A saga de um ídolo é de sangue. Nunca gostei dele, mas ele reinou absoluto.
Porque Rubens Barrichello não vingou.
Porque Hatzemberger morre após acidente.
Por que Ayrton Senna da Silva morre.
Porque a Ferrari virou uma escuderia sem ética.
Ano 2003, novamente o Alemão com uma serie de coisas mal explicadas se sagraria pela sexta vez campeão do mundo.
Michael Schumacher o maior recordista de títulos poles, pódios, voltas mais rápidas e também o maior vigarista que a Formula Um já teve.
Talvez um "carreirista", um mentiroso da história.
Perdeu para todos que do seu lado alinharam, suas vitorias foram frutos de manobras nos boxes e artimanhas nada legais.
Com certeza a Formula Um perdeu muito em mantê-lo no grid.
Na própria historia da Formula Um é dado destaque muito maior a Ayrton Senna, Juan Manuel Fangio, Jean Clark, Nelson Piquet, Emersonn Fittipaldi do que ao Alemão.
É triste e emblemático ele se esborrachar numa árvore esquiando...
Diário Esporádico: escrito por ROBERTO CORRÊA DE CERQUEIRA CÉSAR, um engenheiro escritor, taurino, pai de dois meninos (por quanto tempo ainda?), com cabelo embranquecendo e caindo, ficando cada dia mais cego!
Postagem em destaque
"Concreto"
Pedra, barro, massa Mão, calo, amassa! Levanta parede No ar D a hora Que se levante! Mora dentro F ora Vi...
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Tchau 2013!
Todo ano que se vai é um pouco luto, um pouco maternidade!
Intentamos e antevemos a ressurreição no velório.
Esperanças, como as de ter ido prás ruas em Junho e Julho, como a de sempre ter apoiado esse projeto que tem feito o Brasil (ainda francamente violento e corrupto) um país um pouco menos injusto e melhor se mesclam com as incertezas de um mundo competitivo onde as ferramentas não estão todas ainda (jamais estarão) em nosso cinto de utilidades.
As alegrias duras de criar dois jovens homens, de apoiar minha esposa, de ajudar a construir uma grande empresa com seus percalços, de participar de famílias e grupos maravilhosos mescladas com as inexoráveis perdas e as indeléveis mágoas (que vamos cicatrizando como tatuagens; serão amanhã o padrão da nossa pele de zebra, de onça ou algo assim).
Só de estarmos vivos, já é quase um feliz milagre.
Feliz 2014!
Intentamos e antevemos a ressurreição no velório.
Esperanças, como as de ter ido prás ruas em Junho e Julho, como a de sempre ter apoiado esse projeto que tem feito o Brasil (ainda francamente violento e corrupto) um país um pouco menos injusto e melhor se mesclam com as incertezas de um mundo competitivo onde as ferramentas não estão todas ainda (jamais estarão) em nosso cinto de utilidades.
As alegrias duras de criar dois jovens homens, de apoiar minha esposa, de ajudar a construir uma grande empresa com seus percalços, de participar de famílias e grupos maravilhosos mescladas com as inexoráveis perdas e as indeléveis mágoas (que vamos cicatrizando como tatuagens; serão amanhã o padrão da nossa pele de zebra, de onça ou algo assim).
Só de estarmos vivos, já é quase um feliz milagre.
Feliz 2014!
sábado, 28 de dezembro de 2013
"Quais serão meus Desejos" de Ed Mota
Então nem vou dizer
Esquece a voz
Repassa o tempo que eu te dei
Inevitavelmente vou me ver
Tentando provar que sim, mas
O tempo mudou pra mim
Nós sem você
Canções vêm me servir
Romper os nós
Soltar os braços, desfazer
Carinhos viciados em você
Um dia percebo o fim
na boca que eu nunca vi
Espera por mim...
Culpas tão inocentes
Rastros vão se apagar
Quais serão meus desejos?
Atração
Por quê?
Nem sei...
Esquece a voz
Repassa o tempo que eu te dei
Inevitavelmente vou me ver
Tentando provar que sim, mas
O tempo mudou pra mim
Nós sem você
Canções vêm me servir
Romper os nós
Soltar os braços, desfazer
Carinhos viciados em você
Um dia percebo o fim
na boca que eu nunca vi
Espera por mim...
Culpas tão inocentes
Rastros vão se apagar
Quais serão meus desejos?
Atração
Por quê?
Nem sei...
Guto
Não eram mil nomes, mas tinha sido muitos. Antônio Augusto, Tony.
Já quase quinze anos levava por lá sem retornar, quase vinte e cinco que ele emigrara: Sidney e depois Melbourne e outras cidades costeiras da Austrália.
Viera de esposa nova e bonita.
Pareciam felizes, ela como pombinha ele como "cavalo velho com capim novo", cinquenta anos eram 30 antigos, saudades de nossos pais, lembranças de avós, mas sobretudo o presente, amistoso e duradouro.
Fruímos uma vida de pratos fartos, copos cheios de delícias, amores familiares, amizades, convivência tranquilíssima num mundo onde todos tememos violências naturais ou interhumana. Éramos enfim felizes.
Já quase quinze anos levava por lá sem retornar, quase vinte e cinco que ele emigrara: Sidney e depois Melbourne e outras cidades costeiras da Austrália.
Viera de esposa nova e bonita.
Pareciam felizes, ela como pombinha ele como "cavalo velho com capim novo", cinquenta anos eram 30 antigos, saudades de nossos pais, lembranças de avós, mas sobretudo o presente, amistoso e duradouro.
Fruímos uma vida de pratos fartos, copos cheios de delícias, amores familiares, amizades, convivência tranquilíssima num mundo onde todos tememos violências naturais ou interhumana. Éramos enfim felizes.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
As sandálias do Mujica
Eis aí os pisantes do presidente do Uruguai, ontem, na posse do novo ministro da economia do pequeno grande país irmão do sul, nossa antiga província Cisplatina. Viva esse velho! Viva a descriminalização do fumo! Os direitos dos gays, o aborto legal e o passado passado a limpo por esse ex tupamaro! Valeu Sr. Mujica! Quem disse que só de pompa e circunstância vive um presidente!
sábado, 21 de dezembro de 2013
La Grande Bellezza
Io sonno giusto arrivato da vedere il nuovo film di Paolo Sorrentino, interpretato da un cast di grandi attori italiani.
Roma si offre indifferente e seducente agli occhi meravigliati dei turisti, è estate e la città splende di una bellezza inafferrabile e definitiva. Jep Gambardella ha sessantacinque anni e la sua persona sprigiona un fascino che il tempo non ha potuto scalfire.
È un giornalista affermato che si muove tra cultura alta e mondanità in una Roma che non smette di essere un santuario di meraviglia e grandezza.
Dame dell’alta società, parvenu, politici, criminali d’alto bordo, giornalisti, attori, nobili decaduti, alti prelati, artisti e intellettuali veri o presunti tessono trame di rapporti inconsistenti, fagocitati in una babilonia disperata che si agita nei palazzi antichi, le ville sterminate, le terrazze più belle della città. Ci sono dentro tutti. E non ci fanno una bella figura. Jep Gambardella, 65 anni, scrittore e giornalista, dolente e disincantato, gli occhi perennemente annacquati di gin tonic, assiste a questa sfilata di un’umanità vacua e disfatta, potente e deprimente. Tutta la fatica della vita, travestita da capzioso, distratto divertimento.
Un’atonia morale da far venire le vertigini. E lì dietro, Roma, in estate. Bellissima e indifferente. Come una diva morta.
Roma si offre indifferente e seducente agli occhi meravigliati dei turisti, è estate e la città splende di una bellezza inafferrabile e definitiva. Jep Gambardella ha sessantacinque anni e la sua persona sprigiona un fascino che il tempo non ha potuto scalfire.
È un giornalista affermato che si muove tra cultura alta e mondanità in una Roma che non smette di essere un santuario di meraviglia e grandezza.
