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terça-feira, 23 de setembro de 2008

Historieta familiar III

Nome de anjo de segunda classe da primeira hierarquia, que também quer dizer menino gracioso. Caipira de Porto Feliz. Estudou Odontologia em Itapetininga, no tempo a primeira escola superior do interior de São Paulo, ou quase.
Organizava teatro, saraus de poesia, mostras de arte. Um agitador cultural.
Foi dividir consultório na Capital com um obscuro médico, Dr. Ademar de Barros, que virou político, o "Rouba mas Faz".
Na Revolução Constitucionalista, frente de batalha no Vale do Paraíba, com o "Teatro do Soldado", nosso Garcia Lorca! Dali a pendurar o diploma de dentista foi um passo. Foi ser radialista em Santos. Conheceu uma professorinha.
Casou, teve filhos e os altos e baixos da vida artística o levaram a pedir um cargo para o Ademar, mas sempre se manteve correto e obviamente rompeu com o "padrinho", que, depois, passando em frente à sua repartição na Coletoria de Santos, disse aos compinchas da sua laia: "Ali trabalha um homem honesto".
Não teve casa própria, não teve carro. Mas teve carne, peixe e vegetais frescos sempre sobre a mesa. E queijo reino, azeite "bom" e outras coisas boas que se achavam na "cidade". Pode descançar em paz no travesseiro a cabeça branca.
E na, sua velhice, eu tive o melhor vô do mundo!

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