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domingo, 16 de maio de 2010

De repente chove

De repente estia.
Acho um buraquinho azul
perdido no cinza fofo
e distante das nuvens
tão próximas.

Voa lá em cima
um pássaro
e depois passa lerdo
na janela.
Outras nesgas aparecem
Entre nuvens que se esgarçam.

Um ou outro tom de dourado
e no leste um lilazinho
Anunciam ocaso crespusculento.
Invernal.

Esfria.
E esquenta
meu coração.

As pessoas na rua
se apressam na chuva
Mesmo que ela não caia
é como se caísse.

Já conheço essas caras,
se parecem com a minha.
Essas máquinas, esses prédios
Minhas fotografias!

Os versos curtos
marcam a estadia pequena
de um pássaro
numa antena.

Curto.
Fina corda esticada.
Em breve parte.
(28-05-1985)

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