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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

domingo, 31 de janeiro de 2016

Pré Carnaval em Sampa

Sábado, 30 de Janeiro, Alceu Valença e Trio Bicho Maluco Beleza.
Domingo, Monobloco.
Valeu Ibira.
Valeu Haddad!
Sampa tá me saindo uma Bahia, um Rio!

"Nesse país não há racismo" Ali Kamel

Hospital bom de Sampa.
Faxineiras negras.
Atendentes mulatos.
Médicos e pacientes brancos.

O mesmo em clubes grã-finos, escolas de rico e empresas!

Menino bebeu prá esquecer e ainda tinha pedra no rim

Dores de amores cobram seu preço.
Choro, vômito, um rolo de barbante nas tripas, gosto de cabo de guarda-chuva azinhavrado.
Duas da matina fomos eu e ele pro velho conhecido, Pronto Socorro do São Luiz.
A última coisa que te dão, é a única que você precisa, analgésicos e anestésicos.
A primeira e única que você queria.
Antes: chá de cadeira, prá ele cadeira de rodas, burocras infindas.
Mais uma cadeira fixa, uma maca num pequeno consultório.
Depois a noite todinha numa poltrona reclinável, um lençolzinho cheio de logotipos.
Luz demais, ar condicionado demais.
Limpinho. As "tias" da faxina às vezes são mocinhas.
Enfermeiros um pouco carniceiros nas agulhadas e noutro tanto gentis.
Monte de exames desnecessários prá tomar grana do Plano de Saúde.
Uma tomo do abdômen, essa prá descobrir que meus genes tão lá.
Nefrolitíase!
Será de ácido úrico também?
Médicos na triagem, no acompanhamento, na alta.
Como o que eu mais temia. Só sairia depois do sol nascido.
Tudo é aprendizado. Ainda hoje faço as minhas cagadas.
Por que não meu molequinho? Só 19.

Fui um pouco ranzinza?

De manhã ele me agradeceu, sincero.
Gostei.
Não o abandonei. Nem abandonarei.
Fiz por ele o que meu pai não pode, não soube ou não teve a chance de fazer por mim.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Objetos de uma sala

A esposa passou a ser mais colecionista que eu mesmo.
Até minhas coisas viraram coleções dela.
Bonecos. Amuletos de várias origens.
Garrafas. Cumbuquinhas e vasos.
Castiçais, quadros, luminárias.
Cadeiras. A onipresente televisão.
O wifi piscante da internet.
Mesas, caixas, caixas de som.
Velas, esculturas, um ovo do Brennand.
Vidros de perfume, uma Shiva de mármore branco indiano.
Tapetes, máquina de café, um bar repleto de destilados.
Crisântemos.
Almofadas!

E o Sofá!

A casa dorme

Nem chegou meia note, o Sábado nem começou. Já já vou dormir.
Amanhã saio só. Me chamará o Centro, Santa Ifigênia.
Comprar conectores para o controlador da placa de aquecimento.
Depois ver a Sandra K na Vila Alpina.
Depois?
Tem Carnaval!
Pré Carnaval!
Meus filhos soltos por aí.
A mulher dorme.
A casa dorme.
Vou cometer outro post e também vou dormir!

Você é um "porco chovinista"!?

Chauvinismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
        
Chauvinismo ou chovinismo (do francês chauvinisme) é o termo dado a todo tipo de opinião exacerbada, tendenciosa ou agressiva em favor de um país, grupo ou ideia. Associados ao chauvinismo frequentemente identificam-se com expressões de rejeição radical a seus contrários, desprezo às minorias, narcisismo, mitomania.


Etimologia

O termo deriva do nome de Nicolas Chauvin, soldado do Primeiro Império Francês[1] , que sob comando de Napoleão Bonaparte demonstrou seu enorme amor por seu país sendo ferido dez vezes em combate, mas sempre retornando aos campos de batalha.
Inicialmente, o vocábulo foi usado para designar pejorativamente o patriotismo exagerado, sendo posteriormente adotado para outros casos.