Dame dell’alta società, parvenu, politici, criminali d’alto bordo, giornalisti, attori, nobili decaduti, alti prelati, artisti e intellettuali veri o presunti tessono trame di rapporti inconsistenti, fagocitati in una babilonia disperata che si agita nei palazzi antichi, le ville sterminate, le terrazze più belle della città. Ci sono dentro tutti. E non ci fanno una bella figura. Jep Gambardella, 65 anni, scrittore e giornalista, dolente e disincantato, gli occhi perennemente annacquati di gin tonic, assiste a questa sfilata di un’umanità vacua e disfatta, potente e deprimente. Tutta la fatica della vita, travestita da capzioso, distratto divertimento.
Un’atonia morale da far venire le vertigini. E lì dietro, Roma, in estate. Bellissima e indifferente. Come una diva morta.
domingo, 15 de dezembro de 2013
Un vestido y un amor - Fito Paez
Te vi
juntabas margaritas del mantel
ya sé que te traté bastante mal
no sé si eras un ángel o un rubí
o simplemente te vi
te vi
saliste entre la gente a saludar
los astros se rieron otra vez
la llave de Mandala se quebró
o simplemente te vi
todo lo que diga está de más
las luces siempre encienden en el alma
y cuando me pierdo en la ciudad
vos ya sabes comprender
es solo un rato no más
tendría que llorar o salir a matar
te vi, te vi, te vi
yo no buscaba a nadie y te vi
te vi
fumabas unos chinos en Madrid
hay cosas que te ayudan a vivir
no hacías otra cosa que escribir
y yo simplemente te vi
me fui
me voy de vez en cuando a algún lugar
ya sé, no te hace gracia este país
tenías un vestido y un amor
y yo simplemente te vi
juntabas margaritas del mantel
ya sé que te traté bastante mal
no sé si eras un ángel o un rubí
o simplemente te vi
te vi
saliste entre la gente a saludar
los astros se rieron otra vez
la llave de Mandala se quebró
o simplemente te vi
todo lo que diga está de más
las luces siempre encienden en el alma
y cuando me pierdo en la ciudad
vos ya sabes comprender
es solo un rato no más
tendría que llorar o salir a matar
te vi, te vi, te vi
yo no buscaba a nadie y te vi
te vi
fumabas unos chinos en Madrid
hay cosas que te ayudan a vivir
no hacías otra cosa que escribir
y yo simplemente te vi
me fui
me voy de vez en cuando a algún lugar
ya sé, no te hace gracia este país
tenías un vestido y un amor
y yo simplemente te vi
sábado, 14 de dezembro de 2013
Irmãos
Um diz que é "Delírio"
Outro que é "lírismo erudito"
Outra não diz que não diz
Mas chama prá posse sonhada
De Desembargadora de Juiz!
Coisa chula de dizer
Daquela uma que nos pariu!
Prazer de ter saído da mesma buça
Mas tenho a língua rota de trapo
A caratonha que não rebuça!
Além disso o cabelo mouro
As talas largas da bunda e do naso!
A pele branca se escondida e trigueira
Se me ponho no sol
Como flor, como vaso!
Meu lugar no mundo é o ninho
Da Cida e Xande a prole
Amor que teso alcança
O que não fácil
O que não é mole!
Outro que é "lírismo erudito"
Outra não diz que não diz
Mas chama prá posse sonhada
De Desembargadora de Juiz!
Coisa chula de dizer
Daquela uma que nos pariu!
Prazer de ter saído da mesma buça
Mas tenho a língua rota de trapo
A caratonha que não rebuça!
Além disso o cabelo mouro
As talas largas da bunda e do naso!
A pele branca se escondida e trigueira
Se me ponho no sol
Como flor, como vaso!
Meu lugar no mundo é o ninho
Da Cida e Xande a prole
Amor que teso alcança
O que não fácil
O que não é mole!
Prima
Que o irmanamento das tragédias paternas te permita o perdão pelas más palavras que escrevi num momento de transtorno profundo...Te vejo? Queiram os deuses de amor que sim, redimidos! Se não, fica em paz com seu esposo, filhos, noras e netos, irmãos, cunhadas, sobrinhos, mãe, primos e amigos, com todos cegos que guias, com todos pobres que ajudas, com as pessoas que encontres na labuta ou na fruição. As palavras más do anonimato vão se dissipando em mim... Natal é renascimento, não quero levar aquilo pela vida, mas tenho minha cruz merecida decorrente da falta de freios de minha cabeça perturbada. Agora só posso desejar Feliz Natal e Próspero 2014! Recebe por fim o espírito da visita que o Zen fez prá mim com a Lú lá na Poli depois do passamento do meu. Sinta o abraço do primo, como recebi tantas vezes o seu, o da sua mãe querida, nutriente do coração como a lembrança da nata (masculina) do leite gordo que nos nutriu!
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Dilma vai com Lula, FHC, Collor e Sarney para missa de Mandela
sábado, 7 de dezembro de 2013
"DNA e RG do Mau" de Alexandre Cerqueira César Júnior
"Do que leio do novo,
Lembro os Velhos.
Avos e nós.
Pais e filhos.
Almas únicas
Separadas pelo eterno tempo
Curto!
Lembro-me do choro alto
Do mais novo
E mais alto
Irmão
Que sem religião
Agora ora.
Gênesis lírica e erudita de uma vida dura e limpa.
Vejo em ti e em todos nós, filhos destes teus mesmos exemplos!
Sorte
Sexo
E arte!"
Lembro os Velhos.
Avos e nós.
Pais e filhos.
Almas únicas
Separadas pelo eterno tempo
Curto!
Lembro-me do choro alto
Do mais novo
E mais alto
Irmão
Que sem religião
Agora ora.
Gênesis lírica e erudita de uma vida dura e limpa.
Vejo em ti e em todos nós, filhos destes teus mesmos exemplos!
Sorte
Sexo
E arte!"
"Delírio" (de Maurício Corrêa de Cerqueira César, meu irmão mais novo)
Delírio
Não sei se sou calmo ou se sou violento.
Talvez seja bravo, talvez seja lento.
Traço nítido é o ponderado.
Penso, por vezes, que só estou a favor do vento.
Nem sempre escolho o caminho.
Trilho o terreno e peço que seja seguro.
Há muito não sou mais inocente e puro.
Estou longe de ser santo.
Tem grito que não escuto.
Há lado que não vejo.
Tenho filho que não crio.
Saudade que nunca mato.
Desejo que não confesso.
Sonho que não concretizo.
E mesmo torto me mantenho reto.
Coisa de quem teve exemplo,
Ideologia, caráter e trabalho.
Minha origem não nego. Tem dinheiro que não pego.
Tem trato que recuso. E, mesmo com medo, não fujo.
No fundo, na grande parte do tempo,
Sei que o rico é ser são e sincero o sentimento.
Gosto de quem encontro. Sou imune ao preconceito.
Sigo noite adentro. Saio andando sem rumo.
Alegra-me viver o momento. Talvez quisesse ser bruxo.
Valesse ter sido guerreiro. Esperado seria virar togado.
Quem dera encontrar um credo.
Pelo menos ainda transo. Adoro saborear o sexo.
O que realmente estranho É a falta de discernimento.
Tanto erro repetido, tanta falta de entendimento.
Como me sentir seguro, senão tendo argumento?
Conforto encontro no companheiro.
Há amigo, amor e teto.
Agradeço tudo que tenho.
Se der certo, continuo no rebento.
E de lamento não padeço.
Não sei se sou calmo ou se sou violento.
Talvez seja bravo, talvez seja lento.
Traço nítido é o ponderado.
Penso, por vezes, que só estou a favor do vento.
Nem sempre escolho o caminho.
Trilho o terreno e peço que seja seguro.
Há muito não sou mais inocente e puro.
Estou longe de ser santo.
Tem grito que não escuto.
Há lado que não vejo.
Tenho filho que não crio.
Saudade que nunca mato.
Desejo que não confesso.
Sonho que não concretizo.
E mesmo torto me mantenho reto.
Coisa de quem teve exemplo,
Ideologia, caráter e trabalho.
Minha origem não nego. Tem dinheiro que não pego.
Tem trato que recuso. E, mesmo com medo, não fujo.
No fundo, na grande parte do tempo,
Sei que o rico é ser são e sincero o sentimento.
Gosto de quem encontro. Sou imune ao preconceito.
Sigo noite adentro. Saio andando sem rumo.
Alegra-me viver o momento. Talvez quisesse ser bruxo.
Valesse ter sido guerreiro. Esperado seria virar togado.
Quem dera encontrar um credo.
