício cuidando bem dos pais, obrigado. A vida foi. O Joaquim e o Gil (esse já como "mentor" daquele) no computador com o "Coelho Sabido" versão segunda série e meu irmão Alexandre ausente, por ter ido buscar precatórios lá no Carmo do Rio Verde no Goiás distante...A vida vai. Quero as fotos logo para fincar o encontro com prego enorme na parede da memória!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

No Museu Afro Brasil

Agora que entrei no tema, vou fundo!
Outro dia fui numa exposição no lindo museu do Emanoel Araújo e "descobri" que eram pretos: Theodoro Sampaio, José do Patrocínio, Castro Alves, Clara Nunes, Carolina de Jesus, Virgínia Leone Bicudo, Gonçalves Dias, Mario de Andrade, Milton Santos, Cruz e Souza, Carlos Gomes, Lima Barreto, Chiquinha Gonzaga, Luiz Gama, José do Patrocínio, Leônidas da Silva (conhecido como Diamante Negro), Juliano Moreira,
André Rebouças, Machado de Assis, Castro Alves, Geraldo Filme e tantos outros, que negaram ou foram negados em sua negritude.
É hora de limparmos a mancha de termos "alvejado" tantos negros ilustres!

Mais uma sobre os presidentes "pretos" que o Brasil já teve

ÉPOCA - O país já teve um presidente negro?

Alberto Costa e Silva - Nilo Peçanha era mulato escuro, assim como diversos outros presidentes da república, a começar por Rodrigues Alves, que era mulato, e também Washington Luís (apud meu: não se esqueçam do Rodrigues Alves e do FHC, que tinha um vô negão). A questão é que nenhum desses políticos brasileiros era considerado mulato ou negro. Eles eram tidos como brancos, por terem uma posição social elevada. Faziam parte do "mundo dos brancos", e não de uma minoria. A população dita "branca" no Brasil na realidade era composta por muitos mestiços.

