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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Jarbas "Sapateiro"

O Jarbas, Jarbinha, era um meninão que em algum momento apareceu lá no Colégio Cristo Rei. Com o forte sotaque lá de Mar”’r”’ília, a cara meio italianada, engraçada, um tipo meio grande e brincalhão, jocoso e que sofria (todos sofriam por alguma razão) o que depois veio a se chamar de bulying. No nosso tempo era encheção de saco e agüentávamos mais ou menos bem.
Não que ele fosse sapateiro, mas o pai era e fabricava botinões numa sapataria acanhada. Essas botinas “Jeca Tatu”, que depois de reestilizadas, tiveram o bico afinado e eventualmente viraram moda entre “gatinhos” e “cocotas” de meu Velho Oeste.
A sola de pneu reciclado não amortecia bem, mas também não era tão dura assim. O fato de não ter cadarços e sim dois elásticos largos dos dois lados de cada pé a deixa um pouco "fechada", mas o conforto não é ruim, abraça o pé de maneira gostosa. O couro pode ser liso ou acamurçado.
Hoje uso uma dessas, que comprei de um tiozinho no centro de Cerqueira César, lá no Vale do Paranapanema, perto de Óleo, Manduri e a já grandinha Avaré do meu amigo Flávio “de Garça”... A sapataria do homem era (ou devia ser, na minha memória distorcida de poeta) igualzinha, ou pelo menos muito parecida, à do pai do Jarbinha.
Mas mais que tudo, minhas botinas de hoje, lembram de onde eu vim, quem eu sou, e prá onde eu vou na semana que vem!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Anchieta

Serpente de pedra
Que na aurora nublada
Se aquece e ilumina

Morro verde
Artéria comercial
Chão preto e faixas brancas

Concreto e asfalto
Compridas voltas
E revoltas

Enroscada nas brenhas
Enrolada na encosta
Furando túneis como minhoca!

Annunzio in italiano

Ieri matina due colleghi italiani, Boscolo i Avesani, mantengono dialoghi com noi in lengua latina. Sérgio e Vicente, Henrique e io. Buonno é qui noi parlemo e parleró!

Armandinho Confusão

Depois de quase trinta anos, encontro o Armando, irmão do Marcelo Onofri. Um segundo de titubeação e depois nos reconhecemos e depois ele e o Maurício Faria. Falamos de peripécias de décadas, de Marília e Teófilo Otoni, de Campinas e de Gonçalves. Seu irmão foi contratado pela Música da Unicamp...”A Bicha é poderosa” disse ele e eu completei com um “A Bicha não é fraca, não!”. Rimos, trocamos telefones, sentimos por um átimo que éramos jovens de novo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Suco de Maracujá (samba)

Pra me casar com você
Eu vou ter que me cuidar
Contratar um personal
Treiner pra me acelerar
Também vou ter de fazer
Uma dieta alimentar
Catuaba no almoço e ostras antes do jantar
Quando a gente for deitar
Um bom pó de guaraná
Se a quentura tiver morna
Come um ovo de codorna
E se a noite for infinda
Aí só Pau de Cabinda
Se ela quiser bis no fim
Pimenta no amendoim
E depois pra me acalmar
Suco de maracujá

Letra: Martinho da Vila
Música: João Donato

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Xandão em casa

O irmão mais velho do velho oeste me visitava. Dizia coisas da Mariléia, era e estava, se deslocava 450 km do Oeste ao Leste, até à Capitá! Mé, no América, Ariel, filho e sobrinho, irmão mais novo! O Gil, não, pois estava no Canadá! Muié? De regra! Nóis na Japão! Amém!!! Absinto e fumo, tamborim e Gilberto Gil: Vem morena, me beijá!

