Postagem em destaque

"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Nas asas de Deus

Ela tinha uns nomes polacos, mas não era de Curitiba.
Não.
Não era da terra do Moro não, se bem que o Moro era mais interiorano ainda.
Triste aquele juizeco ter o nome do Aldo.
Eu sou mouro, se é que vocês me entendem.
E ela agora era minha polaquinha, eu era seu vampiro.
Ela branca, ruiva, loira, sardenta? Pintadinha com certeza.
Rosas de ek, nem isso eu sabia o que significava.
Uspiana. 63, safra boa, uma cepa de um ano antes da minha.
O que a colocava entre o Valério, a Cláudia sócia dele, os caras de minha república no Butantã, o Vizioli e outros conhecidos mais. Não pedíamos referências, elas eram dadas pela vida que passamos.
Ginásio Scholem, Bandeirantina.
Macabi antes, Hebraica depois.
As inteligentes da Sarah.
Ela a mais novinha, a mais orfãzinha.
A mais magrinha, a mais espertinha?
Bom Retiro com sucesso econômico, Jardins.
Vizinha de alguma forma do Efraim.
E de repente surge esse goi.
Touro. Meio gordo.
Baleado das andanças e do tombo.
Ela já não tinha como seguir sem aceitar aquela mão.
Olhavam para frente, pois pouco veriam se olhassem as pegadas que já tinham deixado juntos.
Ali nem um mês se acumulava.
E já falavam de fuscas e chalés!


Nenhum comentário: