Os respeitáveis leitores devem se perguntar porquê alguém que se preocupa com as grandes questões da existência ainda se preocupa em assistir jogos de bola (que no dia a dia dos campeonatos regionais e nacionais ela não está nem aí!) e comentá-los.
A Copa do Mundo tem seu valor sim, talvez exagerado para nós brasileiros e sul americanos, mas de grande monta para a humanidade em geral.
Alguns fatos para avaliarmos:
- há correlações com a guerra, mas o máximo de violência em geral que ouvi até agora foram uns crioulos pobres roubarem umas carteiras gordas de turistas endinheirados (mesmo se nos estádios estão usando até garrafas de vidro sem outro uso que não tomar sua cervejinha)
- sublimando essas alegorias guerreiras, trata-se de um esporte extremamente arriscado (qualquer homem grande que já correu atrás da bola com e contra outros bruta montes sabe do que estou falando em termos de fraturar um osso importante ou receber pancadas violentas), mas está sendo jogado de uma forma tão leal e regrada que nada de grave em termos de agressão física ocorreu dentro dos gramados até aqui
- nessa competição, aparentemente, garotos pobres da periferia tem muito mais chances de demonstrar talentos reais (uma mistura de força bruta com balé, de estratégia filosófica requintada com velocidade, de individualidade com motivação grupal, etc) que "filhinhos de papais" das "zonas suls"
- é um esporte onde talentos tão diferentes como o de Messi se igualam aos de Vincent Enyeama (o goleiro da Nigéria que anulou o atacante argentino)
- e por fim, uma competição onde países pequenos (Dinamarca, Uruguai, Eslovênia, etc) tem o "mesmo peso" ou maior que gigantes (Brasil, Índia, China, Rússia, EUA, etc).
Futebol é metáfora então de democracia mundial.
E acordei cedo para ver Argélia x Eslovênia (Grupo C, o mesmo de Estados Unidos e Inglaterra).
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