Sílvio Santos, além de receber o Prêmio Nobel de Química pela transmutação da matéria (conseguiu transformar o domingo em bosta), é responsável por desenvolver a "decoração de interiores" dos lares brasileiros menos favorecidos.
Ou seja, esse gênio do porte de Niemeyer, "deu a cara" à sala de estar típica de classes C e D nos anos 70 e 80.
Alguns itens que formaram essa identidade arquitetônica incluem, sem prejuízo de outros:
- a "estante", com tevê, aparelho de som e objetos de decoração
- o jogo de sala revestido em "courvin" marrom
- os citados objetos de decoração para a estante: jogo de canecas com símbolo de times de futebol, relógios de parede com linha de bordado trançada, bichinhos de pelúcia e almofadas de oncinha.
Hoje a coisa se sofisticou e esses ícones foram substituídos por eletroeletrônicos como o celular, o computador e a tv de plasma.
E para vender eletrodomésticos "normais", chegamos à triste conclusão, para os nostálgicos como eu, que o Samuel Klein é mais eficiente...
2 comentários:
mandou bem beto.
Sérgio,
O Brasil tem algo de surreal e muito contraditório, pelas imensas possibilidades de felicidades mescladas à imprevisibilidade das condições objetivas de vida.
As mulheres, principalmente, nesse ambiente foram uma reserva do sonho e da concretização de um "lar ideal". Na precariedade material histórica de nosso povo, um bom jogo de panelas e uma sala limpa e arrumadinha foi um primeiro degrau de conquista que muitas de nossas mães, vós e pais e vôs (e nós mesmo) embarcamos.
Nesse contexto, comprar carnê ou telesena sempre foi uma "porta da esperança" de solução mágica de agruras. SS é (melhor dizer que já foi) o "vampiro" do sangue desses sonhos. O fato possível de ele ter sido roubado por seus próximos (há parentes em toda sua estrutura de negócios) é meio paradigmático e também uma espécie de ironia vingativa do destino. Acho que vamos lembrar dele com desdém no futuro.
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