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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

sábado, 27 de dezembro de 2014

O Frevinho voltou

Frequentador antigo e assíduo, perguntava-me que fim levara a loja ali da Augusta perto da Luís Coelho.
Bem, ressurgiu depois de "ampla" reforma. Pelo que vi foi mais uma garibada para passar pela Vigilância Sanitária.
Sumiram a maior parte dos antigos adornos de palha e metal.
E meteram um painel de azulejos alusivos a tema do nome.
Mas eu luto para que ícones da memória paulistana não desapareçam na sanha construtiva do comércio.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Suicídio no meu prédio

Liga o ex-síndico e diz que a "mocinha" do 12o andar (mais tarde os porteiros disseram que já tinha uns 40 anos)  se jogara (pela janela do seu apartamento ou pela mureta do topo do prédio? ainda não sei) e morrera...
A polícia a caminho, com os socorristas dos bombeiros.
Desci. A tia da falecida chegava da rua junto comigo no térreo.
Depois de um pouco descia a mãe da infeliz.
Ambas diziam que era tragédia anunciada, como já antes falara o seu João (o ex-síndico).
Chorei.Só os pais que passam por riscos aos filhos se solidarizam tanto.
Os demais, ou nem sabem, ou já voltaram aos seus afazeres.
As viaturas se vão, depois virá o velório.
Pensei em mandar uma coroa de flores em nome dos moradores.
Depois virá o sepultamento. Quem irá?
Quem teria sido essa mulher, quase minha vizinha, que se jogara?
Por que tantas vezes já atentara contra si?
Perguntas sem respostas.
Nem mais um pio!
Não me atrevo mais a nenhuma conjectura!
(Lembra a maldição do ano passado!).
Silêncio sepulcral!

Vagabundagem

Eu tenho dois ou três dias de "vagabundagem" por ano.
Hoje é um deles.
Dia de se louvar a existência sem ter nada prá fazer.
Esquecer de acordar às 5 e meia e ir prá Cubatão.
Não arrumei as camas.
Não preparei o almoço.
Não fui cuidar da bike.
Não liguei pro médico para agendar o retorno dos rins.
Não comprei.
Não tirei os lixos.
Nada produzi.
Nada li de esclarecedor.
Não telefonarei.
Não vou sequer ao cinema, para não me forçar aos deslocamentos e ter que prestar atenção.
Hoje é um dia de Rei.
Quero o séquito dos minutos, a corte das horas e o conselho da manhã, da tarde e da noite.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Parabéns, Monica Bellucci

Nascida a 30/09/1964, fez 50 recentemente e continua brilhando no cinema por sua beleza e competência como atriz! Orgulho da "Safra de 1964"...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O bom da vida

Algo tem
Esse existir

Que uma hora
De amor
Vale séculos
De todas guerras
Passadas

E um minuto
De calma
Justifica
O buliço infindo
De cem vidas
Pregressas

Instinto de vida
Alfa ômega

Um segundo
De consciência
Fundamenta
O esquecimento
Da eternidade

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Pai de vestibulando inconstante é foda

O carinha não estuda mais...
Talvez o novo namoro já tenha subido no telhado?
Fica na net até de manhã cedo.
Banho? Nem pensar!
Agora, hoje mesmo, fico com medo de ele não acordar na hora.
E perder o horário.
Ligar no celular dele é quase sempre infrutífero.
Ainda bem que tem o irmão mais novo dele.
Para ajudar a dar corda.
Mas nunca se sabe.
Pai sofre!

sábado, 13 de dezembro de 2014

2014 se ia! Voltara a chover?

Lânguido e calorento Dezembro vasava em agonia.
Temíamos uma seca eterna, como nos desenhos animados de antigamente.
Não veremos país nenhum!?
Agora vinham as primeiras chuvas e com ela os alagamentos velhos e alguns novos, na Zona Norte e na Leste...
Vontade de encher as represas!
Precisamos começar a reflorestar!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dezembro: É o fim! (de 2014...)

Luzes de Natal
Cestas de Natal
Espírito de Natal...

Quinze dias
Pro Natal!

Guirlandas nas portas de entrada
Bolas douradas e outros enfeites
Nos pinheirinhos e tuias

E boa vontade,
Amor
Caridade!

ESPERANÇA

Pode chegar, 2015!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Participantes da passeata anti - Dilma no sábado

Paulista, essa nossa querida avenida, tem sido usada por um monturo que quer a volta da Ditadura Militar.
Sábado passado cerca de 5.000 pessoas entoaram seu "Fora Dilma".
Entre elas, segundo a Folha, a dentista Cristiane TOLO (pode ir lá ver).
No meio dos mais de mil golpistas, João Woerdenbag (o ex-Lobão) se alterava: "Cadê o Caiado....? Estou pagando de OTÁRIO"!
No que concordo plenamente!

Florência Kirchner é "Tucana"!

Nada a ver com o Aécio e a vontade de destruir os ganhos sociais e entregar o que puder para as multinacionais...
Seu pai era chamado de Pinguim, a mãe de Motonera ou Matambrita...
A filha  mais nova de Cristina e Nestor tem o apelido por causa de seu narizinho.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Sábado é dia de...

