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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Chuva

Goteira no escritório.
Não dá para sair para almoçar.
Praticamente o último dia aqui.
Último dia inteiro.
Sem mais serviço.
O Face muito triste. Escolhi que fosse assim. Tou numa bolha ruim.
No mais é um You Tube aqui outro ali.
Vou tentar pagar uma rodada de sanduíches para os colegas, ex colegas...
Triste esse última dia, triste essa chuva que molha tudo lá fora e até aqui dentro.
Vida que segue.
Amanhã embarco de volta.
"Não sou eu quem vai ficar no cais olhando o movimento dos barcos"!

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Kaapora

Lembro da Flávia na casa do Guto. Já faz tempo. Não sei se era a gravidez da Lara ou do Davi.
Do Beto é até mais fácil lembrar, chará.
Os anos voam.
Ano passado vi o post dela dos seus quarenta anos, um voraz releitura desse tempo todo.
Eu já com 54.
Aí vi o negócio dela ter querido ser escritora a vida inteira e estar trilhando esse caminho.
Tudo tão mais estruturado que meu sonho, que não sai dessa verborragia que quase nunca reviso.
Meus textos são assim, sujos.
Desde que comecei com 19 ou vinte.
Pegava papel de formulários contínuos, nem um caderno eu não podia, ou não queria, comprar, não precisava. O importante era uma folha em branco e uma caneta bic (se bem que teve umas parker 51 do velho Xandico, viajei no design retrô e na escrita mais grossa ou mais fina, mais sempre mais sanguínea. E dá lhe sujar a mão na hora de encher com o êmbolo de borracha).
Em Marília usei máquinas de escrever de novo do velho. Teria sido sua maior herança?
Depois vieram muitas cadernos de capa dura, pretos, livros de ata.
E depois, dez anos atrás, comecei esse blog. Fui repreendido pela companheira.
Ela pouco entendia de sonhos. Ou talvez, melhor, entendia dos dela e não gostava muito dos meus. Passou.
Nunca parei, nunca botei mais quente. Serve como página em branco e simula a escrita manual, tão agradável, mas que também perdi, como a maioria dos humanos atuais.
Aqui é uma fervura branda.
Quantas besteiras fiz e faço aqui. Me permito. Se somos só quase sublimação, aqui sou um pouco mais verdadeiro, sem filtro, bom e mau, real.
Quantos poucos acertos que me serviram de terapia gratuita, auto expositiva e auto comiserante, sei lá, erros de um português ruim, a cabeça um pouco pilha fraca.
Mas nesse momento de mudança, entre um sabático e uma nova aventura profissional pelo interior do Brasil, tantas ganas me deu de esscrever, compartilhar esse sonho dela.
Bem, hoje é uma segunda chuvosa na Flórida, vendi o beetle no sábado e vim a pé de guarda chuva, molhando a calça para baixo do joelho, quase encharco o tornozelo e o sapato (no caso um tênis, sabia que couro não era adequado para essa estação nesse lugar). Chegar foi relativamente fácil.
Sair é mais complicado. Parece uma metáfora da vida.
Praticamente já não trabalho mais na KEMWorks. Amanhã começa a planta piloto para os australianos e depois fim. Quinta feira que vem embarco de volta para o meu Brasil.
Ou podemos chamar de minha Venezuela, minha Terra em Transe, sei lá, aquilo tá confuso prá caramba. Petista sofre. Mas como deixar de sê-lo? Já é uma segunda natureza.
Sei que me deu uma vontade de ir bater um papo, trocar uma ideia, falar com essa desconhecida que vi crescer assim de longe, mesmo que estejamos até perto.
Algo em comum. A mesma vontade. Torcendo por ela. Torcendo por mim.


