O necessário (às vezes exagerado) oba oba da invasão do conjunto do Alemão traz um saudável resgate do orgulho de ser policial e andar fardado, bem como o resgate do devido (quando merecido) respeito da população à sua polícia.
Mas não vamos esquecer que as polícias (a do Rio em especial) são corporações mal pagas, sujeitas a jornadas dobradas (ilegais) fazendo segurança privada (quando pouco) ou se envolvendo em crimes (desde roubos e sequestros até os hediondos "esquadrões da morte", milícias e grupos de extremínio).
No Rio são quase 1000 mortos por ano em ações policiais, sendo as vítimas geralmente jovens pretos e pobres. As polícias usam muitas vezes a tática do "atira primeiro e pergunta depois". Geralmente tem vista grossa dos superiores para matar "na ponta" (nas ruas e vielas) sem serem depois julgados. No país todo o número de policiais mortos sobe a 500 por ano, contra talvez mais de 10 mil cidadãos igualmente mortos(quantos seriam inocentes?). São números de uma guerra! E os crimes aí nesse segundo número são perpetrados por agentes do Estado, pagos para protegerem a população...
Isso posto, ontem um jovem negro se ressentia que em sua casa, no Alemão, teriam sido roubados alguns milhares de reais que ele teria recebido de indenização trabalhista!
Ou seja, para manter o clima de "cordialidade" entre policiais e moradores, a polícia tem muito a subir de nível.
E, mudando de pato para ganso, querer acabar com o tráfico assim, de golpe, parece bisonho. Ao mesmo tempo, se teria que acabar com os viciados, o que é ainda mais difícil.
Vai uma descriminalizaçãozinha aí?
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