Análise

O chauvinismo resulta de uma argumentação falsa ou paralógica, uma falácia de tipo etnocêntrico ou idola fori. Em retórica, consubstancia-se em alguns dos argumentos falsos chamados ad hominem que servem para persuadir com sentimentos em vez de razão quem reage mais àqueles que a estes. A prática nasceu fundamentalmente com a crença do romantismo nos "caracteres nacionais" ("Volkgeist", Espírito do Povo, em alemão).

Coxinha chauvinista é o que mais tem. Quer encontra-los: leia os comentários às notícias em sites como o do Estadão, da Folha, do Globo, Zero Hora, etc. Veja não. Não sei mais o que rola na revisteca dos Civita...

Janeiro já se vai

Horário de verão na sua segunda metade.
Saio de casa no escuro, antes das seis.
O negro preto do céu, avante de clarear, vai se transformando.
Vira primeiro um manto de Nossa Senhora Aparecida, a Conceição.
Depois vai para uma camisa de seda da Velha Guarda da Portela.
E, mais prá diante, se desvencilha dos tons de breu e azeviche, de coque e de piche.
Esses ainda sobram em nuvens do horizonte e do zênite.
Antes das sete tem azul celeste na abóbada.
Os dourados vem detrás da Serra, lá do mar.
Acendem dunas espalhadas num Saara de cirros brancos lá de cima.
Salpicam os nimbos.

Meu otimismo trombava.
Muros altos de mais um ano recessivo.

Prá isso mesmo que ele servia.
 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Janeiro desconectado

A firma trocou o plano do telefone.
Fiquei sem internet.
Não que antes eu usasse-o muito para esse fim.
Mas agora miou de vez.
Facebook também desliguei.
Venho aqui não muito amiúde.
Faz um tempo que saquei, meio por necessidade, que tenho que focar.
Mulher, dois filhos.
Irmãos são mais três.
A mãe.
E olhe lá, amigos foram se indo, tão contadinhos.
Aquele círculo de 300 do Face se reduziu quando limei os coxinhas.
Ficar buscando evidências da honestidade de Lula ou da corrupção de FH...enche.
Ficar tagarelando é uma porta aberta para falar merda.
O Moro e o Cardozo que se expliquem, a Dilma que junte gente para dar rumo.
A maior besteira que falei foram dois posts aqui.
Continuo purgando dois anos e meio depois.
Essa "solidão" me apraz?
Até certo ponto sim.
"Antes só que mal acompanhado"?
Aproveito a onda.

domingo, 24 de janeiro de 2016

O povo "comprou" a Paulista

Música: rock, blues, disco, samba...só para citar alguns gêneros.
Todos bem tocados e bem curtidos.
Bicicletas aos milhares.
Gente, mais de um milhão.
Daqui e d´alhures.
Skate, carinho de bebê, monociclos e segaways.
As rodas que quiseres.
Cores, abraços, beijos, sem preconceitos.
Às cinco quase todos "choram"...vai abrir.
Às seis, uma parede de carros "empurra" os pedestres...
Prá calçada, já!
Gosto de quero mais.
Nem a chuva "limpa" a Paulista de seus donos!

Domingo, dia santo

Pede cachimbo!
Acordo, faço o que mais gosto, vejo depois o programa rural.
Moto com a mulher por tudo isso, jardins de madalenas, Angélicas, Consolação, Augusta.
Pina.
Colada?
Não, coteca!
Jardim "da luz, pois meu coração estava escuro"!
Putas velhinhas arrumadinhas, pareciam tias de bairro.
Ir no restaurante Acrópolis, comer com o seu Thassos.
Judeu de sinagoga, boliviano da produção têxtil, coreanos ricos à la Gangnan.
Bom Retiro, te adoro!
Te amo Campos Elíseos.
República e Arouche, são meus irmãos.
O homem não é um vampiro.
Só suga com caninos o sangue de outras vidas.
Sem maldição.

Sampa fazia nos.
São Paulo fazia anos.
462.
Vejo meus tataratataratataravôs em São Vicente, nos Erasmos, em Piaçaguera e em Piratininga.
Em Cuiabá, nos três Bês do Triangu Minero.
Em Pinheiros, Piracicaba, Pirajú, na Vila Bôa dos Goyazes, em Mineiros.
E mais antes.
Byzcaia, Andaluzia, Marrocos, Lems, no eterno Portugal.
Ibéria, és mais que uma remota fazenda!

