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domingo, 26 de julho de 2009

Marcelo Cardia

Na porta de uma sala do Cine Reserva Cultural, lá estava meu primo.
Aparentemente, supus apesar de não ver mãos entrelaçadas ou beijos, estava com a companheira e outra mulher, eventualmente uma amiga dessa, quiçá cunhada.
Demorei para reconhecê-lo, depois vi ali a careca do Tio Luís, seu pai, a cara do irmão mais velho, o Luís Roberto, e alguns traços do outro irmão, o Zezé.
Mas eu fiz como ele, titubeei, não fui o Corrêa comunicativo que tinha que ser, nem o sangue Cerqueira César falou mais forte, nos forçando a comunicar abertamente os laços que nos vinculam. Falar dos anos separados, perguntar dos familiares? E olha que estive com a Marta há bem pouco tempo...
Usei a mesma timidez caturra deles lá e fiquei, entre olhadelas (que achei que ele também as dava, na angústia de não ter que se manifestar, esperando ansioso por entrar na sala e deixar aquilo para lá), parado e calado.
Ele entrou na escuridão e eu levantei e fui para o outro compromisso.
Simultaneidades, rocei um conhecido, um parente e não falei nada!

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