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domingo, 12 de agosto de 2012

O anti petismo como forma tardia do anti comunismo

A histórica divisão entre esquerda e direita causou e causa divisões profundas na sociedade. O marxismo, sua aplicação vitoriosa na Revolução Soviética e todo desenvolvimento histórico do Século XX são reflexos cabais dessa dicotomia política. No Brasil recente temos esses conceitos, de direita e esquerda, urdidos na vida política brasileira, desde as primeiras idéias anarquistas e socialistas do começo do século passado, passando pelas lutas de Prestes e do PCB, as posições nazi-fascistas das várias ditaduras brasileiras, culminando com o Golpe Militar de 1964 e a repressão que se seguiu, desembocando, depois de um cansaço e desgaste dos militares e da progressiva organização da sociedade civil brasileira, na redemocratização advinda no fim dos anos 80. Essa redemocratização teve duas vertentes: uma "burguesa", liderada por intelectuais e políticos institucionais e apoiada por estratos superiores das classes médias e pelas classes altas (obviamente formando a opinião de classes menos favorecidas através da grande impressa e outros meios de comunicação e "realpolitik") e uma vertente "popular", onde extratos "proletários" e "camponeses" se aliaram a intelectuais, religiosos, sindicalistas, etc. Daí nasce o PT. Com seu poder de mobilização, eventualmente o PT se tornou um partido hegemônico a nível federal e em muitos estados da federação. Por um acaso do destino a antítese atual mais renhida do PT veio a se tornar o PSDB, um partido que pode ser tido como a dissidência "ética" e "social democrata" do antigo MDB. Nesse contexto, o anti petismo é hoje uma mistura de quase tudo o que há de pior na vida pública brasileira! Lutar contra os ideais petistas de uma sociedade mais justa e igualitária, uma sociedade onde "cada homem, um voto", sem os privilégios longamente reservados aos "doutores" e "filhos de algo", na pior tradição colonialista e escravocrata portuguesa, é hoje o péssimo serviço que a "direita" (agora aglutinada ao redor do PSDB e de seu "ícone máximo", José Serra) prestam hoje ao desenvolvimento da política e da sociedade brasileira. Combater os desvios éticos e de democracia interna do PT são ações imperiosas. Tentar transformar o PT em "mais um" é um crime de lesa pátria contra um partido político que é quase o único que pode levar esse nome nessa fase de nosso desenvolvimento social. Dilma, Fernando Haddad, José Eduardo Cardozo, Paulo Teixeira, Graça Foster e outros tantos políticos e técnicos que não citarei por ser uma lista enorme não merecem a injustiça de serem comprometidos com o comportamento eventualmente reprovável de outros seus companheiros de partido.

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