E hoje faz 32 anos que meu velho se foi.
Pá, pá, pá, pá, pá!
Papai papai papai!

São São Paulo Sampa meu amor faz 462 anos

Trabalho em Cubatão.
Amanhã trampo.
Então hoje é o dia de comemorar o aniversário dessa cidade.
Nem tão nova, visto que mais velha que Nova Iorque, por exemplo...
Mas menina frente às vetustas Roma e Londres, só para citar duas.
Se que bem se idade fosse documento...

Mas dizemos que nunca devemos maldizer o lugar onde vivemos.
Aliás, devemos bendizer não só o lar, mas também o pão, de onde ele vem.

Então, minha querida São Paulo, que você continue vivendo assim.

Meio louca, meio madrasta.
Mas mãe e pai carinhosos.
Acolhendo gente de Telaviv e de La Paz, de Atenas e de Marília.

Minha casa, minha Gaia.
Te amo!
Parabéns!
Ontem, hoje, amanhã e sempre.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Mais uma Aurora

O Sol, baixo e dourado, feria meus olhos, "riscando" a vista com seu vermelho de ferro em brasa.
O céu azul estava lavado e enxugado ao vento frio e seco depois de uma semana de chuva.
Era verão maduro, mas a sensação era pura primavera.
A Cantareira se reenchia.
Por que não usávamos "replenar"?
A Bilings finalmente cobria quase todas as margens de reentrâncias mais longínquas.
Coisa que não se via desde há 4 ou 5 anos atrás.
As nuvens no horizonte eram nada ameaçadoras.
Só uma bruma que se dissipava.
Eu achava que o ano começava bem, muito bem! 

domingo, 17 de janeiro de 2016

Domingou

São mais de nove da noite. 
Já foi Fausto e tudo mais. 
Paulista e Ibira chapados. 
A sinistrose foi-se.
Sob o sol. 
O "frio" é só uma frente de ar polar. 
Janeiro pela metade. 
2016 crescia.
Como todos os demais anos bebês. 
Adeus, Ano Velho!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

No meio do caminho tinha um jardim

Sexta chega.
Saio de casa com meia hora de atraso em relação aos dias normais.
Invés de 6, saio às 6 e meia.
Não vou de fretado.
Vou de Corolla.
Encho o tanque perto da São Judas.
Imigrantes.
Paro para um café bem forte no Frango Assado.
Compro o tradicional biscoitão de polvilho para compartilhar com os colegas no escritório.
Paro de novo, depois, no Borsatto, apenas para um xixi que eu tinha esquecido.
Ainda assim tenho tempo, não vou chegar antes do expediente começar.
Então decido por uma pequena aventura.
Entre o 2o e o terceiro túnel da descida da Serra, paro ao lado de uma saída "de emergência", na boca de uma daquelas estradas auxiliares "de serviço" que são utilizadas por policiais, socorristas, bombeiros e funcionários da Ecovias.

Paro o carro perto da boca do túnel, sem riscos de acidentes posto que num recuo, e vou caminhar.
A ladeira é muito íngreme, as chuvas recentes deixaram as bordas da estrada escorregadias de limo.

Mas desço até encontrar essas belezas.


A vida é boa.
"A vida é bela.
Só nos falta viver!"

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Sou machista, racista e homofóbico

Mas tou melhorando a cada dia!

Janeirava

Calor mitigado por céus cinzas, umidade e chuva.
Onde os barrancos não cediam, tudo ia bem.
Uma neblina espessa nos contrafortes da Serra.
O comboio nos retinha numa manhã perdida de 5a feira.
Muita gente em férias.
Eu não.
Consegui um bom fundo para minhas pesquisas do ano que estava à minha frente.
Depois disso era um mar de papéis a preencher, assinaturas a colher.
Depois finalmente viriam tardes longas no Laboratório.
O filho mais velho finalmente aparecera.
O mais novo já ia amanhã para São Sebastião, ás volante.
Solenemente falávamos da continuidade do nosso Complexo Industrial.
Era preciso ter planos, pois para velejador sem rumo, todo vento é ruim.
A vida, essa corrente fluida de sensações, esforços, poucas recompensas e sentido ralo, era isso.
Buscar o sentido.
O sentido para mim era esse mesmo.
Ter o tal amor à vida e ir vivendo.
 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Finalmente, Feliz 2016

