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domingo, 31 de janeiro de 2016

Menino bebeu prá esquecer e ainda tinha pedra no rim

Dores de amores cobram seu preço.
Choro, vômito, um rolo de barbante nas tripas, gosto de cabo de guarda-chuva azinhavrado.
Duas da matina fomos eu e ele pro velho conhecido, Pronto Socorro do São Luiz.
A última coisa que te dão, é a única que você precisa, analgésicos e anestésicos.
A primeira e única que você queria.
Antes: chá de cadeira, prá ele cadeira de rodas, burocras infindas.
Mais uma cadeira fixa, uma maca num pequeno consultório.
Depois a noite todinha numa poltrona reclinável, um lençolzinho cheio de logotipos.
Luz demais, ar condicionado demais.
Limpinho. As "tias" da faxina às vezes são mocinhas.
Enfermeiros um pouco carniceiros nas agulhadas e noutro tanto gentis.
Monte de exames desnecessários prá tomar grana do Plano de Saúde.
Uma tomo do abdômen, essa prá descobrir que meus genes tão lá.
Nefrolitíase!
Será de ácido úrico também?
Médicos na triagem, no acompanhamento, na alta.
Como o que eu mais temia. Só sairia depois do sol nascido.
Tudo é aprendizado. Ainda hoje faço as minhas cagadas.
Por que não meu molequinho? Só 19.

Fui um pouco ranzinza?

De manhã ele me agradeceu, sincero.
Gostei.
Não o abandonei. Nem abandonarei.
Fiz por ele o que meu pai não pode, não soube ou não teve a chance de fazer por mim.

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