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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

sábado, 26 de dezembro de 2009

Álvaro de Godoy Pereira Neto

Duas e cinquenta da madrugada do dia 25 recebi o telefonema do Álvaro Godoy.
Emoções antigas, reencontros. Depois liguei de novo para ele, em Marília, já voltando para Jacarezinho. Dezoito anos se iam sem nos falarmos.
A vida é ponte, o passado se liga ao presente e ao futuro.
Ele foi ver o pai do Camillo de Moraes Bassi, o seu Lívio, que parece que está nas últimas, para nossa tristeza, e chorou. Esqueci de perguntar de Dona Marli, sua mãe...
Sempre podemos resgatar amigos, conversas, olhar para trás sem rancor, com o coração aberto e ver que aqui dentro temos sempre a mesma idade, um tempo esquisito, que insiste em não passar no meio do turbilhão que é viver.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

89,7

Sou ouvinte, entre outras da Nova Brasil FM.
O Lobão uiva bonito, a Calcanhoto sussura notas, Beto Guedes bale um pouco, suave, e por aí vai.
Quase no escuro dessa tarde modorrenta, quente e ensombrançada.
Meu quartinho dos fundos é meu reino.
Gil, "Vamos Fugir"...
Minha pátria é minha música.
Tranquilo, na nova ortografia, às vezes!

Sem assunto

Fim de ano muito especial.
O primeiro de um trabalhador da Produquímica.
O primeiro de um comutador típico da capital metropolitana.
Zona Sul, Zona Leste.
Sul, sol, sal, céu, siu!
O rádio a toda é quase o silêncio!

Então é Natal!

Sensação repisada ou renovada, pouco importa!
Importa ter quinta e sexta "livres", para assar pernil longamente e pensar no ano, no que se finda e no ano que virá. Para encher meu IPod de meus cedês, de estar com o irmão recém separado e o sobrinhos, ambos carentes.
Carentes de amor como eu!
Estou amando minha família, meu país, meu emprego e essa cidade que tem sido tão difícil nessas "caminhadas" longas e repetitivas de manhã e mais longas no retorno de Suzano à tarde.
Mas, "tudo vale a pena" se a alma não é pequena.
Minha alma parece ser muito grande, sem falsa modéstia.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Filhos

"Melhor não tê-los...mas se não tê-los, como sabê-lo..."
O Vina sabia, e os fez, muitos mais que eu, até a velhice!
Sofro com meus dois, mas se não fosse isso eu estaria sentindo uma falta danada do trabalhão que eles me dão!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Bodas de Ouro

Dia 12 de Dezembro meus pais teriam comemorado essa efeméride.
Muito antes, em 1979, eles se divorciaram.
Depois meu pai foi assassinado, em 1984.
Mas pensei nele no sábado de manhã, falei sobre isso com minha mãe e irmã (a primeira nem se lembrava e a segunda nem sequer sabia a data, que eu lembro por estar gravada nas alianças que o casal usou por muito tempo e que eu na infância lia de vez em quando por dentro).
Pensei em quanto seria bom completar os ciclos, o casal ser homenageado pelos filhos, netos, sobrinhos e amigos. Ode à sobrevivência num mundo de escombros e relações emocionais efêmeras.
Mas a vida é feita de incompletudes, mais que de finalizações.
Mais de derrotas (que infelizmente geralmente são jogadas para debaixo de um tapete de esquecimento) que de vitórias retumbantes.
No carro, com meu filho, olhei para o banco de trás e pisquei para o vazio, como se meu pai acompanhasse seu ignoto neto à Liberdade!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Brasil

Ufano-me do Brasil, antes de tudo, por ter nascido aqui.
Aqui essa língua entrou em mim.
Assim eu sou brasileiro descendente de ibéricos, mais que tudo.
Mas múltiplo, pois aqui me fiz, entre tantos outros, italiano, árabe e japonês.
A convivência me fez ucraniano e alemão, me fiz francês e coreano, boliviano e chileno, me fiz peruano, argentino e equatoriano, venzuelano e colombiano, uruguaio e paraguaio.
Bom brasileiro cosmopolita é um pouco de tudo, com todos conviveu, tudo viu, viveu de relances costumes alheios.
Somos holandeses, suíços, finlandeses, letos, estonianos, lituanos, russos e bielorrussos, ugro fineses e magiares, mongóis como o são os nossos índios, bérberes, guanches, luxemburgueses e polacos, suevos, pomeranos, sudetlândios, africanos todos, somalis e etíopes, sudaneses e angolanos, guineenses e moçambicanos.
Somos a raspa da calda do fundido do cadinho são dessa mixórdia.
Do lodo nasce o lótus.

