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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

sábado, 26 de setembro de 2009

Projetos para alimentar o pensar

Na Sexta almocei no Galeto's com o chefe.
Caminha rápido e vai perguntando, tudo nervoso e sem amenidades.
Ele se interessou por mim. Sentamos, perguntou me se eu tinha hobbies.
Disse que sim, tenho muitos, e ele se impressionou.
Faltou dizer que gosto de motocicleta e cinema também.
Falei que o Jair me tinha dito que ele gostava de barco (mas não perguntei se era vela ou motor).
Ele disse que se as coisas forem em frente vai pensar em como me dar "uma participação", mas que o começo é hora de "dar duro".
Estou dando!
Agora mesmo faço um projeto.
Vamos em frente.
E como tenho que tomar decisões, entre a indústria nuclear e a de reciclagem de compostos químicos, meu coração já se decidiu pela segunda!

Sbah el Nor

No Marrocos, quando se diz Bom dia! (Sbah el Khir, literalmente Boa manhã!), uma forma de polidez é responder com o Sbah el Nor! (manhã ou dia radiante!).
Lembrei disso nessa manhã, quando entre veranicos e invernicos temos céu azul, ar fresco, ruas lavadas, pessoas bonitas na padoca, onde fui tomar café curto e forte e vitamina de frutas com laranja.
Antes comprei o jornal, sentado na padaria o despi dos classificados, li um pouco, voltei para casa pensando em depois ver no Caderno 2 e na Ilustrada os filmes em cartaz nos cinemas que me esperam com mais prazeres para esse sábado luminoso e despreocupado...
Depois talvez eu compre um carro novo...
A pedido da Kátia será um Corolla e não mais os Vectras que uso há já mais de dez anos...
Deus me dê muitos fins de semana assim!

domingo, 20 de setembro de 2009

Paripueira

Fui na terra do colega de REluzNor, o Eronildes do Laboratório.
Litoral Norte das Alagoas, caminho de São Luís do Quitunde.
Bar do Seu Osvaldo, mais piscinas naturais (que dessa vez não vi pois choveu e o passeio não deu quórum para o piloto da lanchinha que nos levaria).
Mais dez mil almas perdidas e achadas!

Jangada

"É doce morrer no mar". Dorival Caymi
Mas é muito mais doce entrar e sair dele quando quero!
Fui prá bordo de uma jangadinha, a "Roberta Cristina" que vem a ser a filha do mestre dessa, o José Roberto Silva, jangadeiro da Pajuçara. Dizem que os índios as copiaram dos portugueses, que as chamavam de xangas, de Xangai, por sua origem chinesa.
Os tupis nos antigamente usavam paus roliços para as fazer, as mais tradicionais com seis paus (duas mimburras, dois bordos e dois paus de centro). Hoje se usa isopor mesmo, graças à dona Basf que nos deu o poliestireno expandido. Depois é que botaram vela e sofisticaram os acessórios. Hoje vai samburá, rede de todo tipo, varas de pesca e linhadas, tem uma que tem viveiros para as iscas irem vivinhas para as bocas dos peixes grandes. Há jangadas de vinte braças, que levam seis homens por vinte dias no alto mar, e voltam às vezes com atuns de cem quilos cada, xaréus maiores que homens e por aí afora.
Passaram a se chamar itapaba, piperi, igapeba, catamarã, candandu e hoje burrinho, bote, catre e paquete.
E mais informação vou lhe dar: a prancha ou piso era feita de tábuas de boas madeiras, hoje de fibra de vidro ou compensado. Coisas da indústria plástica, do século vinte.
A vela (ou pano ou cutinga), triangular, de algodão rústico e forte, fica apoiada no mastro e se "fecha" com a tranca ou retranca, apoiada no mastro pela munheca. Quando se enfuna, há uma "pá" especial que pega água do mar e a molha, para favorecer, encharcando-a, a "impermebilização" da trama do tecido ao vento, aumentando a velocidade.
O mastro se alinha pelo banco de vela, por sua vez sustentado pelos pés do banco de vela que se apóiam nos mancais, tudo amarrado por cordas enroladas como as de forca, as peias. Entre os mancais, a tábua dos furos onde se posiciona a parte inferior do mastro, cada posição, das normalmente onze (uma no centro e mais cinco dee cada lado, repartidas simetricamente), sendo indicada para uma combinação de direção e força do vento com direção e velocidade que se quer imprimir à jangada.
Ali perto tem o furo da bolina que obviamente é o furo da bolina, aquela quilha que dá mais estabilidade lateral à frágil embarcação. A salgadeira é uma prateleira ou estante, pode até ser fechada com tampa, onde se carrega o sal e por extensão as coisas salgadas e coisas secas.
Aquele remo esquisito se apoia nas fêmeas do calçador para ir zingando,como chamam sua remada, de pé ou no banco de comando.
Em volta da prancha fica a borda mesmo, um ressalto de uns 10 cm de madeira, vazado de metro em metro para a água das ondas passar e não a encharcar.
E dá-lhe carninga (peça de apoio no piso, do francês carlingue), espeque, calços de bolina, toletes, forras, cavilhas, carretilhas, poitas ou âncoras, etc.
É doce aprender palavras e significados.