Pelo menos ainda transo. Adoro saborear o sexo.
O que realmente estranho É a falta de discernimento.
Tanto erro repetido, tanta falta de entendimento.
Como me sentir seguro, senão tendo argumento?
Conforto encontro no companheiro.
Há amigo, amor e teto.
Agradeço tudo que tenho.
Se der certo, continuo no rebento.
E de lamento não padeço.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Nelson "Madiba" Mandela
Rolihlahla Dalibhunga Mandela, vulgo Nelson, morreu em paz, mas soube fazer a guerra quando a luta contra o apartheid o convocou.
O guerrilheiro de ontem (lembrem-se da "legítima defesa"!) foi o construtor da "Nação do Arco Íris".
Um exemplo para os "negros" (=excluídos) de toda espécie, principalmente nesse Brasil que finge ser uma democracia racial (olhe os ricos do Brasil e conclua por si mesmo).
Que seus sucessores e nós todos saibamos aprofundar o legado moral e político desse grande homem que nos deixou ontem.
O guerrilheiro de ontem (lembrem-se da "legítima defesa"!) foi o construtor da "Nação do Arco Íris".
Um exemplo para os "negros" (=excluídos) de toda espécie, principalmente nesse Brasil que finge ser uma democracia racial (olhe os ricos do Brasil e conclua por si mesmo).
Que seus sucessores e nós todos saibamos aprofundar o legado moral e político desse grande homem que nos deixou ontem.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Mais uma Alvorada
Nem a horrorosa arquitetura do ABC
Nessas margens da Imigrantes
Ofusca o brilho do Sol
Nascente
Nas casas feias e inacabadas
Mais elevadas
E numa nesga de grama
Ou nas poucas árvores
Bonitas
O dourado puro da luz
Alveja o urbanismo favelado
Pérolas aos porcos!
Enquanto em Nova Iorque
Executivos reverberam como novas
Minhas idéias do ano passado!
Nessas margens da Imigrantes
Ofusca o brilho do Sol
Nascente
Nas casas feias e inacabadas
Mais elevadas
E numa nesga de grama
Ou nas poucas árvores
Bonitas
O dourado puro da luz
Alveja o urbanismo favelado
Pérolas aos porcos!
Enquanto em Nova Iorque
Executivos reverberam como novas
Minhas idéias do ano passado!
Japão
Como pode
O longínquo ser tão perto?
Terra do Sol Nascente
Mesmo nome
Da rua das minhas auroras
E dessa forma
Bandeiras Paulistas e Jesuínos Arrudas
Ecoam
Álvares Cabrais e Bandeirantes
Da infância mariliense
Nas símiles disparidades geográficas
Sou eu hoje, e criança e moço
As ruas de fora
Refratam as de dentro!
O longínquo ser tão perto?
Terra do Sol Nascente
Mesmo nome
Da rua das minhas auroras
E dessa forma
Bandeiras Paulistas e Jesuínos Arrudas
Ecoam
Álvares Cabrais e Bandeirantes
Da infância mariliense
Nas símiles disparidades geográficas
Sou eu hoje, e criança e moço
As ruas de fora
Refratam as de dentro!
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Lobão morreu!
João Luiz Woerdenbag Filho (*Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1957; e, para mim, +São Paulo, 02 de Dezembro de 2013) foi um feladaputa confuso que fez umas musiquinhas que eu gostei.
Vi o mala no "Roda Morta" da Tevélha Incultura e desisti: neoliberal e antipetista tosco prá mim é a morte.
Quem sabe se ele fizer um roquinho ainda ressuscito ele um pouquinho, mas BEM POUQUINHO.
Se não, véio, é caixão. E vela preta.!
Vi o mala no "Roda Morta" da Tevélha Incultura e desisti: neoliberal e antipetista tosco prá mim é a morte.
Quem sabe se ele fizer um roquinho ainda ressuscito ele um pouquinho, mas BEM POUQUINHO.
Se não, véio, é caixão. E vela preta.!
domingo, 1 de dezembro de 2013
Domingo Nublado
Não chove nem sai sol
Criaturas ínfimas vagueiam no jardim
Máquina range, forno crepita
Tudo se recupera da azáfama da semana
Dezembro agora é fato
A folhinha grita:
Tchau doismiletreze
No ato!
Três lustros já já se vão
Segunda década crescendo
Do século vinteum
E devagar, de Marília, Santos, São Paulo,
De Cajati e El Jadida
Andando vim parar
AQUI!
Criaturas ínfimas vagueiam no jardim
Máquina range, forno crepita
Tudo se recupera da azáfama da semana
Dezembro agora é fato
A folhinha grita:
Tchau doismiletreze
No ato!
Três lustros já já se vão
Segunda década crescendo
Do século vinteum
E devagar, de Marília, Santos, São Paulo,
De Cajati e El Jadida
Andando vim parar
AQUI!
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Do meu "Face" em 18/8/2013 às 3 da manhã
Roberto De Cerqueira César (do Facebook)
18/8
Hoje vim à Marília na carreira com mamãe para enterrar o último tio (irmão do meu pai) do primeiro casamento de meu vô Luiz. Sobram: daquele primeiro casamento (com minha avó Claudimira) apenas a Tia Cota (se foram mais cedo ou mais recentemente o Eduardo, a Iracema, o Erasmo, o Clóvis, a Julieta, meu pai Alexandre e hoje o "Renatinho"). Graças a Deus que do segundo casamento do vovô Luiz (com a minha vó Eugênia) está firme e rija uma turma linda de tios: a Cida, o Paulo, o Zeca, o Joaquim, a Lúcia, o Luís, Sebastião Portes De Cerqueira Cesar e o Alfredo (que foi prá longe e não vejo há tantas décadas!)... Bem mal estou, destruído! Perdi mais um pai! Sei que a dor minha é ínfima perto da dos filhos (Sílvia, Zeca e Nato) e desprezível perto da que sente a esposa, mas ainda assim não para de doer. Força, Tia Meire e todos familiares! A dor só foi amenizada pelo reencontro com os primos e tios, irmão e todos mais. Não por acaso a avenida e o cemitério onde estivemos se chamam da SAUDADE!
Tempo estelar: confuso
Enquanto helicópteros voam, se debate se se deve ou não contratar o ex futuro presidente como gestor "modesto"...
Eu vinha ainda física e psicologicamente combalido, depois de ter a primeira noite de sono em uma semana.
Era já dezembro virtualmente, o novo mês entrando nesse domingo.
O trânsito não melhora até o Natal e Ano Novo.
Pensando, tréguas mostram que o trânsito só melhorará se desistirmos dos carros próprios!
O futuro é andarmos quase só a pé ou de bicicleta.
Teremos carros compartilhados, ônibus, metrôs, trens, navios...
E talvez ainda teremos a nova era da tração animal, sem distopia.
Fico pensando: complicado dizer a verdade, "impossível" escondê-la, justa medida nos escapa.
Envelhecer é um novo adolescer.
Parece que tenho os 15 anos de um, os vinte de outro.
Inseguro, com medo de morrer, medo de "bombar de ano", eternas recuperações e exames e reprovações.
Tábuas da menina bonita que tentamos encantar.
Brigas com amigos por mal entendidos.
Se achando sem grana.
Isso era uma forma de pedir perdão, de perdoar.
E desejar FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!
Eu vinha ainda física e psicologicamente combalido, depois de ter a primeira noite de sono em uma semana.
Era já dezembro virtualmente, o novo mês entrando nesse domingo.
O trânsito não melhora até o Natal e Ano Novo.
Pensando, tréguas mostram que o trânsito só melhorará se desistirmos dos carros próprios!
O futuro é andarmos quase só a pé ou de bicicleta.
Teremos carros compartilhados, ônibus, metrôs, trens, navios...
E talvez ainda teremos a nova era da tração animal, sem distopia.
Fico pensando: complicado dizer a verdade, "impossível" escondê-la, justa medida nos escapa.
Envelhecer é um novo adolescer.
Parece que tenho os 15 anos de um, os vinte de outro.
Inseguro, com medo de morrer, medo de "bombar de ano", eternas recuperações e exames e reprovações.
Tábuas da menina bonita que tentamos encantar.
Brigas com amigos por mal entendidos.
Se achando sem grana.
