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sábado, 2 de novembro de 2013

Desocupações novembrinas neonatas

Sair cedo de casa para passar o dia de Finados com a tia recém "orfã de filha" e a mãe em Jundiaí.
Pegar a estrada no sol, não ter hora nem pressa e mesmo assim estar correndo, por prazer à velocidade.
Fazer canapés, comê-los com vinho e cerveja.
Receber o irmão e família prá se juntar ao rega bofe e fruição.
Ir num restaurante tradicional do centro daquela cidade e pedir um esisbein à pururuca, completo, com duas salchicas, branca e vermelha, enormes, kassler, chucrute, batatas, kartoffel, cerveja de trigo, arroz ou fetuccini ao pesto?
Café forte, appfelstrudel, voltar na estrada, deixar a mulher que começa a menopausar em casa, sair a pé para a Augusta, repescagem da Mostra no Cinecesc, "Bertolucci por Bertolucci", voltar a pé pelo comércio já natalino e ir enchendo uma sacolinha com brincos prá mulher, camisetas pros meninos, um livro e um cedê prá mim, pegar um táxi, descer a 9, entrar em casa, fritar batata com queijo, tomar limonada de limão siciliano feita na horinha, doce e gelada "comme il faut", pensar em todos e desejar uma boa noite, sonhar os dois filhos universitários no ano que vem, saber que me restam 3 ou 4 décadas no máximo (se não me pegarem o susto, a bala ou o vício), escrever essas mal traçadas, desejar que o mundo veja o que tem que ser visto e sinta o que precisa ser sentido, saber que sou pó e a ele em breve, ou nem tanto, a ele voltarei.
Ser homem de meia idade nessa aurora do século XXI, vivere, vivir, to live and let live, curtir até o último dia, a última hora, até o último minuto, grato, sem canseira dessa existência, tentando mostrar que o Paraíso é isso mesmo, não há céu nem inferno, só a Terra, essa que agora vejo em partes, como um todo...

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