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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Diário Esporádico: 6 anos de confissões, invenções e outras cositas más

Desde 1985, lá no já afastado tempo do curso universitário em Campinas (depois de uma temporada paulistana entre 82 e 84), escrevo diários. Continuei os escrevendo em Marília (entre 85 e 86), novamente em Campinas (entre 86 e 90), em Cajati (de 1990 a 2005), em Sampa (de 2006 a 2008), em El Jadida (2008 e 2009) e depois entre Sampa, Suzano e Cubatão.
Tenho alguns milhares de páginas escritas à mão e umas centenas à máquina.
No fim de 2007 dei um "salto tecnológico" e passei a editar esta versão digital, o tal "blog".
(Blog é uma palavra que resulta da simplificação do termo weblog. Este, por sua vez, é resultante da justaposição das palavras da língua inglesa web e log. Web aparece aqui com o significado de rede (da internet) enquanto que log é utilizado para designar o registro de atividade ou desempenho regular de algo, um "relatório", no caso da minha vida. Numa tradução livre podemos definir blog como um diário "online".)
Com 3.400 "posts" (uma "postagem", a "unidade" de medida de escrita do "blogspot", algo que varia entre algumas linhas ou algumas páginas), esse blog já deve estar chegando a um milhar de "páginas" (uma página tamanho "A4", ou uma página "de livro"). E tenho plena certeza, como qualquer "artista" que 90% é lixo descartável, rascunhos, provas, ensaios...
Revendo o trilhado, vejo o quanto essa atividade me agrada.
Pensei até em transformá-la em profissão. Mas entre o "feijão" e o "sonho", calejado com o insucesso econômico de tantos conhecidos, optei por ter uma carreira segura e levar como "hobby" essa "literatura" (que nunca passou de contos curtos, pequenas crônicas e alguns poemas; ainda chegarei a contos mais robustos e novelas; não sei se o romance é para mim).
Claro que tive meus momentos ruins com isso.
Já me acusaram de ter uma síndrome de "Luana Piovani" (sem ser conhecido como ela).
Sei que "caiu na rede é público".
Mas como em todo "diário secreto" (e esse é "público"!), fiz as besteiras clássicas: ser sincero ao ponto do "sincericídio", mostrar intimidades para pessoas erradas, escrever bêbado ou sob fortes emoções.
Todos sabemos que a transparência é tida como ingenuidade, que a hipocrisia é uma grande virtude social e que a cabeça quente ou "vaporizada" é a pior conselheira.
Ficaram putos por exemplo por eu ter chamado um ex colega de "enrustido".
Falei pataquadas ou belas verdades (não importa) sobre pessoas que não devia.
Recentemente feri a memória de um ente querido, o que resvalou nos seus.
Fiz piadas de bom e mal gosto sobre todo tipo de assunto, até os mais funestos.
Até hoje minha maior audiência (14 mil visualizações em um mês) foi por eu ter feito pilhéria com a morte do jornalista português Carlos Castro.
Às vezes fui mal criado, falastrão, fanfarrão, inconfidente e, para alguns, calhorda.
Mas também fui feliz: quantas e quantas noites, manhãs e tardes eu corria "para cá" feliz (e esse "cá" era o mundo todo: nunca tive conexão móvel; sempre me vali fora de casa de conexões do trabalho, de hotéis, da casa de amigos ou em "lan houses") e aqui "descarreguei" no sentido mais umbandístico possível os "espíritos" (santos ou de porco) que se incorporam nesse "cavalo" quando escrevo.
Alguns grandes amigos não o suportam.
Algumas pessoas queridas dizem que curtem.
Desconhecidos "passam" sem eu saber.
Alguns amigos e conhecidos (ou não) dão um alô nos comentários.
Não sei quanto isso dura, não sei se alguém um dia vai coletar o aproveitável (tenho plena confiança no meu pendor literário). Escrever é preciso e perigoso, como viver, como já disseram o Rosa e o Pessoa (esse também disse que viver não é preciso).
Não sei se alguém vai dizer algo de bom sobre esse ser que, com todos ônus e bônus dessa atividade, se expressa, reflete, desnuda a alma.
Só peço, que a bem da verdade humana, não tomem a parte pelo todo.
Tentem ver os anjos e demônios de um ser integral.
Posso não ser muito bonito, mas esse sou eu e me forço (e a mais ninguém) a gostar de mim!
Acho que, como a tevê, o rádio ou o cinema (entre outros "veículos") vem quem quer: se não gostar do que vê é só "trocar de canal"!
E lembrem-se: há pelo menos a coragem do escancaramento total, estou aqui na vitrine!
E se tenho ideologia e paixões, elas são passíveis de revisão, minhas faltas podem pedir desculpas, meus paradigmas estão abertos às mudanças de idéias, sou capaz de análise de dados e fatos, tenho amor à verdade e posso fazer correções de rota e tirar novas e diversas conclusões.
Quem fica parado é poste, a dúvida é saudável e a mudança é o mais constante na vida.
Abaixo a censura: deixem-me "botar a boca no trombone"!
Como filho de 64, quero que os totalitarismos sejam vencidos, quero ter liberdade de opinião e expressão, quero um novo socialismo democrático e meritocrático, onde ser seja mais importante que ter, compartilhar seja mais importante que competir e haja lugar para todos seres bons e do bem.
E aí sou como um cão tinhoso: não vou largar esse osso.
Que venha o sétimo ano e mais 7 anos!

2 comentários:

Marcão disse...

Hehehehe Betão parabéns!
Muitos anos mais de escritos, com menos ptralhismos, claro (eu também tenho a boca grande), Apoio e aposto no mais ser e menos ter. O socialismo que você sonha não seja o que me condena como "zelite" ...esperança deu lugar a decepção! Sempre que posso leio o que você escreve, rio, entristeço, penso, questiono e muitas vezes te mando tomar no cú! rsrsrsrs. Um grande abraço e vai fundo! Quem escreve pensa, quem pensa age, que age muda, quem muda acerta ou erra. Acertar e errar é viver, e naõ quero morrer sem ter vivido...exatamente como você! Fique com DEUS!

Roberto Cerqueira disse...

Marcão, tamos aqui na "sua" Cubatão, trabalhando na Vale e olhando a vizinha Copebrás...indo em frente nesse caminho que teve a nossa Cajati no começo! Abração e sucesso!