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domingo, 16 de maio de 2010

Virada Cultural

Da Nove de Julho peguei um ônibus para o Terminal Bandeira, por volta das seis e meia da tarde, ônibus lotado. Carreguei meu utilíssimo Bilhete Único com 20 mangos e passei por sobre aquela passarela que liga ao metrô Anhagabaú. Caminhei pela grande praça que é o Vale do Anhangabaú (onde estavam gafanhotos e outros insetos enormes que despois seriam manipulados, como tratores "manuais" gigantescos, pelos integrantes de um grupo de teatro espanhol). O Municipal em reforma e as cercanias já lotadas.
Desci primeiro para ver o Hermeto Pascoal. 10! Quase pego na braba dele, de tão gargarejantes que chegamos, eu e o Maurício Faria. Uma música seleta e um público idem.
Depois teve Airto Moreira, nesse mesmo palco Boulevar São João.
Já na praça da República, seu Nelson Sargento, riqueza da nobreza dos morros.
O Baile do Simonal (faltaram decibéis e não se conseguia chegar perto).
O Palco do Reggae na Barão de Limeira. Rocks, banquinhos e violões, de tudo de música um pouco.
Mas os astros eram os milhões de cidadãos. Arrumadinhos prá festa. Contentes. Na maior parte jovens. Bebendo sua cerva, seu vinho barato, suas misturas de vodca com guaraná e fumando seus baseados. A Polícia e a Guarda Municipal corretas, dissuasivas (só não entendi porque fazer "rapa" com os isopores de bebidas, eles estavam sevindo o povo com algo importante, líquidos para não sobreaquecermos apesar da noite friacha). Tinha gente rica e gente pobre, mas agora somos, mais que tudo, classe C, a famosa gente remediada, pobrezinhos mas limpinhos, como desejei num passado ainda recente.
Não vi uma briga, não vi muitos bêbados, não vi corre-corres, não vi repressão, nem gente assediando moças, nem gente chata torrando os outros.
Uma pletóra, todos pedindo desculpas pelos eventuais pisões nos pés, tal a concentração e civilidade da gente nossa, paulistana, paulista e brasileira.
Sexta edição, agigantada, CEU's envolvidos, cidades do interior recebendo seu necessário quinhão!
Um Brasil bonito e alegre, digno, feliz e possível, posto que real.
Uma noite para relembrar, mais uma participação na história, só me lembro de tanta gente junta na Passeata das Diretas no já longínguo 16 de Abril do ano de 1984 (26 anos atrás, portanto).
Eu fui, eu vou, eu irei no ano que vem (InshAlah!)!

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