Néscio Neves, o homúnculo, será um passado distante.
Se um mínimo de justiça se fizer, os 300 mil será o fio da meada que o levará à cadeia.
Junto com Cerveró e o Paulinho.
O dólar a 4 paus reindustrializará o Brasil?
Os jovens pobres saindo de universidades públicas (serão cerca de 500 mil ao ano nas próximas décadas) liderarão em breve o mercado de trabalho.
Eles acreditam que a Lei Áurea vingou.
Acreditam que o Bolsa Família, bem gerido, não cria vagabundos.
A refundação do PT se dará da pior maneira que podíamos imaginar.
Grandes quadros lambuzados serão história.
Virão os Fernando Haddads e outros jovens, bem formados, com o dom da loquacidade verdadeira.
Dilma, revirada, não terá um prego roubado descoberto.
Fernando Henrique será o que sempre foi.
Um arrogante de Higienópolis, lutando contra o avanço dessa "gente diferenciada".
Viva a chuva que reenche os reservatórios.
Viva o povo que no opróbio se reforma e vê que se deixou seduzir por cantos de sereia.
Viva a esquerda ética.
Viva o Brasil, grande, uno, democrático e progressista.
Viva eu, via tu.
Viva o rabo do tatu.
E eu te benzo, eu te curo.
Com bosta de burro!
 

Do Erich Fromm

Curto a Escola de Frankfurt, desde antes que o João leu e nos indicou o "Escuta Zé Ninguém".
Mas revendo algumas de suas ideias, vejo que ele dizia que amor não é o que pensamos.
Temos uma ideia muito "romântica" do assunto.
Amar é saber dar sem pedir.
É uma atitude diante da vida e do mundo.
"E o resto, bobagens meu filho, bobagens"!

Santos é minha também

Minha mãe é daqui.
Minha avó era quase santista, mas caiçaríssima.
Meu avô materno, o caipira Cheruba de Porto Feliz, Itapetininga e Avaré, a adotou.
Depois de um período na Capital, clinicando em odontologia.
Foi sócio e esteve ao lado do ex Govenador Ademar "rouba mas faz".
Até mostrar que a índole dele era diversa.
Passei n férias aqui.
Ainda tenho intimidade com a cidade devido aos tios, primos, amigos.
E ao Paquito, bondinho, Porto, Bolsa do Café e, mais recentemente, o Mar del Plata.
Mas vai daí que tinha que fazer o exame ergométrico do periódico.
Conselheiro Nébias, 518.
Casas vetustas reformadas, uma tradição da cidade.
Doutores e atendentes que não eram mais santistas por falta de espaço.
Tudo correu a contento apesar de algum atraso.
Então dava a hora do almoço.
Pensei em ir almoçar no "Vista ao Mar", o "Rei da Paella".
Sonhava os velhos filés de pescada à dorée.
Dorê, em bom brasileiro.
Foi o que tive.
Couvert, folhas de alface, mariscos, um chopp.
Mais dois filés de peixe empanados e arroz.
Uma tacinha de licor por conta da casa.
Muitos dedos de prosa.
Com o dono do lugar, o garçom há 40 anos na casa, a senhora solitária ao lado.
E um milhão de lembranças.
O começo do casamento, a mulher e eu mocinhos, os filhos pequenos.
Idas e vindas, férias, trabalhos.
Se eu morresse agora mesmo, ia feliz! 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Marília entre as 25 cidades "mais desenvolvidas" do Brasil, segundo a Firjan

Um querido amigo me alerta sobre a divulgação dessa classificação.
Ao mesmo tempo, ele diz que acha que Marília não é tudo isso...
É por aí amigo!
Termos menos favelas e um atendimento de saúde adequado, é ótimo.
Mas a programação de cinema, de teatro e musical, a qualidade das livrarias e da elite intelectual, a situação educacional como um todo, sem falar das embrulhadas políticas e a intimidação dos grupos de poder sobre os cidadãos ainda fazem com que a nossa querida terra natal seja o que é.
Uma cidade média, provinciana, afastada do centro do mundo.
Tem uma qualidade de vida material adequada.
Mas um ambiente cultural, intelectual e político pobre. 