2013: Janeiro chuvoso

Ontem Cubatão foi uma água só. Pancadas fortes, chuva contínua, uma ou outra estiadinha.
Hoje Sampa “amanheceu” “seca”, saí de casa de moto ainda no escuro e fui até à Conceição sem me molhar na brisa fria da manhã lavada, vento batendo no peito deslizando sobre duas rodas.
Mas na Interligação Imigrantes-Anchieta havia uma chuvinha persistente, e uma neblina espessa e baixa que persistiu até a descida da serra.
Minhas preces são de gratidão, mas peço também chuva para os sertões, para as bacias hidrográficas cujos reservatórios de hidrelétricas estejam ainda com níveis baixos.
Sempre quero o bem. A chuva para a seca, o estio para as inundações, os meninos estudiosos e os jovens batalhadores, os políticos, policiais e juízes honestos, os casaizinhos bonitos começando a vida, os velhos morrendo em paz e sem dor, as crianças em sua inocência ingênua, homens e mulheres nas fainas diárias de país em desenvolvimento.
De boas intenções o Inferno está cheio, mas as minhas são celestiais!
Feliz Janeiro de 2013!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

João Donato é massa!

Sempre fui um privilegiado. Estudei em escola pública até o fim do “ginásio” (1º grau, depois ensino fundamental). Estudei em universidades públicas.
E ontem fui ao lindo SESC Santana. Ver o João Donato, em ótima forma aos seus quase 80 anos (ele nasceu em 1934, no Acre). Mais um time de grossíssimo calibre (Robertinho Silva, Luiz Alves, Ricardo Pontes e Duani Martins, mais uma participação do cubano Jorge Ceroto). Tudo isso pela bagatela de R$ 16 o ingresso inteiro (para comerciários, a coisa pode sair por irrisórios R$4!).
Quase duas horas de puro deleite. Agradeço ao Governo (pois o SESC é “para-estatal”)!

sábado, 12 de janeiro de 2013

A Produção Agrícola Brasileira de 2012

A Produção Agrícola brasileira atingiu R$ 305 bilhões em 2012, ante os R$ 242 bilhões de 2011. Com as quebras na safra de laranjas (de R$ 10 para R$ 3 bilhões) e de café, São Paulo perdeu o primeiro posto para o Mato Grosso.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A crise continua criando desigualdade

Enquanto a maioria dos trabalhadores do mundo aperta o cinto, a Rolls-Royce cresce...A marca detida pelos alemães da BMW disse que vendeu 3.575 veículos em 2012 (1% a mais que o recorde de 2011). O mesmo fenômeno se repte com outras marcas de carros e artigos de luxo. Os mais pobres (da Europa, EUA e de boa parte do mundo) pagam o pato, e os ricos vão ficando mais ricos...Que história antiga, não?

O apagão, Chavez, Dilma e as aves agourentas

O esporte nacional agora é chamar Dilma de incompetente (por um suposto "apagão" elétrico que ninguém sabe se acontecerá...). Parecem que ficam torcendo para ter seca, para os lagos das hidrelétricas não subirem de nível e que todos nos ferremos. Maus bofes!
Vejamos: o consumo de energias no Brasil foi de 37 e 256 (elétrica e total, em 10 exp6 de tep, toneladas equivalentes de petróleo) em 2011, comparado com 26 e 153, nas mesmas unidades respectivamente em 2000. Aumentos de 42% na hidreletricidade e 67% no consumo total de energia em onze anos, levando-se em conta que somos um país de baixo consumo energético per capita (afinal somos um país tropical...a energia solar nos ajuda bastante).
Geralmente as mesmas pessoas parecem rezar para Chavez morrer ou haver alguma conturbação na Venezuela. E tudo indica que o "Socialismo Bolivariano" em implantação no nosso querido vizinho do norte (à despeito de suas enormes mazelas) vai resistir com Maduro mesmo à morte de seu criador.
E também parecem os mesmos que torcem para Lula se mostrar o grande corrupto que querem que ele seja e que (que ironia) Marcos Valério quer restar provado...Lembremos que Marcos Valério, essa figura ignóbil, corrompida e corruptora, apesar de acolitado por petistas já condenados, foi uma cria do PSDB de Minas, esse mesmo que quer Aécio na Presidênica...Irônico, não?
Sei que saio todos dias para trabalhar, escuto essa faladeira e dou de ombros.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Véspera do Dia dos Santos Reis

