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sábado, 1 de novembro de 2008

"Tempo tempo tempo tempo"

Segredo de acordo sequer explicitado...
Vida eterna na memória, não memória de fatos ocorridos, mas inventados, botando todos desejos enfileirados e ir os pegando um a um...
No começo ainda meio deseperado, com medo de fins abruptos, depois pouco a pouco sabendo saborear os momentos de todos eles!
Enfileirar o tempo dos amigos, da bola, da água, do sol, do sal, das viagens intermináveis por terras de onde não tenho o menor conhecimento prévio e onde as línguas são estranhíssimas, das noites escuras, das aventurase, das leituras solitárias e das infindas festas de 800 talheres e os jantarzinhos íntimos.
Enfileirar o tempo dos amores: uma vida para cada um, um harém sucessivo de mulheres bonitas, filhos, casas a construir, ir de manhã cedo, depois do amor matinal que veio depois da noite bem dormida depois do amor noturno, pegar pão fresco na padaria, jornal novo na banca virgem da manhã zerada, uma cidade sem buzinas e sem fumaças, levar pela mão uma criança saudável, feliz e inteligente, vizinhos gentis, sucessos profissionais, salamaleques, celebridades merecidas, pelo menos vinte anos para cada coisa em seus apogeus...e lá se vão alguns séculos...
Que importa se da vida faltam poucas décadas, se posso sonhar eternidades?
Quem senão eu mesmo crio um mundo, de centenas de vidas nessa única vida, um Universo de muitos mundos, egotrip de onipotência, onde em todos eu sou o tal?

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