A negritude de Nilo Peçanha e de outros presidentes

Como tratei desse tema no outro post, e muitos no Brasil, inclusive eu, escondem seu passado negro, no bom sentido, mando aí um catado na Wikipédia sobre o tema.
Biografia de Nilo Peçanha
Era filho de Sebastião de Sousa Peçanha, padeiro, e de Joaquina Anália de Sá Freire, descendente de uma família importante na política norte fluminense. Teve quatro irmãos e duas irmãs. A família vivia pobremente em um sítio no atual distrito de Morro do Coco, Campos dos Goytacazes até que se mudou para o centro da cidade quando Nilo Peçanha chegou na idade escolar. Seu pai era conhecido na cidade como "Sebastião da Padaria".
Foi descrito como sendo mulato e freqüentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele. Durante sua juventude, a elite social de Campos dos Goytacazes chamava-o de "o mestiço do Morro do Coco".
Em 1921, quando concorreu à presidência da República como candidato de oposição, cartas atribuídas falsamente ao candidato governista, Artur Bernardes, foram publicadas na imprensa e causaram uma crise política pois insultavam o ex-presidente Marechal Hermes da Fonseca, representante dos militares, e também Nilo Peçanha, outro ex-presidente, que era xingado de mulato. Gilberto Freyre, escrevendo sobre futebol, usou-o como paradigma do mulato que vence usando a malícia e escondendo o jogo mencionando que "o nosso estilo de jogar (...) exprime o mesmo mulatismo de que Nilo Peçanha foi até hoje a melhor afirmação na arte política".
Alguns pesquisadores afirmam que suas fotografias presidenciais eram retocadas para branquear sua pele escura. Alberto da Costa e Silva diz que Nilo Peçanha foi apenas um dos quatro presidentes brasileiros que esconderam os seus ancestrais africanos, sendo os outros Campos Sales, Rodrigues Alves e Washington Luís. Já o presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou ser descendente de uma escrava. (apud meu: Lula pode não ser "preto", mas não prima pelo arianismo, pois é um "caboco", no melhor sentido que os Paralamas lhe dedicaram).
Abdias Nascimento afirma que, apesar de sua tez escura, Nilo Peçanha escondeu suas origens africanas e que seus descendentes e família sempre negaram que ele fosse mulato.
A biografia oficial escrita por um parente, Celso Peçanha, nada menciona sobre suas origens raciais, mas uma outra biografia posterior o faz. Portanto, alguns pesquisadores expressam dúvidas sobre se Nilo Peçanha era ou não mulato. Em qualquer caso, suas origens foram muito humildes: ele mesmo contava ter sido criado com "pão dormido e paçoca".
Terminou os estudos preliminares em sua cidade. Estudou na Faculdade de Direito de São Paulo e depois na Faculdade do Recife, onde se formou.
Casou-se com Ana de Castro Belisário Soares de Sousa, conhecida como "Anita", descendente de aristocráticas e ricas famílias campistas. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e "mulato", embora político promissor.
Participou das campanhas abolicionista e republicana. Iniciou a carreira política ao ser eleito para a Assembléia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito sucessivamente senador e presidente do estado do Rio de Janeiro, permanecendo no cargo até 1906 quando foi eleito vice-presidente de Afonso Pena.
Foi maçom e Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil de 23 de julho de 1917 a 24 de setembro de 1919, quando renunciou ao cargo.
Presidente da República
Com a morte de Afonso Pena em 1909, assumiu o cargo de presidente. Seu governo foi marcado pela agitação política em razão de suas divergências com Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador.
Apoiou o candidato Hermes da Fonseca a sua sucessão em 1910, contra Rui Barbosa e o presidente de São Paulo Albuquerque Lins candidatos de oposição que fizeram a campanha civilista que foi derrotada por Hermes. Os conflitos entre as oligarquias estaduais se intensificaram, sobretudo em Minas Gerais e São Paulo. Minas Gerais apoiou Hermes e São Paulo apoiou Rui Barbosa. Hermes da Fonseca foi eleito para governar de 1910 a 1914.
Durante seu governo presidencial, Nilo Peçanha criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), e inaugurou o ensino técnico no Brasil.
Vida após a presidência
Ao fim do seu mandato presidencial, retornou ao Senado e, dois anos, depois foi novamente eleito presidente do Estado do Rio de Janeiro. Renunciou a este cargo em 1917 para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1918 foi novamente eleito senador.
Em 1921 foi candidato à presidência da República pelo Movimento Reação Republicana, que tinha como objetivo contrapor o liberalismo político contra a política das oligarquias estaduais. Embora apoiado pelas situações pernambucana, gaúcha e fluminense, e por boa parte dos militares, foi derrotado pelo candidato governista Artur Bernardes nas eleições de 1o de março de 1922.
Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política.

Dilma será a primeira presidenta

Vi a Dilma Roussef, a Primeira Ministra, numa foto recente no Planalto, publicada hoje no "O Globo". A legenda falava de suas broncas públicas fortes em assesores e outros ministros, menos performantes...
De peruca e muito maquiada, parecia uma senhora judia ortodoxa de porta de sinagoga ou...uma mulher, também de origem russa, tentando esconder a dura luta contra um câncer linfático.
Tomara que ela se salve e leve a próxima eleição presidencial do ano que vem!
O Serra não é tão ruim assim, e isso me alegra.
Mas já que já tivemos um primeiro presidente "negro" em 1909, o Nilo Peçanha, agora é hora da primeira mulher a presidir o Brasil!

Dia frio é bom II

Para comprar jornal e ver tevê. Comer e dar uma bebericadinha num álcool.
E esperar passar, agasalhado, de meia, de banho tomado, de cobertor no sofá, a luz pouca, quase crepuscular nublada nessas menos de quatro da tarde...
Dias curtos de inverno, como os curto!

Orgulho de Sampa

Abrem-se 10 restaurantes por dia, temos cinco estréias de classe nos cinema por semana e no teatro nem sei contar quanta coisa rola a cada quinzena, seja de teatro mesmo, de dança e shows. Música de jazz a blues americanos, rocks ingleses e sambas da vela, e quintetos de pretos e brancos. Tá vibrando. Talvez as universidades, recém de novo em greve, mais atrasadas, fruto da desindustrialização?
Eu só sei que eu saio na rua e vejo a energia da metrópole pulsando braba.
Sem vontade nenhuma de ir prá outra cidade.
Até o turismo, em tempos de Airbus caindo nos mares, tou preferindo asfalto!