quinta-feira, 10 de maio de 2018

Amor

Sei que isso será interpretado com mais uma ingenuidade da minha parte.
Mas não posso fugir à minha naturza.
Proponho que o amor dirija o país.
Se mesmo fugindo à regra, não só eventualmente, ainda somos um povo cordial e supostamente todos estamos nesse embate por um suposto bem comum...então chega de ódio.
Quero amar o coxinha fascistóide que quer acabar com os petistas.
Quero que ele me ame.
Quero de verdade que saiamos às ruas não em dois ou mil partidos.
Quero para além do meu e do seu partido, um sociedade só.
A sociedade está partida.
Vamos entender isso e vamos amalgamar.
Não sei o que propor, que ações tomar.
Mas não posso subverter meu coração.
Quero amor entre os brasileiros, como entre todos os humanos.
Como disse Jesus, precismaos amar o semelhante como se fosse a nós mesmos que amáramos nesse outro ser.
Não aguento mais tanto ódio.
Quero o amor.
Estou voltando para São Paulo, não sei como vou encontrar a minha cidade, meu estado e meu país.
Mas não quis, ou não pude, tomar a decisão de me exilar e ficar longe dessa batalha.
A batalha do amor.
Do amor vencendo o canhão.
Da flor na pedra prestes a nascer.
Quero me despir dos meus sentimentos de reação.
Essa luta é de classes, mas é com amor.
Quero, precisamos, de reconciliação.
Pobres e ricos e remediados.
Sei o quanto é vago e parece inatingível.
Mas não tenho mais nada a a propor.
Fazer tudo com amor para ver se daí nasce alguma boa.
Pois o que está aí é contrário.
Temos que nos achar como pessoas amorosas sempre.
Senão o fim estará próximo.
O fim do sonho de um Brasil feliz.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Haddad

Boulos foi massa no Roda Viva. Vai crescer.
Ciro tem pena de Gleisi e Aldo Fornazieri proclama derrota retumbante. Gosto de Ciro também.
Nem vou falar da Manu.
Mas eu tenho um sonho.
O dedo de Lula preso recairá sobre Fernando.
Que deixará todos outros como cavalos paraguaios.
Vai jantar o Chuchu semsaborão.
Vaticínio. Quimera. Utopia.
Mas aqui, quem manda sou eu!

Final Portrait

O gênio é perturbado pela sua incapacidade de exultar com seu trabalho. Repinta, pinta por cima.
Quebra um dia, no surto, jóias do atelier.
Toca fogo em desenhos antigos e depois nem sabe o que fez. Faz esculturas já evoluídas voltarem ao estado de barro, faz pedra virar pó. Aborta.
Não se arrepende de passar por cima de amores, de romper compromissos com prazos e  viver esbanjando recursos.
Só sua obra importa.
São cristos.
Só eles salvam.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Vim e vi (já adianto que não venci)

Vim morar na Flórida "por acaso" e cheio das melhores intenções e sonhos de riqueza e adaptação.
Se dependesse dessas expectativas, eu teria mestrado, ficado rico, feliz, bem casado ou o que os valha e estaria por aí de carrão e lancha para cima e para baixo.
Qual o quê.
Nem sou essa coca cola toda. Consumo exagerado deprime. E o isolamento, que não busquei, mas a situação me expôs, me trouxeram até ao ponto de jogar a toalha.
Mês que vem, volto.
É quente, relativamente segura, bonita, etc.
Lakeland seria uma Marília que deu certo, seja lá o que isso possa significar.
Não estou falando mal da terra do Tio Sam nem do Tio Donald.
Mesmo sendo de esquerda, sou do tipo que não cospe no prato que come.
Onde se ganha pão, pode até comer carne. Coração bom que só, me acho, um anjo torto.
Sou grato e tal.
Mas não é prá mim.
Meu paísão no meio de uma "guerra" que levou "o meu" Lula prá cadeia, situação na qual os defeitos dele não foram o que realmente o abateu e ao meu partido. Wall, não vou me alongar nessa arenga.
O babado é outro.
Banzo de negro arrancado (não foi a força não, vim por que quis) da sua África.
Falta de samba, de borogodó, de boteco na rua, de centro de cidade, fedido, pobrinho, com gente nas marquises. Falta de pertencimento.
Falta de mãe, de irmãos, de ser "branco" de novo (aqui pareço um certo juiz falando do Buonasera) e me faltam além de "hard traits some soft skills".
Sou apenas um rapaz que está envelhecendo.
Um rapaz como o Bel, sem muito dinheiro. 
Mas ainda um rapaz latino, cheio de um sonho viçoso que um sorriso do Boff, uma palavra do meu preso político de estimação, uma palavra amiga de um irmão (e olha que se acham entre os gringos uns bem bacanas) qualquer manifestação de alegria e de convivialidade fazem abanar o rabo como um cão fiel.
Sou de briga não, sou de paz. Vou brigar comigo não. Mala pronta e ventania! Voando pro Sul desse Equador que divide. Que una!