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terça-feira, 26 de julho de 2016

Manhã metroviária

Faria Lima às 5:30. Até o preço é diferente, só 2,92.
Sou praticamente o mais branco do vagão, de toda composição.
Porteiros. Faxineiros. Pouquíssimas mulheres. Além de não branco é um horário misógino.
Na Paulista às 5:45 muda um pouco, um pouquinho.
Ajudei um gringo perdido em Pinheiros, ajudei uma deficiente visual.
Na Consolação às 5:47 um terço as mulheres não atingem, mas vão crescendo em número. Poucos brancos como eu,  que nem branco por inteiro sou.
Estou sem medo. Dormi pouco, ainda ansioso. O remédio causa uns pensamentos estranhos, como se fossem dois de mim a conversar conversas diferentes e defasadas ao mesmo tempo.
Ninguém te falou que ia ser fácil ser catapultado da vida familiar depois de décadas.
O importante agora é seguir só e ir se fortalecendo na adversidade. Se não matar, que também não engorde. Ontem peguei um quilo facilmente, com coffee breaks da Sipat.
Vigilância e auto estima. Disciplina corporal e amor próprio. Para tentar viver 4 décadas bem.

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