Homenagem a Ataulfo Alves

Na Cadência do Samba
Tom: Bm
Bm Em
sei que vou morrer não sei o dia
F#7 Bm
levarei saudades da Maria
B7 Em
sei que vou morrer não sei a hora
A7 D F#7
levarei saudades da Aurora
Bm F#7
quero morrer numa batucada de bamba
Bm
na cadência bonita do samba
F#7
quero morrer numa batucada de bamba
Bm
na cadência bonita do samba

A7 D
mas o meu nome ninguêm vai jogar na lama
F#7 Bm
diz o dito popular morre o homem fica a fama
F#7
quero morrer numa batucada de bamba
Bm
na cadência bonita do samba
F#7
quero morrer numa batucada de bamba
Bm
na cadência bonita do samba

Credo da Fé Renovada

Creio em minha existência e na minha capacidade de resolver os problemas que crio e outros que o Universo me sujeita.
Creio na existência dos que me rodeiam, nesse tempo e nesses lugares onde vou.
Creio que minha alma existe enquanto existo e na possibilidade remota de vida eterna do espírito, seja lá que batatada isso seja.
Creio em discos voadores e alienígenas.
Não creio que Deus perca tempo comigo e como ele é indescritível deixo Ele quieto.
Creio que nasce um esperto por minuto e um otário por segundo.
Creio que vou morrer, não sei o dia nem a hora, e que levarei saudades da Maria e da Aurora!
Creio que existem mais coisas entre o céu e a terra que supomos e que há Universos dentro de um átomo.
Creio mesmo que este Universo é um átomo de Universos muito maiores.
Creio que nada sei e que adoro ter tido essa vida para crer em tudo isso.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Resende

Vou por aí, fundir tortas, chinês Chang na Clariant, Ecochamas.
Outro dia falei das tietáicas águas, agora vou nas Paraibanas do Sul...
Onde fica o divisor de águas?
Com certeza aqui pertinho!
Logo depois de Guararema!
Umas águas indo lá para Buenos Aires e outras para Atafona!
E quase se cruzando a poucos quilômetros daqui.
Caprichos do relevo, caprichos do mundo, isso é que é bonito, o Universo nos surpreende a cada momento que nossa curiosidade é satisfeita.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Carta sobre o Natal para minha prima Sandra

Você que é mais católica que eu me pergunta se lembro de Cristo, afinal o aniversariante dessa festa toda...
Respondo que aqui, apesar de não religiosos no stricto sensu, a Kátia mantém a tradição de comprar coisas chinesas, às vezes de outro lugar (durante anos montamos um presépio de gesso muito bonito da minha mãe) e enfeitar a árvore (este ano está quase no teto da sala). No quarto do Gil ele montou uma menor.
Levamos elas até dia 6 de Janeiro, Dia dos Reis Magos.
Mas o mais importante é que realmente nos importamos com os outros, tentamos ajudar os empregados mais próximos, com cestas ou caixinhas, as crianças carentes ou doentes com doações, e pensamos nos familiares, nos que podemos ver sempre, nos que se foram, nos que não podemos ver sempre como o Guto, mas que habitam em nós.
Pensei que esse ano vai ser muito especial pelo Tio Rubens. Todos nós estamos muito apreensivos pela saúde dele, espero que ele esteja duro e firme, com a memória a postos quando eu pedir para ele falar bonito, biblicamente, como o patriarca que ele agora é, o pai de todos nós! Um papel que o Vô fez com seus pais e o meu lá nos 70, que nossa Vó fez pelas décadas seguintes e que agora, que o Rubens se vai de uma maneira, nossas queridas mães e o Tio Paulo vão levando, como a tocha olímpica, nosso farol, nossa luz nesse tempo não mais de trevas, mas de claridade exuberante que às vezes nos cega.
Estou emocionado. Chove, trabalho longe e me desgasto no trânsito, mas me alegro.
Penso dia 24 acordar cedo, moer alhos, regar com o vinho sanguíneo da purificação a perna do pobre bicho que comeremos, honrar essa perna de carne, como nossos irmãos índios antropofagicamente, como se fosse o Corpo de Cristo, as tábuas da lei de Salomão e de Moisés, e como se fosse mesmo os ensinamentos de Maomé, de Descartes e Copérnico, de Da Vinci, de Marx, Freud e de Einstein, entre tantos Prousts e Machados.
Vou com fé, fé em encontrá-los, em sabermo-nos próximos, unidos na distância e na proximidade que o sangue que nos une. Elos como o amor aos primos irmãos, aos que os amam, o amor a esse clã que somos.
Tudo isso para mim foi, é, continua sendo, será portanto, meu espírito de Natal.
Como o Cristo, tomo o vinho e o bebo, parto o pão e o como, como com vocês, Apóstolos dessa Santa Ceia! E bebo o vinho santo das Palavras da Salvação!
Amém