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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Solidão

Hora morta, primeira prece do Islam, 5 da matina, noite calma.
"solidão palavra cravada no coração
resignado e mudo no compasso da desilusão"
(Paulinho da Viola)
"solidão apavora
a lágrima clara sobre a pele escura"
(Caetano e Gil)
"solidão é fera a solidão devora
e faz nossos relógios caminharem lentos
causando um descompasso em nossos corações"
(Alceu Valença)
Hora viva: suco amargo da grapefruit,
A geladeira vibrando seu motor,
O galo que canta depois do muezim,
O carro que passa e leva meu pensamento
Que volta logo para o recolhimento
Das minhas paredes brancas.
O vazio que impera no Universo
Toma conta da minha cabeça...
Mas em breve se dissipa:
Azáfama de se barbear, tomar banho,
Vertir-se e dirigir até "lá em baixo",
Jorf Lasfar, visita do rei Mohamed VI.
Será que o verei, dentro de uma limusine
Ou outro blindado?
Quem sabe ele não me veja?
E talvez tenha inveja da minha vida "comum"
E um pouco vazia, como um palácio real?

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