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sábado, 22 de abril de 2017

Carta ao filho do pai e da mãe

Portas o nome que portas e nada é vivido impunemente.
Arrogo sim.
Como arrogante és em sua mitomania.
Não vou falar da queixa pública que fizeste de sua mãe.
Nem da incapacidade de lavar um copo.
Muito menos da soberba que o impele a dormir na rua para não dormir aqui.
Sei que é vergonhoso também.
Que prefere o orgulho da solidão.
Nunca fomos amigos.
Talvez nunca seremos.
Mas não terá sido por falta de movimento de minha parte.
Sejam os passivos braços abertos ou as ativas admoestações, sempre fui o que liga.
O que visita, o que quer festa, que provê, que acalenta.
Que acaricia e se estapeia. Que se importa.
Não me absurdo mais que não entendas e sempre briguemos.
Eu mesmo já não me importo de te tratar com não se trata a um cão.
São calos de dois manos, que dividiram o beliche, o bidê, o cesto de roupa suja.
Que mamaram o carinho eterno que a memória traga e fuma e cospe e escarra.
No vento contrário, prá cima da cara da gente.
Vemos esses dois corrêas de cerqueiras césares júniores filhos do Xandico e da Cida.
E não entendemos como gato e rato vivam juntos.
Não se largam! O gato sem bigodes e o ratos meio furado de dentes.
Imperfeita combinação.

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