Acordar cedo querendo transar.
Não transar.
Ir tirar sangue e entregar urina de 24 horas no Hospital do Rim...saúde é o que importa...
Cuidar dos varais, cuidar dos suportes de toalha de rosto do banheiro dos meninos.
Comprar coisas novas para substituir as velhas.
Falar com o malucão dono da Casa Pais na Joaquim Floriano.
Altos papos mecânicos domésticos.
Comer no almoço.
Beber um vinho.
Beber outro vinho.
Beber uma tequila.
Fumar.
Fumar outro cigarro.
Escrever no blogue, no blog.
Blogar.
Vai virar verbo do Aurélio.
Tudo, quase tudo vai pro Aurélio.
O que existe, que a língua viva absorve.
Amém, português Brasileiro.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Como viver um luto, de Contardo Calligaris

Qual é o melhor jeito de viver um luto? Agora que ele/ela morreu, agora que perdi a saúde, agora que a casa caiu, como é que eu faço para continuar com minha vida?
Quase sempre, quem coloca essa pergunta de fora (ou seja, pensando generosamente nas perdas dos outros ou em eventuais perdas futuras) parece acreditar num pressuposto pelo qual, antes de mais nada, quem perdeu um ente querido gostaria de sofrer quanto menos possível e pelo tempo mais curto possível.
Quando passamos por um luto, muitos amigos e parentes apostam no mesmo pressuposto e sugerem que a gente dê um jeito para se distrair e para "esquecer" logo.
Pois bem, o tal pressuposto é errado: "fazer o luto" nunca significa esquecer quem e o que perdemos –ao contrário, para "fazer o luto" e sair minimamente da "fossa" é necessário se lembrar.
Talvez isso aconteça porque se lembrar de quem morreu é um jeito de manter o morto em vida, dentro de nós; sei que essa observação pode parecer mais bonita do que verdadeira, mas aqui vai um exemplo.
Anos atrás, conheci uma senhora idosa, que acabava de perder o único filho (o qual, por sua vez, era jovem e celibatário). Ela ficara sem família alguma, sozinha no mundo; a vida não fazia mais sentido: logo daria um jeito de acabar "esta lástima".
Detesto mentir para consolar. O único argumento que me veio foi o seguinte: se ela se matasse, o filho morreria de novo, com ela, e desta vez definitivamente, pois não haveria mais ninguém para se lembrar dele.
Encontrei uma curiosa confirmação das minhas palavras, quando li uma crônica de David Eagleman, em "A Soma de Tudo" (Rocco): no Além, todos os mortos estão juntos até o momento em que, na Terra, seu nome é pronunciado pela última vez.
Quando isso acontece, alguém vem e leva o morto embora. Não se sabe para onde ele vai, mas a impressão dos que ficam na sala é que a morte verdadeira é aquela –quando chega a última vez em que o nome é pronunciado na Terra.
Por isso talvez, para todos os autores sérios que tratam do tema, o luto nunca seja esquecimento. E, quanto a mim, faço esforços propositais para me lembrar de meus mortos, para mantê-los naquela sala do Além, antes da chamada final.
Uma outra coisa com a qual quase todos os autores sérios concordam é a recomendação que o luto se expresse numa atividade concreta. Você pode fazer algo que a pessoa que você perdeu gostava de fazer ou que você fazia com ela.
Ou, então, criar algo que torne sólido, tangível o trabalho de sua memória –por exemplo, escrever um diário do luto, contando como ele ou ela lhe fazem falta, mas continuam na sua vida.
Boris Fausto, justamente, nos últimos três anos, depois de perder Cynira, a companheira de uma vida, escreveu o diário de seu luto: "O Brilho do Bronze" (Cosac Naify, R$ 39,90, 240 págs.), lançado em novembro.
Fazia muito tempo que não eu lia nada tão verdadeiro, tão honesto e tão justo. Terminei o livro numa sentada só e guardo ele ao alcance da minha mão; claro, é porque posso querer reabri-lo de vez em quando, mas não é só por isso: "O Brilho do Bronze" é uma obra companheira, como os "Ensaios" de Montaigne ou as melhores coisas de Roland Barthes –quero que o livro fique comigo e me acompanhe durante um tempo.
Talvez seja por causa do próprio luto, talvez seja por causa da idade (84 anos), mas o fato é que Boris Fausto escreve com a liberdade de quem não tem nada para esconder, nem de si mesmo.
Entende-se que livro seja um companheiro e amigo para qualquer um que esteja vivendo um luto. E não diga que ter amigos em carne e osso com quem conversar seria melhor do que ter um livro para ler.
O livro de Boris Fausto é mais sábio do que a média dos amigos. Além disso, uma grande parte dos nossos lutos são inconfessáveis e são vividos sem poder falar nada para ninguém: pense no luto de quem perde o homem da sua vida, que não é o marido –ou a mulher de sua vida, que nem a própria sabia que era"¦
Kenneth Doka, um famoso gerontologista da Faculdade de New Rochelle, em Nova York, descobriu a importância (quantitativa e qualitativa) dos lutos não autorizados ("disenfranchised"), que precisamos viver sozinhos, em silêncio –porque os sentimentos eram e devem continuar escondidos, porque a sociedade não leva a sério a perda que sofremos, porque o laço era de alguma forma vergonhoso e a dor seria uma confissão.
Enfim, com ou sem luto, o livro de Boris Fausto é um amigo para qualquer um que, por qualquer razão, esteja perdendo sua fé na escrita e na leitura.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014