sábado, 19 de setembro de 2009

Praia do Francês

Há 25 anos e meio atrás me banhei nessas águas, hoje com o entorno tão mudado, e dormindo acampado ali no coqueiral descobri que meu pai tinha sido morto.
Meu companheiro de aventuras então era o João Féres Júnior.
Penso em meu pai morto, penso no João vivo, penso no meu filho Ariel com suas dores de parto de sua personalidade adulta, e no Joaquim do João.
Um pouco apreensivo, mas feliz de reencontrar essa Praia um quarto de século depois!
Penso a relatividade espaço tempo: agora mesmo espaço, o tempo tão outro...às vezes outros espaços e mesmo tempo da globalização, todos "pensando" igual, mas sabemos que as vidas não se globalizaram tanto assim.
Eus de mim estiveram aqui em dois tempos diferentes.
O que era aquilo?
Parecia uma fratura no espaço tempo!

Sono adiado

Olhos vermelhos, ajudo a digestão com uma Coca e escrevo.
Logar no hotel é caro e chato, gente abrindo e fechando portas barulhentas de elavador, todos turistas, do Brasil sobretudo, muitos "vizinhos" meus, noto pelos falares.
Loguei e bloguei.
Saíram felizes esses últimos seis posts.
Boa noite a todos!

Vejo...

...Maceió de cima, foto aérea, mil prédios começando na Ponta Verde e espraiando pelos seus um milhão de almas, Alagoas rica!
Quantos hotéis e restaurantes, usineiros e deputados, quem sabe um parente ancestral, tal a quantidade de Cerqueiras por aqui.

Alagoas de comer

Crustáceos: da lama, lambreta, sururu, mussunim e caranguejo, dos rasos siri e siri mole, dos médios lagostim e das funduras, lagosta.
Cioba, ova de curioba, farinha amarela, alface, tomate e vinagrete puxado no coentro. Peixada no côco. Peixe frito, todo tipo.
Tudo na pimenta!
Tapioca de queijo coalho, todas carnes de sol, charques, porcos e bois.Frangos, patos, outros avoantes.
E de beber: pinga salineira, mas é só procurar para se tomar boas daqui.
Terra de canas doces, rapaduras, melaços, demerara, acúcar cristal grosso e escurinho, cristais como diamentes brutos pequenos mordidos e derretidos nos fundos dos cafés. Água gelada e de todos côcos que abundam.

Vento, coqueiro, jangada, beira mar

Céu.
Às vezes azul.
Agora entendo Caymi.
Quente, úmido e fresco da brisa.
Que beija e balança.
Setembro cresceu!
Segunda será...:
PRIMAVERA!

Gabriel Fodas

Milico certinho, na aparência. Noivou 3 anos com ela, morando juntos desde o começo do namoro, que acabou recentemente em casamento com brandir de espadas na missa e coquetel, banquete e baile.
Três meses depois da festa ele arruma malas e a deixa.
Diz que ela é dependente demais, o que parece ser verdade.
Se foi morar no quartel.
Disse o amigo comum, gaúcho, que ele tá "em dúvida".