Isso era uma forma de pedir perdão, de perdoar.
E desejar FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Supremo Tapetão FEderal, de Ricardo Melo na Folha de São Paulo hoje
Derrotada nas eleições, a classe dominante brasileira usou o estratagema habitual: foi remexer nos compêndios do "Direito" até encontrar casuísmos capazes de preencher as ideias que lhe faltam nos palanques. Como se diz no esporte, recorreu ao tapetão.
O casuísmo da moda, o domínio do fato, caiu como uma luva. A critério de juízes, por intermédio dele é possível provar tudo, ou provar nada. O recurso é também o abrigo dos covardes. No caso do mensalão, serviu para condenar José Dirceu, embora não houvesse uma única evidência material quanto à sua participação cabal em delitos. A base da acusação: como um chefe da Casa Civil desconhecia o que estava acontecendo?
A pergunta seguinte atesta a covardia do processo: por que então não incluir Lula no rol dos acusados? Qualquer pessoa letrada percebe ser impossível um presidente da República ignorar um esquema como teria sido o mensalão.
Mas mexer com Lula, pera aí! Vai que o presidente decide mobilizar o povo. Pior ainda quando todos sabem que um outro presidente, o tucano Fernando Henrique Cardoso, assistiu à compra de votos a céu aberto para garantir a reeleição e nada lhe aconteceu. Por mais não fosse, que se mantivessem as aparências. Estabeleceu-se então que o domínio do fato vale para todos, à exceção, por exemplo, de chefes de governo e tucanos encrencados com licitações trapaceadas.
A saída foi tentar abater os petistas pelas bordas. E aí foi o espetáculo que se viu. Políticos são acusados de comprar votos que já estavam garantidos. Ora o processo tinha que ser fatiado, ora tinha que ser examinado em conjunto; situações iguais resultaram em punições diferentes, e vice-versa.
Os debates? Quantos momentos edificantes. Joaquim Barbosa, estrela da companhia, exibiu desenvoltura midiática inversamente proporcional à capacidade de lembrar datas, fixar penas coerentes e respeitar o contraditório. Paladino da Justiça, não pensou duas vezes para mandar um jornalista chafurdar no lixo e tentar desempregar a mulher do mesmo desafeto. Belo exemplo.
O que virá pela frente é uma incógnita. Para o PT, ficam algumas lições. Faça o que quiser, apareça em foto com quem quer que seja, elogie algozes do passado, do presente ou do futuro --o fato é que o partido nunca será assimilado pelo status quo enquanto tiver suas raízes identificadas com o povo. Perto dos valores dos escândalos que pululam por aí, o mensalão não passa de gorjeta e mal daria para comprar um vagão superfaturado de metrô. Mas como foi obra do PT, cadeia neles.
É a velha história: se uma empregada pega escondida uma peça de lingerie da patroa para ir a uma festa pobre, certamente será demitida, quando não encarcerada --mesmo que a tenha devolvido. Agora, se a amiga da mesma madame levar "por engano" um colar milionário após um regabofe nos Jardins, certamente será perdoada pelo esquecimento e presenteada com o mimo.
Nunca morri de admiração por militantes como José Dirceu, José Genoino e outros tantos. Ao contrário: invariavelmente tivemos posições diferentes em debates sobre os rumos da luta por transformações sociais. Penso até que muitas das dificuldades do PT resultam de decisões equivocadas por eles defendidas. Mas num país onde Paulo Maluf e Brilhante Ustra estão soltos, enquanto Dirceu e Genoino dormem na cadeia, até um cego percebe que as coisas estão fora de lugar.
domingo, 17 de novembro de 2013
Zumbi, Caetano Veloso
Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
De um lado cana-de-açúcar
De outro lado, o cafezal
Ao centro, os senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhido por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é o senhor das guerras
Senhor das demandas
Quando Zumbi chega
É Zumbi é quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola
Congo
Benguela
Monjolo
Cabinda
Mona
Quiloa
Rebolo
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
De um lado cana-de-açúcar
De outro lado, o cafezal
Ao centro, os senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhido por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é o senhor das guerras
Senhor das demandas
Quando Zumbi chega
É Zumbi é quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola
Congo
Benguela
Monjolo
Cabinda
Mona
Quiloa
Rebolo
Dominical viagem
Enquanto milhares levaram dez horas para ir à praia e talvez se preparem para levar mais oito na volta, eu curti uma Sampa "vazia", mas já repleta de turistas natalinos de todos cantos. Meus cinemas agradáveis.
A chuva chegou cedo e roubou o ímpeto de buscar jornal ou ir ao Ibira, quem sabe comprar mais comida e fazer um frito ou um assado ou cozido.
Penso na melancolia de Genoíno preso.
Não o reputo no rol dos grandes bandidos da nação, seu erro me parece menor.
Disciplinado no acato aos juízes, os pecados se purgam e ele se prepara, espero, para quando sair, talvez, ver a chibata que hoje se abate sobre um núcleo político do PT amanhã recair em Maluf, Montoro, Covas, Kassab, Alckmin, Serra, etc.
A chuva chegou cedo e roubou o ímpeto de buscar jornal ou ir ao Ibira, quem sabe comprar mais comida e fazer um frito ou um assado ou cozido.
Penso na melancolia de Genoíno preso.
Não o reputo no rol dos grandes bandidos da nação, seu erro me parece menor.
Disciplinado no acato aos juízes, os pecados se purgam e ele se prepara, espero, para quando sair, talvez, ver a chibata que hoje se abate sobre um núcleo político do PT amanhã recair em Maluf, Montoro, Covas, Kassab, Alckmin, Serra, etc.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Feriado da Proclamação da República, 15 de Novembro
Foi em 1889, portanto há meros 124 anos que um Marechal relativamente fiel ao Imperador o destituiu e implantou uma república.
Implantou uma "República Velha", a ser substituída pela "dos Tenentes", que deu no "Estado Novo", que deu no Juscelino, no Jânio e no Jango, para amargar 21 anos de Ditadura Militar, receber o nome de "Nova República" com Tancredo, Sarney, Collor e Itamar.
Chegamos então a FHC, Lula e Dilma.
E assim saímos do jardim da infância político.
O ferro que fere Dirceu e Genoíno deve ferir Kassabs e Alckmins.
E que nos preparemos para mais 125 anos...
Chegamos então a FHC, Lula e Dilma.
E assim saímos do jardim da infância político.
O ferro que fere Dirceu e Genoíno deve ferir Kassabs e Alckmins.
E que nos preparemos para mais 125 anos...
Feriado na varanda
Uma minhoquinha sai de um vaso
E deixa sua terra
A passear na manhã
Pelas pastilhinhas cerâmicas (que foram um dia brancas)
Pelo rejunte escurecido se arrastando
A buscar algo num certo afã
Não liga pro perigo do Sol?
Sente saudades no seu "mede palmos"?
Na brisa fresca bem sã
Não sabe se volta à segurança do vaso?
Se se contorce e vira num espasmo
Escolhendo a direção vã
A vida dela é curta e a família diferente
Ela não é cordata como eu, é um verme
Hermafrodita e anã
E ainda assim duas vidas
Com todo o resto pela frente
Anelídea irmã!
E deixa sua terra
A passear na manhã
Pelas pastilhinhas cerâmicas (que foram um dia brancas)
Pelo rejunte escurecido se arrastando
A buscar algo num certo afã
Não liga pro perigo do Sol?
Sente saudades no seu "mede palmos"?
Na brisa fresca bem sã
Não sabe se volta à segurança do vaso?
Se se contorce e vira num espasmo
Escolhendo a direção vã
A vida dela é curta e a família diferente
Ela não é cordata como eu, é um verme
Hermafrodita e anã
E ainda assim duas vidas
Com todo o resto pela frente
Anelídea irmã!
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Terça feira perdida no tempo
Dormi na Casa de Hóspedes, acordei cedo e arrumei tudo no carro.
Tinha levado bagagem para uma semana inteira.
Esperei o café sair. Tomei. Não sabia o que fazer!
Mas vamos nos aboletar em Piaçaguera prá fazer a peruana falar.
Apesar de de uma certa forma "o feitiço ter se virado contra o feiticeiro", vai tudo bem.
Vamos nos integrar, era o que eu mesmo demandava.