Pia Fraus

Primeiras Rosas...
Vou correr prá comprar ingeresso. Vamos(eu e a Kátia) "arrastar" as crianças, e os amigos com crianças.
Primeiras Histórias do Guimarães Rosa contadas pelos maravilhosos manipuladores de bonecos, mamulengos, marionetes e tantas outras técnicas.
Já antecipo na cabeça as alegrias!

Ainda o Cony sobre Marília

Existem terras natais.
Muitas delas são cantadas por seus filhos.
"Meu pequeno Cachoeiro" do Roberto Carlos, "Meu pequeno Miraí" de Ataulfo Alves, "Minha Ituverava" do Victor Martins, "Maringá" do Itamar Assumpção e por aí afora.
"Nós" não vamos ficar por aí cantando "Minha Marilinha Querida", mas....
Já que o Cony falou, insisto: primeiro ele fala que tem amigos de longe (de Sobral, de Manaus, de Kiev e de Viena). Depois ele diz que ficou "chumbado" no chão do Rio, vendo a decadência (política para Brasília, cultural e artística para São Paulo e Bahia) mas se sentindo bem mesmo em Roma... ao passo que o Rio finalmente se revitaliza (sendo disso exemplos a zona portuária e a Lapa, (sic) as contratações de Fred e Adriano e a exportação do sotaque carioca que a Globo promove para todo o Brasil, países fronteiriços e lusófonos!).
Aí ele fala da nossa Marília, misturando-a a Petrolina (260 mil habitantes, a maior e mais rica cidade do interior de Pernambuco, importante nas frutas irrigadas e na maconha), Campina Grande (380 mil habitantes, que tem uma boa universidade e é a maior cidade da Paraíba, rivalizando economicamente com João Pessoa) e aí, gaiato, enfiando Propriá no meio (Propriá é histórica e importante na beira do São Francisco, divisa de Sergipe e Alagoas, mas tem míseros 30 mil habitantes e está, economicamente, meio parada no tempo) e, por último mas não menos importante, Marília...
Não sei o que o Cony conhece da terra que nos pariu ("moralmente", já que o João foi contrabandeado de Araraquara), mas acho que "nós" estamos fazendo um estardalhaço para ele se lembrar assim, entre amedrontado e irreverente da "terrinha". Sei que quero dela pinga com mel, pizza do Chaplin, a neblina dos julhos antigos, a Avenida ventosa, quase vazia nas madrugadas, os timbés, as fazendas! Pessoas: meia dúzia de amigos! Os famosos não me interessam...

Sexta feira é quase sábado

E o fim de semana me alivia da dor de estar desempregado, que é maior nos dias de muito movimento da semana. Nesses dias de muito trabalho (dos outros) me sinto "mais fora" do mercado, da vida de quem sempre esteve tão ligado assim a empresas...
Os fins de semana e feriados me redimem um pouco, me sinto mais "normal" pois estou como todos, desfrutando o "tempo livre". Em outros momentos, quando todos trabalham e eu sabatizo, me pego me explicando que é normal, que passa logo, que mesmo que você tivesse que passar a vida assim daria para se realinhar, mil pensamentos por vezes contraditórios.
E faço contas: oficialmente, 4 meses de desemprego! Aos 45, buscando cargos de diretoria, não é muito! Prepare-se para seis ou oito meses!
Tudo vai dar certo!

Orgulho de Marília

Vejam a crônica de hoje do Carlos Heitor Cony, página E11 da Ilustrada, sobre seu orgulho de ter nascido e até hoje morar no Rio. Lá ele quer morrer e quer seu pó diluído naquele ar e naquele chão.
Ele diz literalmente, que "ainda não chegamos ao descalabro de importar o sotaque e as mazelas de Petrolina, Propriá, Campina Grande ou Marília".
O fato de ele nos colocar entre cidades mais ou menos importantes do Nordeste, e sabedor da influência nordestina no Rio, deixou-me extremamente e estranhamente orgulhoso.
Fomos, os marilienses, guindados à condição de "sermos conhecidos na ex-capital". De eventualmente podermos exportar nossas mazelas e nosso próprio sotaque, muito diversos dos de, por exemplo, Propriá!
Mas "minha vida e minha saudade" estão no torrão no qual vamos nos ver em breve. Semana que vem em Marília com o Maurício e o João, vendo o Sérgio e o Xande. Só isso, não bastasse o filhinho do João, esse sim, carioca da gema!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Marília revisitada de novo

