Postagem em destaque

"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Apocalipses de São Berto

Sonhei a noite toda, em ondas, com o fim do mundo. As causas oníricas eram desconhecidas. Pareciam estar ligadas a colapsos de meteoros, cometas, planetas perdidos ou outros corpos celestes. E essas coisas, mesmo se não acontecem, mas se quase todos acreditam, dão no mesmo. Nos meus sonhos (ainda não eram pesadelos, a tudo eu enfrentava, se não com altivez, com fleuma) era “o dia em que Terra parou”. Numas partes do sonho eu estava no litoral, noutras já na capital. Mas tinha grandes pedaços da ação que se passava na casa do meu irmão em Marília. Eu estava sempre acompanhado, mas naquela atmosfera típica dos devaneios, os interlocutores nunca eram definidos.
Medo da morte iminente que não vinha, noites sem fim, medo dos saques e distúrbios que fatalmente se insinuavam, mas ficavam só no ameaço. Por que vivemos com medo de morrer? Faz parte, é o fim e ponto. Medo da fome eu tinha. E isso minha obesidade de entre 7 e 8 arrobas sempre pronta a mais um naco ou um gole de coisas gostosas e suas conseqüências nefastas (litíase renal, divertículo, hemorróida, artrite, joelho travado, barriga protuberante, as vezes o caminhar dificultado) sabia bem o que era.
Intuía que a saída era voltar para a roça, lavoura arcaica, da onde meus ancestrais vieram, aquela coisa urbo-rurícola.
E no fim do sonho, nessa madrugada, eu me via já sem medo, num dia limpo e com sol, com o embornal nas costas, me agregando a uma grande família de negros bonitos, retirantes dessa nova era pós apocalíptica, caminhando na saída de Amadeu Amaral em direção à Fazenda Ibéria (que já não é mais da família do Tio Roque Villani)...

Nenhum comentário: