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domingo, 12 de agosto de 2012

Graça Foster faz seis meses à testa da Petrobrás (da Folha)

Quinze dias depois de tomar posse na presidência da maior empresa do Brasil e quinta maior de energia do mundo, a engenheira Maria das Graças Foster, 58, marcou uma reunião com um suposto desafeto para resolver uma das maiores pendências da companhia nos últimos anos: o atraso de entregas das encomendas feitas ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O endereço, um hotel em Recife; o suposto desafeto, o presidente da Transpetro, Sergio Machado. De lá, partiram para o estaleiro e colocaram as cartas na mesa: ou os donos --as construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão-- resolviam os problemas ou teriam as encomendas de 22 navios canceladas. Além de atrasar entregas, o EAS havia perdido o sócio tecnológico Samsung, após desentendimentos com as controladoras. Sem ele, não poderia entregar encomendas a partir do sexto navio. Depois da visita de Graça Foster --como prefere ser chamada--, tudo foi resolvido. O estaleiro foi multado, entregou o primeiro navio, João Cândido, e o grupo japonês IHI (Ishikawajima-Harima Heavy Industries) tornou-se parceiro para encomendas da subsidiária Transpetro. Estava lançada sua marca: acompanhar tudo o que acontece na firma e passar a limpo os erros da gestão anterior. Os e-mails enviados a funcionários às 3h, comuns nos primeiros dias da gestão, já não são tão frequentes. Mas ligações para assessores próximos antes das 6h ou nos finais de semana são rotina. Na Petrobras o comentário é unânime: nunca se trabalhou tanto como nos meses mais recentes. DIA DE 48 HORAS A executiva já disse a assessores querer que o dia tivesse 48 horas --quatro para dormir; quatro para assuntos fora da Petrobras--, explicitando assim suas prioridades. Discreta, dá a poucos na empresa acesso à vida pessoal. É casada, tem dois filhos e uma neta. A carga de trabalho, que já era grande nos tempos de diretora de Gás e Energia, aumentou, deixando pouco espaço para as corridas na praia e finais de semana em Búzios (litoral norte do Rio). Ainda consegue frequentar a igreja. As reuniões de diretoria, antes apenas às quintas-feiras, agora acontecem também às segundas. Isso tem deixado os diretores exaustos, já que Graça exige relatórios atualizados de todos os projetos em andamento. Alguns precisam visitar obras nos fins de semana para chegar à reunião com a "lição" na ponta da língua. "São seis anos em seis meses", exagera um funcionário, referindo-se à "faxina" que Graça iniciou no dia 13 de fevereiro e ainda não acabou. Talvez nem tanto exagero assim. Chegando invariavelmente às 7h e saindo no mínimo às 22h, Graça imprimiu um novo ritmo na empresa. Nos raros dias que consegue sair do trabalho mais cedo, sempre diz: "Vou tentar dar uma caminhada hoje".

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