David Bowie morreu

Natalie Cole também.
E eu mesmo não me sinto muito bem...


Porque Deus nos jogou aqui assim, sem prazo certo de validade?

Fim de semana quase perfeito

Sábado acorda-se mais tarde, mesmo se já se abriu o olho para ver a mulher partir (afinal ela trabalha em muitos fins de semanas eventuais, o horário dela é a marmita de quase sempre).
O filho mais velho não vem, não dá resposta, nada a fazer por ele de imediato, mas o coração e a mente o vigiam, preocupados, solidários e amorosos.
O filho mais novo dorme depois de mais uma balada noturna, afinal é o começo de Janeiro, começo de ano, férias escolares (ele terminou o primeiro ano da faculdade que não é lá aquela exigência).
Então tenho o dia inteiro pela frente, antes de encontrar a Kátia no fim da tarde.
Bicicleta até a Ipiranga.
Ruas vazias pelos Jardins. Afinal, repito, é o começo do ano, época mais tranquila da megametrópole.
Compro uma luva para o chuveirinho do apezinho. Inútil, posto que redundante. Instalo a coisa.
Passo uma água pelas paredes e vejo que a HM tem uma revisão a fazer, trocar 5 azulejos.
As horas passam, vou nas Casas Bahia, antigo Mappin, na porta do Teatro Municipal, procurar o cook top, um fogão elétrico vitrocerâmico. Não há. Nem mais à frente, nos Magazine Luíza. Comprar pela internet. Modernidade do comércio de eletrodomésticos.
Um almoço no Ita da Rua do Boticário? Como eles demoram a abrir, fico no Grill Timbiras.
Depois é cuidar do almoço do filho mais novo.
E já dá a hora de encontrar a Kátia na Angélica, comprar lustres e spots, procurar um cinema cujos horários não batem e ir jantar maravilhosamente num mexicano, La Central, com tequilas e margaritas, lá no Copan, vizinho do Dona Onça.
Domingo tinha mais compras, almocinho simples em casa, os Oito Odiados do Tarantino, cabeças explodindo como seria de se esperar, sangue de cenografia espalhando pela cara de outros personagens, tudo fake e autêntico ao mesmo tempo, um pouco como a vida que passa na nossa tentativa de dar sentido ao caos e aleatoriedade da existência.
Chopinho e beirute no velho Frevinho, reformado, encontro com a Simone, a amiga que não foi em frente (pior foi a Cristina, essa deu dor de cabeça). E ver um documentário sobre os anos 80, formadores da minha geração.
Vida que segue! Bem. "Pudera minha vida tá tão boa"! 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O Resumo da Buffa Opera, por Jari Maurício da Rocha

