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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Velha carta para a irmã

Campinas (circa 3/1987)
Queria irmã e amiga Inês,
penso você e fico aperreado de você não ter muita notícia.
Afinal ocê é filha da Cida e neta da Maria, raça de mulheres preocupadas e aflitas.
Acalme-se, pois. É chegado o tempo das boas novas! Na minha boca pinta a fala de um profeta de após-calipsos e novas eras.
Os dias são sempre novos. Bons. Amo e me divirto. Angustio e sofro. É tão inerente, mas estranhamos a nós mesmos.
Espero resultado concursivo. Com certeza sim, pouca chance de falhar. Sossêgo. Boa vida de solteiro. Trocadinho dos vícios e uma ou outra virtude.
Você? Iapas, Sindiários, São Petropaulo?
Você, sua vida, seu astral? Quero bem a você, a você com o Zé, a você com o Zé e com seu filho...quando? Ser mamãe, Maria que não tão sofridinha como as outras gerações.
Quero um(a) sobrinho(a) para dar chocalho de plástico (rá, rá, rá) e poder ver crescer numa chácara legal, com vida natural, com paz e amor para melhorar o karma desse mundo doido, autodestrutivo que a gente vive.
Assim caminho, acho que tranquilamente.
O resto é esse monte de muralha que a gente quer quebrar a murro.
Ser humano é ser muito burro.
Qual é o problema de ser também burro, se se reconhece a burrice e tenta compreender a lógica irracional (ou o racionalismo ilógico) das coisas que giram em torno da nossa cabeça, desse universo?
Há caminhos e caminhos. Que sejam então diferentes, bons e paralelos para a gente poder se ver lado a lado.
Um beijo do mano
Beto
* Tata, mande as melhores pro Zé e prá quem goste de mim e me lembre.

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