Bem, decidi voltar, mas tinha que cumprir ritos ribeirinhos. Edite e Cananéia pela saída do Botojuru.
Cheguei depois do almoço, há pouco.
Vou pesquisar os aditivos, vou pesquisar a ozonização.
Vamos vender rocha andina a preço "de ouro".
E minha contribuição já foi dada. Só posso me dedicar mais!
Tinha levado bagagem para uma semana inteira.
Esperei o café sair. Tomei. Não sabia o que fazer!
Mas vamos nos aboletar em Piaçaguera prá fazer a peruana falar.
Apesar de de uma certa forma "o feitiço ter se virado contra o feiticeiro", vai tudo bem.
Vamos nos integrar, era o que eu mesmo demandava.
Bem, decidi voltar, mas tinha que cumprir ritos ribeirinhos. Edite e Cananéia pela saída do Botojuru.
Cheguei depois do almoço, há pouco.
Vou pesquisar os aditivos, vou pesquisar a ozonização.
Vamos vender rocha andina a preço "de ouro".
E minha contribuição já foi dada. Só posso me dedicar mais!
sábado, 9 de novembro de 2013
Começo a entender uma doença minha: talvez tenha cura!
Tem a ver com um certo tipo de programa da televisão...
Tem vários nomes e diretores, seriezinhas televisivas do tipo "Mil e uma formas estranhas de morrer".
Ao mesmo tempo que tratam superficialmente com "respeito", no fundo é um circo de horrores para entreter os vivos com as bizarrices das formas de apresentação da "iniludível"...
Foi por aí que saiu aquele post maldito sobre o tio e a risada nervosa sobre o primo do Mau...
Dai-me a reconciliação, Mané!
Consoada (Manuel Bandeira)
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
Tem vários nomes e diretores, seriezinhas televisivas do tipo "Mil e uma formas estranhas de morrer".
Ao mesmo tempo que tratam superficialmente com "respeito", no fundo é um circo de horrores para entreter os vivos com as bizarrices das formas de apresentação da "iniludível"...
Foi por aí que saiu aquele post maldito sobre o tio e a risada nervosa sobre o primo do Mau...
Dai-me a reconciliação, Mané!
Consoada (Manuel Bandeira)
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Dia dos mortos e dias dos vivos (Contardo Calligaris)
Mesmo estando em Veneza, não passei pelo cemitério de San Michele no dia dos mortos.
Se eu fosse até lá no dia 2, teria visitado um amigo dos meus pais, que mal se lembraria de mim, e alguns ilustres: Stravinsky, Joseph Brodsky, que é um poeta que me toca e escreveu um livro lindo sobre Veneza ("Marca d'Água", Cosac Naify), e Franco Basaglia, que desencadeou o movimento antipsiquiátrico, no hospital de Gorizia.
É provável que as visitas aos cemitérios se tornem cada vez mais raras. Além de um túmulo concreto, muitos já erigem monumentos virtuais para seus entes queridos, e visitar os mortos, no futuro, talvez signifique passear por um lugar virtual: rever fotos e textos, lembrar-se e deixar um pensamento (há sites para isso, cemitérios virtuais --peoplememory.com, por exemplo).
Na Itália, há também cemitérios reais em que, graças a câmeras filmando ao vivo, é possível visitar qualquer tumba virtualmente, sem sequer sair de casa (a coisa começou, aliás, com os cemitérios de lugares com forte índice de emigração, de modo que netos e bisnetos do outro lado do mar pudessem visitar "i nonni").
Mas a razão pela qual não visitei San Michele é outra. Especialmente em Veneza, para mim, os mortos não estão separados dos vivos. Claro, Napoleão chegou até aqui e instituiu os cemitérios (entre eles San Michele), proibindo que os mortos fossem sepultados perto dos vivos.
Mas meu pai pensava diferente de Napoleão; para ele, a presença dos mortos não tinha por que ser pavorosa ou insalubre --ao contrário, ela só enriquecia nossa vida.
Meu pai queria que eu me interessasse pelas pedras da cidade, por sua arte e por sua história. O jeito que ele encontrou foi me seduzir com histórias (algumas verdadeiras, outras --suspeito-- inventadas).
Em Veneza, há mais de uma rua dos assassinos, mais de um "malcantón" (canto ruim), mais de uma ponte do diabo ou dos esquartejados. De todos esses lugares, uma lenda explica o nome. Mesma coisa para cada pedra estranha no meio da calçada, cada busto de anjo ou de diabo num muro. Para quem cresceu ouvindo essas histórias, o passado é uma outra dimensão, quase presente, visível, e a cidade é povoada pelas sombras dos que foram. Por exemplo, visitei a parte da Bienal de Arte que é apresentada no antigo Arsenal. Artistas contemporâneos mostram suas obras, inclusive ao ar livre, nas docas onde eram construídos os navios da República. Reis e poderosos, passando por Veneza, sempre eram convidados a festas no Arsenal, que duravam uma tarde, para eles constatarem que, numa tarde, Veneza conseguia construir um navio. Pois bem, no Arsenal, misturo-me à fauna variada da Bienal, mas nunca deixo de enxergar, no fundo, o trabalho dos obreiros que terminavam uma galera num dia só. Uma vez, passeando pelas Fondamenta delle Zattere num fim de tarde, meu pai me mostrou o enorme edifício do moinho Stucky, abandonado. Ele apontou luzes trêmulas nas janelas escuras. Eu não enxerguei nada, mas aprendi que aquelas eram as chamas que assinalavam o lugar onde jazia a beata Giuliana de Collalto, esquecida na vala comum das freiras de seu mosteiro, no fim do século 13. Nada demais, só que o mosteiro de Giuliana tinha sido demolido e, no seu lugar, surgia, justamente, o moinho Stucky, uma gigantesca oficina neogótica. Ora, em 1910, o próprio Stucky foi assassinado, e, em 2003, o moinho, antes de se tornar mega-hotel, sofreu um grave incêndio. Talvez tenha sido Giuliana de Collalto; talvez e mais provável, tenha sido a sombra de John Ruskin voltando para defender o gótico de sua Veneza amada contra o horror neogótico do Stucky. Seja como for, no dia dos mortos, não precisamos visitar os cemitérios porque nossos mortos já estão entre nós (ou dentro de nós). E não é necessário ter medo: eles, em tese, estão do nosso lado e contra nossos inimigos. Por quê? A melhor resposta é a de Cinqué, na versão que Steven Spielberg filmou da história do navio "Amistad". No filme, Cinqué explica a John Quincy Adams (seu advogado) que ele chamará seus antepassados para que o ajudem na hora do processo no qual será decidido se ele ganhará sua liberdade de volta ou continuará escravo. Cinqué afirma com clareza e convicção que os antepassados não poderão deixar de vir para ajudá-lo, por uma razão simples: ele, Cinqué, é a única razão de eles terem existido.
Se eu fosse até lá no dia 2, teria visitado um amigo dos meus pais, que mal se lembraria de mim, e alguns ilustres: Stravinsky, Joseph Brodsky, que é um poeta que me toca e escreveu um livro lindo sobre Veneza ("Marca d'Água", Cosac Naify), e Franco Basaglia, que desencadeou o movimento antipsiquiátrico, no hospital de Gorizia.
É provável que as visitas aos cemitérios se tornem cada vez mais raras. Além de um túmulo concreto, muitos já erigem monumentos virtuais para seus entes queridos, e visitar os mortos, no futuro, talvez signifique passear por um lugar virtual: rever fotos e textos, lembrar-se e deixar um pensamento (há sites para isso, cemitérios virtuais --peoplememory.com, por exemplo).
Na Itália, há também cemitérios reais em que, graças a câmeras filmando ao vivo, é possível visitar qualquer tumba virtualmente, sem sequer sair de casa (a coisa começou, aliás, com os cemitérios de lugares com forte índice de emigração, de modo que netos e bisnetos do outro lado do mar pudessem visitar "i nonni").
Mas a razão pela qual não visitei San Michele é outra. Especialmente em Veneza, para mim, os mortos não estão separados dos vivos. Claro, Napoleão chegou até aqui e instituiu os cemitérios (entre eles San Michele), proibindo que os mortos fossem sepultados perto dos vivos.