Depois que a expectativa de ver um governo popular cair por si mesmo ruiu, os ânimos se mantiveram amistosos por um bom tempo. Porém, Lula foi reeleito, apesar da judicialização política e da midiatização da justiça.
A boa notícia, no entanto, era que seu nome não estaria nas cédulas de votação da eleição seguinte. Todavia, o mesmo projeto foi reeleito com nome diferente. Foi a gota d’água que faltava para a direita tomar uma atitude, embora viesse tratando disso através de cooptações e ‘sensibilizações’ de futuros servidores em posições estratégicas.
Era preciso agir para acabar com as sucessivas derrotas, desta forma, se iniciou a etapa de evangelização, cuja principal pregação era o apolitismo, introjetado via senso comum. Havia ainda a necessidade de alterar a onda de vergonha dos cidadãos que se esquivavam para se autoproclamarem de direita.
Diante de um governo de esquerda que possibilitou mudanças sociais estruturais, política econômica voltada ao bem estar social, ações transformadoras e visíveis, os militantes de direita desapareceram.
Assim, o apolitismo serviria de estágio para se sair da estima em frangalhos para, num futuro próximo, chegar ao orgulho de se opor. O tiro, no entanto, saiu pela culatra.
A definição “não sou de direita nem de esquerda”, cunhada no processo de despolitização, acabou atraindo possíveis simpatizantes dos partidos de oposição a grupos extremos que chegaram até mesmo a pregar a volta da ditadura.
Foi imperativo concentrar esforços em torno de um ‘Novo’ projeto de ‘Brasil’, cuja plataforma, única e exclusivamente, tinha por fim encerrar a era petista – com o slogan da moralização e do ‘Abaixo a corrupção’ e, por incrível que possa parecer, renegando o próprio Brasil.
A acertada escolha de Aécio Neves – quase 49% dos votos – a criminalização política e a campanha de desmoralização do petismo não foram suficientes para chegarem ao Planalto. E a ‘quase’ vitória serviria para legitimar uma reversão do resultado das urnas.
O ataque iniciou logo após as eleições – o candidato da oposição tinha prazo de validade – e se intensificou a partir do momento em que o PT assumiu pela 4º vez o Governo Federal.
A ideia era criar um sentimento de acanhamento para a esquerda. Só os insanos se atreveriam amparar um governo corrupto. Frases de laboratório seriam repetidas a esmo: “Isso é defender o indefensável; o governo mais corrupto da história; o PT afundou o país; um mar de lamas…”.
Usaram todas as armas possíveis: bombardeio midiático, fabricação massiva de boatos, vazamentos e julgamentos seletivos, desaparecimento de helicóptero com meia tonelada de cocaína e o atiçamento da população para sair às ruas não importando o motivo.
Esta última, aliás, do gigante que despertara, foi como uma espécie de carnaval de rua embalado pelo samba do crioulo doido. Virou motivo de piada nas redes sociais.
Isso também atrapalhou os planos, pois o tempo era limitado para que o golpe obtivesse êxito. Então, os podres começaram a vir à tona. Em pouquíssimo tempo as passeatas, apesar do dinheiro, foram mirrando e chegou-se ao ponto de os adesivos “A culpa não é minha. Eu votei no Aécio” começarem a desaparecer das camionetes de luxo.
Não havia mais como segurar a barragem de lama que ocultava décadas de impunidade, entreguismo e corrupção – sem falar da compra de votos da reeleição e o desmonte do estado na era FHC.
O engavetador geral não estava mais lá e a imprensa (desacreditada, desmascarada) não conseguiu conter a lama nem (que soubéssemos) a 1ª dama (Lu Alckmin) que voava como se o estado, minimizado, fosse suas próprias asas.
Havia ainda o novo filme de Aécio Neves: Os trezentos mil.
Durante o longo período de demonização do governo, houve resistências. Jornalistas, cineastas (Jorge Furtado), atores (Zé de Abreu, Werner Schunemann e Osmar Prado), escritores (Fernando Morais) eram execrados e apedrejados em ‘time line’ pública, mas não se intimidaram.
Só o que faltava ainda era um fato que resumisse num só nome do que o desvairismo e a cegueira eram capazes. E foi no Leblon.
A partir do episódio Chico Buarque, o país começou a se perguntar: A que ponto? E a névoa que encobria a campanha golpista começou a se dissipar. Claro, pelo alto grau de contaminação, alguns ainda fazem coro “Chico é um merda!”. O que dizer deles?
A direita falhou novamente, errou em muitas coisas, mas numa delas acertou em cheio e deverá seguir na estratégia: a fabricação de boatos. Eles apostam na ignorância, no senso comum e na falta de informação.
Por isso, ainda surgirão milhares de boatos, bombardeios incessantes para que não dê tempo de respirar, nem de pensar. Isso servirá de base para novas estratégias que vão sendo traçadas.
Apesar das disputas tucanas internas, um novo nome poderá vir com a força de um lava-jato. Possivelmente, o foco, que era 2018, pode ter mudado para 2022. E isso não significa trégua, muito pelo contrário.
Não se pode desconsiderar nada. Essa turma é incansável, sedutora e esperta. Afinal, são 500 anos de experiência.