Pajuçara

Hoje saí por aí com o "fiat" (da Produquímica, do Seu José Pedro) branco e pequeno, nem rápido nem lerdo e pouco gastão.
Ponta Verde, Jatiúca, tantos nomes, Mundaú, Manguaba, Praia do Francês, Gunga, Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte, Marechal Deodoro, antiga capital com nome de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul ou Vila Alagoas ou só Alagoas.
Aqui em Maceió, também tem Pontal da Barra, Trapiche, Prado, Jaraguá, Ponta da Terra, Stella Maris, Centro e Vergel do Lago, Ilha de Santa Rita, Ilha dos Patos, Mangabeiras e Cruz das Almas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Vó e netos

Ali aninhados, minha mãe e meus filhos.
Doce é ter avós.
Bom é ter minha mãe de vó deles.
Bom é tê-los todos.
Quizera não tivesse fim, mas na vida tudo é passageiro!
E ligeiro!

444

Meio cabalístico... vi o número do contador de visitas e dei-lhe o título do post.
Pensei: Quando virá o 555?
E o 666?
E o 777?
Não nego!
Trabalha e Confia!

Semana que vem em Alagoas

Viagem longa: de madrugada na segunda vou até o Carrefour do Limão. Com os colegas Osmar Moura e Pompeu Abreu Filho vou até São João da Boa Vista, de lá para Corumbataí, ver foros de arco.
De lá eles me trazem até Cumbica, para onde vôo até Maceió. Hospedo-me em Pajuçara e trabalharei pelo menos uma semana em Marechal Deodoro.
É a vida. Às vezes cansativa, mas tem seus descanços.
E é boa!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Maria Apparecida Corrêa de Cerqueira César

Por ela hoje ter vindo estar conosco por mais de cinco dias depois de mais de dez anos, eu a homenageava.
Mãe! Minha mãe! Mãezinha! Mamãe!
Não que seja pequena ou fraca, mas tem sua carência amedrontada algo que compele a usar diminutivo.
Para mim foi Senhora, Dona Cida ou algo igualmente respeitoso. Agora a chamo você, enquanto ela dorme a sono solto no sofá da sala.
Vai ficar dando mil conselhos bons para os filhos, mas o seu tom choroso acaba lhe conferindo ar meio infantil e atrapalhado, dado quão elevado é o grau de ansiedade que ela impregna quando fala do futuro dos seus.
Não se daria por satisfeita nem se seu filho fosse o Einstein.
Ia lhe acusar de negligenciar a família!
Iydish mami!

domingo, 6 de setembro de 2009

O terceiro dia - A volta

O retorno começa em Betim e sobe a Serra do Brumadinho, de volta!
Então fui dormir em Itatiaiuçu...Hotel Varanda, terra de mineiros (profissão) mineiros (gentílico), boteco e uniforme de firma, coisa de filme!
Comi e bebi, joguei sinuca com amigos que se fazem assim, em poucos minutos e se larga assim, em outros poucos segundos de um tchau.
Comprei cueca limpa e camiseta fresca, um chinelo havaianas azul e também novo, um chapéu de chaminé de terracota, xampu Celsun Azul para evitar a caspa.
Fui na Barberia Queiroz e cortei a "juba". Numa cadeira Ferrante, tradicionalíssima!
A barbearia, velha! A cadeira de quarenta e cinco anos já! E o seu Queiroz, imaginem que idade tinha já com esse tempo todo na tesoura.
No dia seguinte, cedinho, saí e vim parando: principalmente em Oliveira, com sua bela igreja (todas cidades de Minas tem Igreja, e a maioria é bela) e casarões (quase toda cidade de Minas tem casarios belos, sejam de épocas de fausto ou apenas tetos para famílias remediadas)...

