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quinta-feira, 11 de março de 2010

Ainda lá 1985

O fim de tarde avança em roxos para a escuridão. O verde grama, ainda vivo, prepara-se para a hibernação noturna. Queria falar da beleza que me rodeia, mas o coração palpita pela falta dela no interior de mim.
Ando corrido, experimento pequenos prazeres e continuo existindo. Um contínuo, professor de adolescentes quase como eu mesmo.
Chego perto de uma mulher que me atrai e fico imóvel de palavras.
Espero que quando ela chegue, diga algo. Falei isso ontem e anteontem também. Ainda estou preso em mim.
Vi os seios dela no decote cavado. São pequenos, brancos e achei-os bonitos. Queria tocá-los bem de leve, beijá-los, mordiscar com dentes e lábios até o bico.
Fazer amor! Num dia morto!
E não ter nenhuma vontade depois do frenesi do prazer.
Passar horas numa cama suada e falar amenidades depois, tomar banho frio com ela, lamber seus pentelhos, beijar a ponta do seu nariz.
Quero namorá-la. Acho antiquado pedir alguém em namoro. Precisava dizer tudo com os olhos, até ficar vesgo de tão perto que se olha. Fazer o par de tranças que a deixa com cara de criança que ela é.
Dourado, o horizonte despede o Sol. Pisca uma lâmpada fluorescente. em conjunto os reatores zunem. Talvez haja beleza dentro de mim. Preciso transcender a barreira das carapaças e liberar as frangas que encurralo.
À minha direita degraus sobem para o próximo pavimento. Levam ao patamar superior onde vamos nos ver. Quero morar contigo. Casar por algum tempo, talvez você também queira. Vou te perguntar isso, que não cabe mais em mim.
Quero você e me ofereço em troca!

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