Mas meu pai pensava diferente de Napoleão; para ele, a presença dos mortos não tinha por que ser pavorosa ou insalubre --ao contrário, ela só enriquecia nossa vida.
Meu pai queria que eu me interessasse pelas pedras da cidade, por sua arte e por sua história. O jeito que ele encontrou foi me seduzir com histórias (algumas verdadeiras, outras --suspeito-- inventadas).
Em Veneza, há mais de uma rua dos assassinos, mais de um "malcantón" (canto ruim), mais de uma ponte do diabo ou dos esquartejados. De todos esses lugares, uma lenda explica o nome. Mesma coisa para cada pedra estranha no meio da calçada, cada busto de anjo ou de diabo num muro. Para quem cresceu ouvindo essas histórias, o passado é uma outra dimensão, quase presente, visível, e a cidade é povoada pelas sombras dos que foram. Por exemplo, visitei a parte da Bienal de Arte que é apresentada no antigo Arsenal. Artistas contemporâneos mostram suas obras, inclusive ao ar livre, nas docas onde eram construídos os navios da República. Reis e poderosos, passando por Veneza, sempre eram convidados a festas no Arsenal, que duravam uma tarde, para eles constatarem que, numa tarde, Veneza conseguia construir um navio. Pois bem, no Arsenal, misturo-me à fauna variada da Bienal, mas nunca deixo de enxergar, no fundo, o trabalho dos obreiros que terminavam uma galera num dia só. Uma vez, passeando pelas Fondamenta delle Zattere num fim de tarde, meu pai me mostrou o enorme edifício do moinho Stucky, abandonado. Ele apontou luzes trêmulas nas janelas escuras. Eu não enxerguei nada, mas aprendi que aquelas eram as chamas que assinalavam o lugar onde jazia a beata Giuliana de Collalto, esquecida na vala comum das freiras de seu mosteiro, no fim do século 13. Nada demais, só que o mosteiro de Giuliana tinha sido demolido e, no seu lugar, surgia, justamente, o moinho Stucky, uma gigantesca oficina neogótica. Ora, em 1910, o próprio Stucky foi assassinado, e, em 2003, o moinho, antes de se tornar mega-hotel, sofreu um grave incêndio. Talvez tenha sido Giuliana de Collalto; talvez e mais provável, tenha sido a sombra de John Ruskin voltando para defender o gótico de sua Veneza amada contra o horror neogótico do Stucky. Seja como for, no dia dos mortos, não precisamos visitar os cemitérios porque nossos mortos já estão entre nós (ou dentro de nós). E não é necessário ter medo: eles, em tese, estão do nosso lado e contra nossos inimigos. Por quê? A melhor resposta é a de Cinqué, na versão que Steven Spielberg filmou da história do navio "Amistad". No filme, Cinqué explica a John Quincy Adams (seu advogado) que ele chamará seus antepassados para que o ajudem na hora do processo no qual será decidido se ele ganhará sua liberdade de volta ou continuará escravo. Cinqué afirma com clareza e convicção que os antepassados não poderão deixar de vir para ajudá-lo, por uma razão simples: ele, Cinqué, é a única razão de eles terem existido.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Do portal eljadida.com
«Certes nous sommes à Allah, et c'est à Lui que nous retournerons. » (Sourate Albaqara, Le Coran). La disparition de nos parents, proches et amis les plus chers doit nous alerter et nous inciter à faire davantage de bien en aimant autrui sans attendre la contrepartie. Puisse Dieu accorder Sa Sainte Miséricorde à tous les disparus parmi nos parents et amis. - See more at: http://www.eljadida.com/actualite_news_el_jadida/la-mort-ne-depend-pas-de-l-age-a5219.html#sthash.WnPG7vZx.dpuf
"É certo que viemos de Deus, e é a Ele que retornaremos"
O desaparecimento de nossos parentes, próximos e amigos mais caros deve nos alertar e nos incitar sobre as vantagens de bem amar os outros sem esperar contrapartidas. Possa Deus consentir sua santa misericórdia a todos desaparecidos e entre eles nossos parentes e amigos.
"É certo que viemos de Deus, e é a Ele que retornaremos"
O desaparecimento de nossos parentes, próximos e amigos mais caros deve nos alertar e nos incitar sobre as vantagens de bem amar os outros sem esperar contrapartidas. Possa Deus consentir sua santa misericórdia a todos desaparecidos e entre eles nossos parentes e amigos.
domingo, 3 de novembro de 2013
Desocupações novembrinas primodominicais
Escutar Wilson Simonal e Tom e Chico.
Ver o sol brilhar na varanda da laje.
Ter esperanças enquanto cantar e sorrir.
Procurar iguais e viver bem com os diferentes.
Limpar o jardim, o quintal e dentro de casa.
Desocupar não é inútil.
Buscar a essência de viver e se apaixonar pela vida.
Ser implica aceitar a morte.
Todo o resto (trabalhar prá comer) são vicissitudes.
Fruir é o viver em si.
Sem passado e sem futuro.
Só o aquiagora.
Ver o sol brilhar na varanda da laje.
Ter esperanças enquanto cantar e sorrir.
Procurar iguais e viver bem com os diferentes.
Limpar o jardim, o quintal e dentro de casa.
Desocupar não é inútil.
Buscar a essência de viver e se apaixonar pela vida.
Ser implica aceitar a morte.
Todo o resto (trabalhar prá comer) são vicissitudes.
Fruir é o viver em si.
Sem passado e sem futuro.
Só o aquiagora.
sábado, 2 de novembro de 2013
Desocupações novembrinas neonatas
Sair cedo de casa para passar o dia de Finados com a tia recém "orfã de filha" e a mãe em Jundiaí.
Pegar a estrada no sol, não ter hora nem pressa e mesmo assim estar correndo, por prazer à velocidade.
Fazer canapés, comê-los com vinho e cerveja.
Receber o irmão e família prá se juntar ao rega bofe e fruição.
Ir num restaurante tradicional do centro daquela cidade e pedir um esisbein à pururuca, completo, com duas salchicas, branca e vermelha, enormes, kassler, chucrute, batatas, kartoffel, cerveja de trigo, arroz ou fetuccini ao pesto?
Café forte, appfelstrudel, voltar na estrada, deixar a mulher que começa a menopausar em casa, sair a pé para a Augusta, repescagem da Mostra no Cinecesc, "Bertolucci por Bertolucci", voltar a pé pelo comércio já natalino e ir enchendo uma sacolinha com brincos prá mulher, camisetas pros meninos, um livro e um cedê prá mim, pegar um táxi, descer a 9, entrar em casa, fritar batata com queijo, tomar limonada de limão siciliano feita na horinha, doce e gelada "comme il faut", pensar em todos e desejar uma boa noite, sonhar os dois filhos universitários no ano que vem, saber que me restam 3 ou 4 décadas no máximo (se não me pegarem o susto, a bala ou o vício), escrever essas mal traçadas, desejar que o mundo veja o que tem que ser visto e sinta o que precisa ser sentido, saber que sou pó e a ele em breve, ou nem tanto, a ele voltarei.
Ser homem de meia idade nessa aurora do século XXI, vivere, vivir, to live and let live, curtir até o último dia, a última hora, até o último minuto, grato, sem canseira dessa existência, tentando mostrar que o Paraíso é isso mesmo, não há céu nem inferno, só a Terra, essa que agora vejo em partes, como um todo...
Pegar a estrada no sol, não ter hora nem pressa e mesmo assim estar correndo, por prazer à velocidade.
Fazer canapés, comê-los com vinho e cerveja.
Receber o irmão e família prá se juntar ao rega bofe e fruição.
Ir num restaurante tradicional do centro daquela cidade e pedir um esisbein à pururuca, completo, com duas salchicas, branca e vermelha, enormes, kassler, chucrute, batatas, kartoffel, cerveja de trigo, arroz ou fetuccini ao pesto?
Café forte, appfelstrudel, voltar na estrada, deixar a mulher que começa a menopausar em casa, sair a pé para a Augusta, repescagem da Mostra no Cinecesc, "Bertolucci por Bertolucci", voltar a pé pelo comércio já natalino e ir enchendo uma sacolinha com brincos prá mulher, camisetas pros meninos, um livro e um cedê prá mim, pegar um táxi, descer a 9, entrar em casa, fritar batata com queijo, tomar limonada de limão siciliano feita na horinha, doce e gelada "comme il faut", pensar em todos e desejar uma boa noite, sonhar os dois filhos universitários no ano que vem, saber que me restam 3 ou 4 décadas no máximo (se não me pegarem o susto, a bala ou o vício), escrever essas mal traçadas, desejar que o mundo veja o que tem que ser visto e sinta o que precisa ser sentido, saber que sou pó e a ele em breve, ou nem tanto, a ele voltarei.