O segundo dia da ida a Minas

Acordei ao lado do Rio das Mortes, que logo se junta ali em baixo com o Rio Grande, sim, aquele que da divisa do Rio de Janeiro solta águas em Buenos Aires, irmão mais ao norte dos meus queridos Paranapanema e Tietê, esse que agora vejo todo dia que vou a Suzano!
Esse Rio Grande ainda menino logo ali, ao lado de Nazareno, enchia a barragem linda e alta de Itumirim Itutinga, verde, lindo e piscoso! Quanta vontade tive de então me banhar, mas, se tinha o aonde, não achei o tempo do quando cair n'água na situação de trabalho, ali naquelas Minas Gerais.
Na margem, astutamente quieta, uma garça, cujo nome é graça, de pluma e acerto de flecha nos peixes da beira.
Mas voltando ao trajeto: de São João Del Rei embiquei pela avenida Leite de Castro e rumei a Ritápolis, São Tiago e Morro do Ferro até voltar à Fernão Dias, BR 381 como falam, saindo ao lado de Oliveira.
E daí foi um vôo aperreado só, pois tinha que ir na Refinaria Gabriel Passos em Betim. Então foi: Carmópolis de Minas, Itaguara ao lado de Cláudio, Piracema, Crucilândia, Rio Manso, Igarapé ao lado de Mateus Leme, Brumadinho e Ibirité, essas duas também um pouquinho dora da 381...
E a metropolitana Betim: FIAT enorme e tanques de combustíveis até amedrontadores encarapiados em alterosos montes que são serpenteados pela estrada perigosa e cheiíssima. Mas cheguei quase na hora e lá dei o meu bom recado!

sábado, 5 de setembro de 2009

Caminho de Ida - 1o dia

São Paulo, Mairiporã, Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Extrema, Itapeva, Camanducaia, Cambuí, Estiva, Pouso Alegre, São Sebastião da Bela Vista, Careaçu, Lambari, Campanha, Três Corações, Varginha, Carmo da Cachoeira, Lavras, Itumirim, Itutinga, Nazareno e São João del Rei.
Falando em Regiões: Região Metropolitana de São Paulo, Cantareira e Bragantina. Serra Verde, Sudeste de Minas, Região dos Emboabas ou do Alto Rio Grande, Estrada Real. Dormi no Hotel Ponte Real, estava mais para surreal, tal o impacto que o enorme e riquíssimo patrimônio histórico de São João del Rei me causou.
Depois de acordar, Campos das Vertentes, Serra Azul ou das Cachoeiras, Serra do Brumadinho e Região Metropolitana de Belo Horizonte. Mas isso fica para depois.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Itatiaiuçu, quase 7 de Setembro

Há uns poucos quilômetros da "BR 381", Fernão Dias, 82 quilômetros de Belzonte.
Dizem que a estrada já ia lotada, todos de BH fugindo como paulistanos e cariocas.
Chovia fino, perigo redobrado.
Devia descançar e seguir viagem recomposto, depois de dormir sem despertador tirano.
No Bar do Israel, lingüiça boa, puchero e um naco de torresmo, um gorpe de pinga de Salinas, um cigarro Free "solto" e uma garrafa de Skol, gelada, homem.
Como a maioria de Minas, aqui tem minerações.
Tem ferro, manganês, silicatos, tântalo, etc.
Uma riqueza incrível, e, como desde os tempos de El Rey, muita pobreza e ignorância de cafundós velhos e preconceituosos.
Amanhã tiro o time de campo, volto para a metrópole.
Acharei uma cachoeira nessa Serra Azul de Pedra Grande?

Shaiene II

Ela não beijava seus "namorados".
Sempre pedia na hora do gozo que gritassem a plenos pulmões:
"Vagabunda!".
Ela só dessa forma ria. Então gritava feliz e gozava.

Historieta de bar de Minas - Shaiene I

Em Itatiaiuçu ouvi essa de Davi e Zequinha, paulistas perdidos como eu, enquanto desfrutávamos umas fichas de sinuca, "cada um mata cinco".
Chamava-se Shaiene, "namorava ambos", peões de trecho por ali, e caíra na vida. Pensava que seu nome era de indígenas locais, de quem descendia.
A tatuagem de tribal com borbetas pelas bordas, no tornozelo esquerdo, tinha no centro uma queimadura quelóidica sobre a pele escura.
Fora "ele", a quem todos atribuíam caráter angelical.
Com uma colher ao rubro e uma faca em seu pescoço, sobre a cama do casal, apagara a força e fogo, com dor intensa e recuperação lenta, o nome do ex dela que um dia gravara, muito antes, por amor.
Ato contínuo chamou um tatuador que o aguardava na porta da casa, tudo combinado de véspera.
E no braço dela o tal gravou, entre soluços da coitada: "Elder".

