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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cantiga de roda de capoeira

Na espera do consultório tomo água e café bem doce com bolacha (gosto de infância e puberdade, lembrança boa de compartilhar esse sabor com meu primo Nego). Leio revistas e livros que estão ali para isso mesmo.
É um sobrado lindo na Bela Vista. Ao lado, uma ONG dá aulas de capoeira. Escuto sempre umas músicas, atabaques, baques de corpos no jogo, berimbau, percussão de bastão de madeira numa dança, como num congo, como num jongo...
Pelas vozes são "crianças":
"Eu sou feito de sangue e suor
Tenho orgulho e magia
O meu pai foi atado sem dó, minha mãe sofredora Maria
Eu nasci num cantinho do Engenho, cujo nome se chama Senzala
Onde fico escutando o gemido, enquanto o chicote uivava
Faz a faca no peito uma dor, minha boca colava de sede
Hoje eu rezo pros meu antepassados, deitado no fundo da rede
Dona sereia, rainha do mar, ve se não deixa meu barco afundar
Ve se não deixa meu barco afundar, Dona Sereia rainha do mar."
E quando o silêncio se faz, veio uma paz boa de saber que eram jovens bem orientados que ali ao lado faziam coisas boas!

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