Ser homem de meia idade nessa aurora do século XXI, vivere, vivir, to live and let live, curtir até o último dia, a última hora, até o último minuto, grato, sem canseira dessa existência, tentando mostrar que o Paraíso é isso mesmo, não há céu nem inferno, só a Terra, essa que agora vejo em partes, como um todo...
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Fernanda
Como tinha ficado de corrigir a declaração de imposto de renda, pedi o dia ao chefe.
Saí cedo de casa, de moto, com medo da chuva e do trânsito sempre complicado, ainda mais ir lá na Vila Alpina, a Zona Leste é quase uma cidade desconhecida e um pouco intimidadora para mim.
Cheguei lá quase dez da manhã.
Na minha frente na fila, um par de nipo-brasileiros ladeados por várias mulheres (achei que eram dois "primos" e três "tias") foram informados para ligar daqui há 15 dias, os fornos deram problemas, dos 3 só 1 funcionou durante uns dias, as cremações "de ossos" atrasaram...
Quando o funcionário me deu atenção, perguntei a ele se o meu caso era semelhante (já pressentindo a perda da viagem...). Mas não! Tuas cinzas estavam lá!
No final eram mais pesadas e em maior quantidade que o que eu tinha previsto. Não comprei urna nem nada. Vieste nas minhas costas, na mochilinha que levei prá isso, num saco de plástico identificado, numa sacola de papel branco que o crematório dá, com seu certificado de cremação (minha fama é talvez ruim, é melhor eu ter todos essas identificações do pacote para não acharem que burlei a família e peguei um saco com um pó semelhante qualquer para enganá-los).
Quando falei com a tua mãe, ela já imaginava que era isso...que eu tinha cumprido mais essa missão que abracei não com alegria, mas com abnegação.
Mas o principal, que já sabes, acho, pois se converso contigo você deve estar naquele umbral encantando, vendo tudo, tudo sabendo...
Vão dar teu nome para uma UBS de Jundiaí, num daqueles bairros bem pobres, onde lutaste para melhorar o atendimento público de saúde aos mais necessitados.
Boquirrotos falam que "nada do governo presta". Eles deviam dobrar a língua antes de falarem de mulheres como tu, minha irmã, nossas primas e tias, meu pai, etc. Funcionários públicos, mais que exemplares, indispensáveis! Valeu prima! Vamos "te espalhar", esse nadinha que deixaste no mundo material, pelos caminhos das catraias de Vicente de Carvalho, da Praia do Góis e da Pouca Farinha...Tuas idéias perdurarão!
Saí cedo de casa, de moto, com medo da chuva e do trânsito sempre complicado, ainda mais ir lá na Vila Alpina, a Zona Leste é quase uma cidade desconhecida e um pouco intimidadora para mim.
Cheguei lá quase dez da manhã.
Na minha frente na fila, um par de nipo-brasileiros ladeados por várias mulheres (achei que eram dois "primos" e três "tias") foram informados para ligar daqui há 15 dias, os fornos deram problemas, dos 3 só 1 funcionou durante uns dias, as cremações "de ossos" atrasaram...
Quando o funcionário me deu atenção, perguntei a ele se o meu caso era semelhante (já pressentindo a perda da viagem...). Mas não! Tuas cinzas estavam lá!
No final eram mais pesadas e em maior quantidade que o que eu tinha previsto. Não comprei urna nem nada. Vieste nas minhas costas, na mochilinha que levei prá isso, num saco de plástico identificado, numa sacola de papel branco que o crematório dá, com seu certificado de cremação (minha fama é talvez ruim, é melhor eu ter todos essas identificações do pacote para não acharem que burlei a família e peguei um saco com um pó semelhante qualquer para enganá-los).
Quando falei com a tua mãe, ela já imaginava que era isso...que eu tinha cumprido mais essa missão que abracei não com alegria, mas com abnegação.
Mas o principal, que já sabes, acho, pois se converso contigo você deve estar naquele umbral encantando, vendo tudo, tudo sabendo...
Vão dar teu nome para uma UBS de Jundiaí, num daqueles bairros bem pobres, onde lutaste para melhorar o atendimento público de saúde aos mais necessitados.
Boquirrotos falam que "nada do governo presta". Eles deviam dobrar a língua antes de falarem de mulheres como tu, minha irmã, nossas primas e tias, meu pai, etc. Funcionários públicos, mais que exemplares, indispensáveis! Valeu prima! Vamos "te espalhar", esse nadinha que deixaste no mundo material, pelos caminhos das catraias de Vicente de Carvalho, da Praia do Góis e da Pouca Farinha...Tuas idéias perdurarão!
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Catherine Deneuve faz 70 anos hoje
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Fer
Não há previsibilidade, aparentemente Deus joga dados.
"Todos" da Saúde de Jund estavam lá, nós também...
Suas cinzas vão ser espargidas em Santos.
Siga em paz, não se preocupe com o filho nem com a mãe.
Suas lições de compromisso e ética foram absorvidas.
Por mais tristes que estejamos pela tua falta, estaremos todos bem!
"Todos" da Saúde de Jund estavam lá, nós também...
Suas cinzas vão ser espargidas em Santos.
Siga em paz, não se preocupe com o filho nem com a mãe.
Suas lições de compromisso e ética foram absorvidas.
Por mais tristes que estejamos pela tua falta, estaremos todos bem!
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Eduardo Campos e Marina Silva
"Dudu Beleza" é o lixo final da cepa do Arraes.
Vem para, com a "voz maviosa" de Marina Silva (essa sim um esdrugum político que mistura AOG com huauasca) dar o alento necessário à direita (serrada por José Chirico e por "Aecinho do Pó").
Eu continuo dando seta prá esquerda.
Dilma neles!
Vem para, com a "voz maviosa" de Marina Silva (essa sim um esdrugum político que mistura AOG com huauasca) dar o alento necessário à direita (serrada por José Chirico e por "Aecinho do Pó").
Eu continuo dando seta prá esquerda.
Dilma neles!
Príncipe Herdeiro
O inglês me chamou.
Acertamos os ponteiros, que bom!
Dei meia volta lá depois de Trindade e voltei.
Amanhã no São Luiz, sétimo!
A cabala toda deve terminar me tirando do vale de lágrimas!
Quem duvidou que a vida recomeça aos 50?
Acertamos os ponteiros, que bom!
Dei meia volta lá depois de Trindade e voltei.
Amanhã no São Luiz, sétimo!
A cabala toda deve terminar me tirando do vale de lágrimas!
Quem duvidou que a vida recomeça aos 50?
domingo, 6 de outubro de 2013
Bernardo Paz do Inhotim e eu
A obra é deslumbrante. O ponto alto talvez tenha sido o Tunga, mas Cildo e Varejão rivalizam...
Os jardins? As galerias? Tudo deslumbrante!
Fomos almoçar no "Tamboril" e o "dono" estava lá, pensei que fosse o Osvaldo Montenegro (rsrsrs). Ele veio com sua barba e cabelos longos brancos e me cumprimentou como se fosse eu habituê e velho amigo!
Valeu Nhô Tim, valeu seu Bernardo Paz!
Os jardins? As galerias? Tudo deslumbrante!
Fomos almoçar no "Tamboril" e o "dono" estava lá, pensei que fosse o Osvaldo Montenegro (rsrsrs). Ele veio com sua barba e cabelos longos brancos e me cumprimentou como se fosse eu habituê e velho amigo!
Valeu Nhô Tim, valeu seu Bernardo Paz!
Dja e eu
Em BH na última sexta à noite no lindo e enorme Palácio das Artes (porque os idiotas só falam mal dos governos?!) teve o show do Djavan.
Ele está em ótima forma às vésperas de completar 65 anos (nasceu em 27 de janeiro de 1949).