Se não vou na igreja nem em festas religiosas,
dentro aqui armo um altar para Melquior, Baltazar e Gaspar.
Como se fosse para desmontar a árvore de natal que não tive esse ano
e que minha mulher botou a culpa em mim.
Não, nada tenho contra os símbolos.
O bom velhinho, a árvore, as guirlandas, a ceia,
contra isso não me movo.
Não me movo no contra. Quero nadar a favor, remar.
Deixar de me preocupar com os mensaleiros e os outros tucanos e ex-arenistas, ex-toruradores, o prefeitinho viciado de Marília e esses zés que vão continuar pustulando a Câmara e a Prefeitura de São Paulo, mesmo a despeito de Erundidna, Marta e Fernando.
Não, não é disso que falo. Falo do que precisamos melhorar para sermos minimamente decentes. Todos nós.
Os santarrões de plantão, como meu primo de Mogi, que vociferem suas grandes virtudes de "homens bons", desses que se acham limpinhos, como eu me acho, e ficam me chamando de "petralha"...Eu sou petista e não sou "petralha"!
E ele (o tal primo de Mogi) nem deve ser um "tucanalha"!
E ficamos aqui: que venha um "pibão", que Lula não tenha molhado o biscoito e metido os pés pela Rose, que Dilma e Mantega acertem, que o minério suba como a soja, que eu seja promovido, que os pobres tenham escola, comida e médico, que as casas das vilas como as Brasilândias, das "Famílias Braz" do documentário que vi, que nessas casas como as do Capão Redondo e todas as periferias pobres do Brasil e do mundo as coisas sejam outras, cada vez melhores, mano!
Quero reboco e tinta por fora, quero amor e futuro dentro.
Encho o post desses desejos compartilhados. Esse é meu Ano Novo!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Raduan Nassar doa fazenda à UFSCar

Não satisfeito em doar ao público duas obras primas da literatura nacional (“Lavoura Arcaica” de 1975 e “um Copo de Cólera” de 1978), depois de trinta anos dedicados à agricultura, Raduan Nassar agora doa sua imensa, linda e produtivíssima fazenda da divisa dos municípios de Buri e Campina de Monte Alegre para a grande Universidade Federal de São Carlos...
A propriedade está avaliada em R$ 20 milhões, conta com equipamentos modernos como irrigação por pivô, tratores e colheitadeiras. Produz milho, soja, trigo e gado.
Enquanto eu não consigo escrever nada que preste e fico correndo atrás de um salariozinho e de um premiozinho de loteria, esse verdadeiro “Turco Louco” me dá uma dessas!
E tem mais: disse que não assinaria a transferência se a imprensa aparecesse na cerimônia de assinatura da doação.
Atitudes como essa, mesmo se incompreensíveis para nós normais, são imprescindíveis!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ano Bom!

Às primeiras horas de 2013 minha cabeça era um Pentecostes.
O Espírito que em mim habita despejava palavras de paz sobre os ouvidos de uma audiência desconhecida.
Éramos juntos um conjunto de significados. Não explicava em detalhes, era um sentimento de homens sem gênero, de adjetivos sem grau, comunhão pura para além do esmiuçado de sentidos.
Era dois mil, sorte nossa, e era treze, mais sorte nossa ainda. Os brasileiros, nós não perdíamos as esperanças, para além do crescimento pífio. As classes ditas menos favorecidas diziam sim à nova ordem das coisas.
As acusações todas de que Lula era o grande Diabo que "matara" (ou mandara matar) Celso Daniel, que seus filhos eram "donos" do Grupo Bertin, que ele era amante de Rose nas fuças de dona Marisa e que se locupletara completamente no exercício do poder restavam a ser provadas.
Agora era a punição de Dirceu e Genoíno. Era bruto. Era 2013.
A vida seguia seu rumo célere, célebre.
Celebremos!