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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nunta muta

O filme do título ("Casamento Silencioso" em português), do ator e diretor romeno Horatiu Malaele, é uma tragicomédia sobre como os "latinos" romenos (a antiga Dácia romana) receberam o stalinismo que a URSS impôs-lhes sob a esteira dos tanques de guerra, em pleno auge da guerra fria e nascimento da "Cortina de Ferro".
Mais que isso, é uma pintura que fala de gente da roça, com seus fervores superticiosos, seus preconceitos, sua licensiosidade, seus sonhos de circo e de calor estival, de vontade de fartura. E de como os jovens estão sempre, premidos pela libido, na vanguarda da liberdade!
E ainda trata de temas como o nanismo, a questão cigana no leste europeu, a relação dos chefetes provincianos com o poder central, a subserviência, o pós cosmunismo e o "liberalismo" que o seguiu após a queda de Ceausescu, a complexidade da ideologia marxista-leninista e sua versão "degenerada", o stalinismo, frente às crenças simples e idiossincrasias cristãs ortodoxas e pagãs de interioranos.
A comédia histriônica está lá, seja nas referências aos Três Patetas ou no casamento que eles tentam de todas formas realizar sem um barulhinho sequer.
E a tragédia no final se revela, gigantesca, sem sentido e (assim se transcorre a cena de encerramento, dando indícios de sua veracidade), absurdamente real.

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