Semana que vem volto à terapia, terça à tarde. Depois saio de novo, voando baixo, atravesso a marginal, Cebolão e Castelo Branco todinha, até o quilômetro 315, depois o zigzague até lá na "Capital da Alta Paulista". Porquê de novo?
Porque dessa vez está o João e o Joaquim. Já disse: pelos demais não compensa esta frequência. Mas o João, morando lá no Rio, vale a viagem. Vai estar frio, talvez chuvoso, como da última vez. Vamos ficar de papo pro ar, "no crime" como dizemos brincando, que não tem nada de ilegal, nem imoral, apenas engorda!
Férias no meio da crise, filho dele pequeno, os meus não vão nem amarrados ou subornados. O Maurício Faria vai estar lá para assistir a mãe, cirugia de câncer de pele reincidente, aparentemente nada muito danoso, pois localizado. A mãe do Sérgio volta à vida depois de dez dias em coma! E eu vou estar com os amigos, talvez alguns familiares deles e meus, eu vou viver, feliz nesse inverno (hoje chuva fria, lembrei de Janeiro no Marrocos! Mas aqui é bem, muito, muito melhor!).
Agora só falta um trabalho legal! Tá chegando a hora de botar terninho e ir por aí, de manhã até de noite!

Entrevista II

Por que eu fui agressivo demais?
Passivo? Nervoso? Ameaçador?
Caro?
Por que eu fui muito caloroso? Frio?
Por que sou muito inteligente? Ou burro?
Sei lá, sei não, aqui é o espaço do "eu", lá dos "nós".
Me enrolei? Fui embrulhado?
Não! Quero crer na meritocracia! Mas sei que os gostares e os estarmos sempre afins, nesse mundo corporativo são complexos.
Escolhido não fui, mas não me abandono.
Quatro meses só, todos te disseram que seis era normal!
Aguente essa e outras tundas que o destino te apronta.
Já foi assim com a Anglo American?!
Já disse que sorte virá de onde tu nem imaginas!
Espere com fé no coração e na mente! Essa é tua religião: fé em si!

Meia Amizade

Porque chove e meu passeio se impediu, te conto porque a amizade não foi inteira. Já nos conhecemos há quase uma década agora. Quando comecei a te apresentar pros meus outros amigos, notei os muxoxos. Um jeito de falar e mesmo idéias irritantes. Mesmo curtindo as filosofias do bem, te sentia chato e ensimesmado. Pelo bem da arte, te valorizei. Não a "tua" arte, que de resto não gosto salvo excessões positivas, mas de uma "arte" genérica, onde eu mesmo me fazia artista como hobby, e admirava com enlevo onde ia (e olhe que aí se incluem palazos venezianos, marroquinos, museus bascos, o acervo parisiense e londrino e) por aí, na nossa São Paulo que compartilhamos desencanados ainda ontem.
Realmente vamos nos privar do bom, para não repartir o ruim.
Aí ficamos, "parados à beira do caminho"...
Abraços

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Adeus

Assim disse o amigo, sem menção de retroceder.
Quando nos despedimos eu não sabia de suas intenções, que vieram a mim depois, por email. Se dizia "marginal". O termo que eu tinha usado era "maldito", no sentido Jards Macalé da coisa...Não fiz gesto para impedí-lo. Porquê?
Muitas coisas impediam e impedem uma amizade inteira. Meia amizade não é a grande amizade que já tivemos. No isolamento do Vale éramos mais caros um ao outro. Passou.
Então melhor lembrar do passado e olhar para o futuro de outras formas. Espero que ele desenvolva sua arte, seu ateliê. Espero poder admirá-lo de longe, mas infelizmente temo que ele não mude.
Eu vou viver outras baladas, outras exposições e outras companhias.
Um gosto amargo, como de alguns remédios.
Que saremos, que curemos.