Vi a foto do Lula abraçado ao Zé Celso Martinez, no lançamento desse programa cultural de incentivo fiscal aos empregadores que propiciarem aos seus empregados mais acesso à eventos e produtos culturais.
Vi no Estadão on line, que leio por ser grátis e bom. O público desse é mais conservador que o da Folha (que não disponibiliza gratuitamente seu site), e então tenho que engulir os comentários (mais das vezes facistóides ou reacionários apenas) dos seus assinantes ou cadastrados.
Os dois que se pronunciaram falavam, um, que o governo corrupto estava comprando os artistas e, o outro, que ia ser mais um vale para ser trocado nos botecos e nas calçadas por qualquer outra coisa (acho que o bem pensante pensou em pinga, cigarro e coca cola). Tá certo que, no quesito corrupção, o Lula não se ajuda defendendo o Sarney...e que muitos artistas são compráveis com migalhas...
Mas ponho meus "óculos cor de rosa" e vejo mais gente entrando pela primeira vez num museu, indo ao cinema (mesmo que seja para ver um filme bobo da Globo), sei lá, indo a um show ao vivo, ou ao teatro.
Cultura é coisa séria, precisa de incentivo sim, e sabemos que a nossas faxineiras e nossos porteiros estão a anos luz de gastar os dez, vinte ou trinta contos como eu gasto em qualquer besteirinha (ou não) do mercado cultural (fantástico aqui na metrópole, modesto nas províncias e inexistente nos rincões!). Talvez essas categorias que citei nem sejam beneficiadas (uma por não ter carteira e outros por serem de um setor de serviços menos propenso a esses benefícios fiscais, já que tem a contabilidade "torta"), mas formas criativas de se financiar a cultura precisam ser criadas e apoiadas dentro de um critério de seriedade na universalização da cultura.
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