Filhos, bens e ainda tudo isso é pouco

A preocupação com objetos achados em roupas nos trouxeram pensamentos abjetos.
O mais novo lutando contra a ideia de se rebelar contra a Polícia do Exército.
A reforma do novo apezinho de perto da esquina mais lembrada da metrópole avança.
A cefaleia se foi, tivemos uma noite boa. De manhã umas alegrias possíveis.
Muito falta, quase tudo.
Comprei o livro de ECBT.
(Algo como terapia cognitiva comportamental emocional, no caso aplicada a casais e famílias).
Sei que o mundo inconsciente é a verdadeira esteira, cama, pano de fundo das vidas que levamos.
Mas não temos tempo nem dinheiro para longas psicanálises.
Então vamos partir, creio eu, para um auto tratamento.
Serei o facilitador.
O que é tudo isso senão a busca da tão propalada felicidade, via o tal amor?
Espero colher os frutos. 2016 será um bom ano!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Muito mais amor

Uma pequena forçada sobre o filho mais novo sobre a reforma do apê e ela já estrila.
Aí fico umas horas para conseguir falar sobre a coisa toda com ela.
Convencê-la de coração que eu ainda sou o homem da vida dela.
Vamos indo. Nada de esmorecer. O caminho da volta é longo.
Um pulo para baixo e uma longa caminhada montanha acima.
Não estou para largar o osso.
Compromissado.
Afinal, é a minha vida, são as nossas vidas.
Nada como um dia após o outro.
Hoje será melhor.
Suas enxaquecas vão se dissipar.
(Eu que nunca as tenho, na 2a também tive dor de cabeça...).
Quero amar, quero amor. O resto virá por acréscimo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Mais amor, não menos

Já tem sido minha sina recentemente.
Quando você não o recebe, não o deve deixar de dar.
Aí precisa mais amor, mais dedicação.
Ajudar a lavar a roupa, estender, passar, guardar nas gavetas.
Lavar a louça na máquina, as panelas difíceis na mão.
Pagar muitas contas, levar para passear de mãos dadas.
Não tem jeito. Só assim ela esquece essa vergonha.
Só assim a vontade dela de ficar sem marido passa.
Sem marido é um passo para arrumar outro.
E, um dia, pela constância, ela volta a ter orgulho.
Vê que você foi consistente como ela sempre quis.
Os filhos criados e encaminhados, a casa boa, a aposentadoria "garantida".
Como se não estivéssemos sujeitos a todo tipo de infortúnio.
Como se a vida não pudesse acabar amanhã.
Como se uma desgraça não pudesse a qualquer momento se abater sobre nós.
Como se o que pareceria simulacro, no fundo fosse o próprio amor.
Não a vã beleza, não a aparência, mas a coisa verdadeira em si.
O que chamamos amor. 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A coisa quase descarrilhou

Depois das bicadas de Ano Novo, tive mais uma paranoia de ciúmes.
Tinha justificativa em fatos, mas bem...você sabe como as mulheres reagem.
A minha é um mistério, não consigo "lê-la"...
Imaginei um fim de vida meio desgraçado.
No final dormimos abraçados, entre choros e risos, algo meio bipolar.
O dia passa, as ideias vem e vão, organizo a agenda do ano, mandei mensagem reconciliatória.
Penso nos meninos, em nós.
Penso sobretudo no relance de felicidade que entrevemos e depois não conseguimos abraçar.
Dias melhores virão!

sábado, 2 de janeiro de 2016

No início de 2016

A mulher tanto fez que transformou em impossível minha companhia pacífica com ela nos primeiros dias do ano.
Vim de Araçoiaba meio puto, parece que ela idem.
Não sabemos nos comunicar, ainda mais no perigoso território das emoções humanas, que tenho e expresso e ela tem e guarda a sete chaves no geral.
A casa vazia é um alívio e um sepulcro.
Refúgio e prisão.
Mas tenho minha cidade, e chuva não me espanta.
Vou sair por aí sem hora e sem rumo (sim, sempre volto aos meus mesmos lugares do centro, Roosevelt, Ipiranga, Arouche, Augusta, Paulista...).

Sorte que não sou muito rancoroso!

Que seja um Feliz 2016!