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tchau

Vou dormir ou ver tv!

O contador de visitas...

...me avisou que enquanto eu escrevia alguém entrou aí!
Boa noite!

Sampa na night e conexões cearenses

Night bikers passaram pelo Arpège, enquanto bebia Serramalte gelada e fumava um Marlboro. Marlboro vermelho de maço, coisa fina!
No Vaca Véia, e em toda redondeza, os filhos diletos da burguesia com suas Triumphs caríssimas, seus carros e roupas impecáveis, e suas minas, sem contar as independentes que lutavam por subir na firma!
Andei pela Rua da Mata, Pela Antônio Felício.
E voltei para a casa que dormia no escuro.
Abri o pc e compus mais um post, um drops de mim, esse fio de contas de contos de contar como era viver aqui agora, figo maduro!
Vontade imensa de construir a cidade de Itataia, interior do Ceará antigo, siriarás seus índios, ou canto do jandoim, ou ceuro zara, ou ainda ci araã, a moléstia do calor, ou o calor da moléstia!
Ainda me pego metido no furo da mina da fazenda Itataia, deus como estou feliz de dizer que vou fundar uma cidade como meu pai (Marialva e Mariluz), meu avô (Mineiros) e meus bisavô (Uberlândia) e meu trisavô (Uberaba).
E viva Itataia!

BH

Sampa de madrugada, marginal lotada, parar no posto BR depois da ponte do Tatuapé e pegar o Osmar. Sair pela Dutra, embicar na Fernão Dias, encarar a Mata Fria e a Cantareira, deixar Mairiporã para trás, Atibaia, Bragança. Ganhar as profundas, templárias, judaizantes e jesuíticas Minas Gerais.
Coisa de iniciáticos! Cavalaria de Malta, coisa de Jorge!
Os mineiros são a maçonaria nacional, trazem tendido, exposto e desfraldado o estandarte do "oculto do mistério" que lá se escondeu, em Saint John of Latrão d'El Rey, minas ricas de ouro de lá e de Vila Rica Ouro Preto, sendo BH apenas a expressão modernista, juscelínica e niemeyrica.
Ir por Lavras, Nepomuceno, Airuoca, "São Tomé das Letras Apagadas", a industrial Betim, Gabriel Passos, de passos largos te passo até tuas ruas, Aarão Reis!
Gente: tô mineirando!

"Quando entrar Setembro...

...E a boa nova andar nos campos,
Quero ver brotar o perdão onde a gente sonhou..."
Beto Guedes

"Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar o vizinho a cantar
Nas manhãs de Setembro"
Vanusa (sim, a do Virumdum drogada)

"Quando setembro chegar…

Quando setembro chegar o inverno terá acabado e o amanhecer virá me acordar,
apressado.
Não mais haverá folhas secas caídas ao chão, pois as cores, antes tímidas,
voltarão em puro êxtase, bailando num festival deliciosamente provocante.

Quando setembro chegar o sol estará pleno, iluminando os mares do meu mundo.
Uma brisa suave teimará em bater de leve em meu rosto, desajeitando meus cabelos
úmidos e pesados. Um aroma antigo se fará presente, trazendo consigo a quietude
do meu ser.

Quando setembro chegar serei embalada por uma música e por alguns instantes
deixarei de respirar. Em órbita, minha razão terá sido arrancada de mim por algo
que não pretendo explicar.
Teremos tempestade. Ventania.
Um doce fechar de olhos.
Um meio sorriso preso nos lábios.

Quando setembro chegar correrei ao encontro dos sentidos. Ao abrir uma janela
descobriria um novo cheiro, ao escancarar uma porta um novo gosto. Na intimidade
de um toque, desvendaria um olhar.
Uma onda de felicidade atingirá todo meu corpo. Alegria em forma de espuma nos
pés, contentamento em forma de grãos de areia nas mãos. Não haverá nuvens no meu
céu.

Quando setembro chegar eu serei todas as estações do ano…

Ludmila Garçoni