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domingo, 14 de agosto de 2011

A Meu Pai

Li o Shasça Milk
E me inspirei
A falar com você

Alexandre
Grande
E não macedônio
Mariliense
Bota suja de massapê
De suas jornadas
No Norte do Paraná

Mãos sujas de apoiar a
Dita Cuja
Ditadura

Mão santa
De defender trabalhadores
(Paradoxo era teu nome!)

E o Maracaí
Traidor
A lhe meter 5 balas
Nas costas
Pelas costas
Covardia!
Lá em Assis
Em 24 de Janeiro de 1984!

Naquele tempo eu andava acampado na Praia do Francês, 30 km ao sul de Maceió, com o João.
Acordei ele um dia para dizer que tinha sonhado com sua morte e fomos até Maceió telefonar e confirmar tua triste morte!

Mas Pai, falar com morto tá com nada, nem espírita não sou. Falo com tua parte viva em mim, no Ariel e no Gil, netos lindos que nunca pudeste ver, pois me deixaste apenas com 19 anos!

Nada mais importa:
Teus netos são lindos,
Sabem que vieram de ti
Como eu.

Somos uns tucura que não valem nada!
Somos o sal da terra.
Nem berne nem carrapato fura esse couro duro.

Dorme em paz.
Canto aqui teu acalanto.

Penso em você me conduzindo pela mão
Lá em Marília
Lá na Rua Particular
E depois na Rua Bandeirantes (de quem descendemos)
Para ir mijar
E não mijar no colchão!

Eu não mijo mais no colchão!
Mas te devo tudo.
Me insuflaste.
Aqui eu estou.

Em seu nome!

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