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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Deixando

A vida, ávida
Na ânsia do porvir
É eterno deixar
“Coisas velhas” prá trás

Nascemos para deixar o útero

Vamos à escola prá deixar a casa, se socialiar
Continuamos estudando
E lá vão ficando “jardins da infância”, Primários e secundários

Até deixar por fim a faculdade
E começar pós, especializações, MBA´s
Para as deixar também

Deixei em Marília
Os primeiros amores
E amigos que jurei manter

Deixamos prá trás o primeiro emprego
A primeira mulher
A Europa, a África, a Ásia, os EUA,
Buenos Aires, Lima e Poá
Acumulando coisas e as perdendo
Esquecendo paixões e amores

A infância dos filhos
Com manter?
Varridas como por um furacão!

E no tornado mudo dos dias
Vão bares, casas, bairros
Arrancados e nos tirando as raízes

Vão-se os cabelos negros e suas madeixas cacheadas
Vão-se enfim os cabelos e a boa visão
Vão-se os próximos, pelo que seja
Morte, mudança ou esses malditos computadores onde se ensimesmam!

Vão-se dias e noites vãs

Vai-se finalmente a vida!
E morremos para deixar o féretro!

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