E os músicos?! Carlos Bala (bateria), Glauton Campello (teclados), Jessé Sadoc (flügel horn e trompete), Marcelo Mariano (baixo), Marcelo Martins (flauta, saxofone), Paulo Calasans (teclados) e Torcuato Mariano (guitarras e violões), é a mesma banda que gravou o álbum "Rua dos Amores", está afinadíssima, posto que, além de feras, tocam com Djavan (com interrupções...) há 25 anos.
Numa fase mais avançada do show (que durou adoráveis duas horas!) quando todos mais próximos do palco (eram 1700 lugares lotados!) já estavam de pé dançando e cantando em coro ele se dispôs a ir até à beira do palco e pegou as mãos de cada um que as apresentava.
Quando chegou minha vez (sim, eu estava no gargarejo, os 200 mangos mais bem gastos da minha história recente) eu só disse olhando ele nos olhos: "Maravilhoso!".
O que mais se pode dizer de uma abrida de boca só?
Valeu Dja!
Ele está em ótima forma às vésperas de completar 65 anos (nasceu em 27 de janeiro de 1949).
E os músicos?! Carlos Bala (bateria), Glauton Campello (teclados), Jessé Sadoc (flügel horn e trompete), Marcelo Mariano (baixo), Marcelo Martins (flauta, saxofone), Paulo Calasans (teclados) e Torcuato Mariano (guitarras e violões), é a mesma banda que gravou o álbum "Rua dos Amores", está afinadíssima, posto que, além de feras, tocam com Djavan (com interrupções...) há 25 anos.
Numa fase mais avançada do show (que durou adoráveis duas horas!) quando todos mais próximos do palco (eram 1700 lugares lotados!) já estavam de pé dançando e cantando em coro ele se dispôs a ir até à beira do palco e pegou as mãos de cada um que as apresentava.
Quando chegou minha vez (sim, eu estava no gargarejo, os 200 mangos mais bem gastos da minha história recente) eu só disse olhando ele nos olhos: "Maravilhoso!".
O que mais se pode dizer de uma abrida de boca só?
Valeu Dja!
O Padre Wilson do Caraça e eu
Imaginem: 4 últimos velhos padres mantendo toda essa tradição já de 240 anos!
"Perdidos" aqui nesse Leste de Minas desde 1774... E o lobo guará, será que vem? Pois veio, mesmo se eu estava bêbado de pinga "Aroma do Caraça", fumando e jogando xadrez e damas com os moleques. Mas os mais de 100 meninos esperaram em um silêncio que nenhum dos professores e monitores podia crer! Como podiam ficar ali quietinhos? Coisa do clima de monastério?? Não era sua majestade o lobinho guará que viria e veio. Matreiro, só vem se e quando quer! Se eu o tivesse visto, bem. Como não vi, Amém!
"Perdidos" aqui nesse Leste de Minas desde 1774... E o lobo guará, será que vem? Pois veio, mesmo se eu estava bêbado de pinga "Aroma do Caraça", fumando e jogando xadrez e damas com os moleques. Mas os mais de 100 meninos esperaram em um silêncio que nenhum dos professores e monitores podia crer! Como podiam ficar ali quietinhos? Coisa do clima de monastério?? Não era sua majestade o lobinho guará que viria e veio. Matreiro, só vem se e quando quer! Se eu o tivesse visto, bem. Como não vi, Amém!
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Outros trens bons
Agora em Ouro Preto, ex Vila Rica...
Tomar cerveja e pinga locais e sofisticadas em bares chiques, fumar um cigarrinho, bater perna no sobe e desce ladeira no piso irregular dos "pés de moleques" dos leitos carroçáveis das ruas, algumas de inclinação impensável, Barroco & Barraco, mijar atrás do cemiteriozinho com portão de caveirinhas atrás da igreja com um lindo som de carrilhão na hora da Ave Maria, um pão de queijo com 50% de queijo canastra, esperar tudo isso acontecer, 29 anos após ter vindo e namorado, cansar, banhar, amar, jantar salada e filé alto e vermelho por dentro com molho grosso de pimenta verde e batatas coradas e couve, dormir como um anjo!
Sonhar problemas (um assalto) com o irmão e sobrinhos e, acordando, revelar que era só um pesadelo!
No dia seguinte se embrenhar no fundo da Mina da Passagem e bater perna em Mariana.
A vida é, por enquanto, maior que a morte.
Tomar cerveja e pinga locais e sofisticadas em bares chiques, fumar um cigarrinho, bater perna no sobe e desce ladeira no piso irregular dos "pés de moleques" dos leitos carroçáveis das ruas, algumas de inclinação impensável, Barroco & Barraco, mijar atrás do cemiteriozinho com portão de caveirinhas atrás da igreja com um lindo som de carrilhão na hora da Ave Maria, um pão de queijo com 50% de queijo canastra, esperar tudo isso acontecer, 29 anos após ter vindo e namorado, cansar, banhar, amar, jantar salada e filé alto e vermelho por dentro com molho grosso de pimenta verde e batatas coradas e couve, dormir como um anjo!
Sonhar problemas (um assalto) com o irmão e sobrinhos e, acordando, revelar que era só um pesadelo!
No dia seguinte se embrenhar no fundo da Mina da Passagem e bater perna em Mariana.
A vida é, por enquanto, maior que a morte.
Alvorada festiva
5 horas de uma manhã de segunda feira, último dia de setembro de 2013, vendo o dia nascer na frente da igreja de São Francisco e do pólo de engenharia da universidade federal de São Joâo del Rei...
Escuto a varrição de um gari e pássaros que se apresentam com as primeiras luzes.
O tempo perde sentido. Não importa mais que horas são. Fico ali parado, prestando atenção em tudo e em nada, como criança absorta.
As vozes, os galos, pernilongos, motores e trepidações de rodas nos parelelepípedos.
E sobretudo os pássaros! Psitacídeos mis; chilreios, pios e uns quase grasnados. E, de repente, uma badalada solitária e tímida. Seriam 5 e 15 ou 5 e meia?
Finalmente converso com as coisas, agora amigas. Para além de São Francisco de Assis que conversava com animais ou os sermões de Santo Antônio de Pádua e de Lisbôa aos peixes.
Agora eu era Zen. Zen nada na cabeça! Apenas uma dissolução do eu nas coisas daquela hora e lugar.
Um bentevi precipitou o vôo de um bando de maritacas ou outro papagaiozinho. Eu escrevia numa escrivaninha que invejava, apesar da machetaria grosseirona. Aquela dúzia ou mais de gavetinhas em arco, nichos abertos ou com portinhas, onde eu organizasse minhas coleções de inutilidades e uma ou outra necessidade. Uma chave, que nunca seria usada, para trancar o tampo de trabalho, que uma vez aberto se apoia em dois suportes retráteis.
A vida era essa escrivaninha da alma...
Escuto a varrição de um gari e pássaros que se apresentam com as primeiras luzes.
O tempo perde sentido. Não importa mais que horas são. Fico ali parado, prestando atenção em tudo e em nada, como criança absorta.
As vozes, os galos, pernilongos, motores e trepidações de rodas nos parelelepípedos.
E sobretudo os pássaros! Psitacídeos mis; chilreios, pios e uns quase grasnados. E, de repente, uma badalada solitária e tímida. Seriam 5 e 15 ou 5 e meia?
Finalmente converso com as coisas, agora amigas. Para além de São Francisco de Assis que conversava com animais ou os sermões de Santo Antônio de Pádua e de Lisbôa aos peixes.
Agora eu era Zen. Zen nada na cabeça! Apenas uma dissolução do eu nas coisas daquela hora e lugar.
Um bentevi precipitou o vôo de um bando de maritacas ou outro papagaiozinho. Eu escrevia numa escrivaninha que invejava, apesar da machetaria grosseirona. Aquela dúzia ou mais de gavetinhas em arco, nichos abertos ou com portinhas, onde eu organizasse minhas coleções de inutilidades e uma ou outra necessidade. Uma chave, que nunca seria usada, para trancar o tampo de trabalho, que uma vez aberto se apoia em dois suportes retráteis.
A vida era essa escrivaninha da alma...
sábado, 28 de setembro de 2013
Trens bons
Papo profundo em inglês com o Gregory Sommers ou só de jogar conversa fora com todos em bom português.
Pinga, fumo, estanho, ouro e prata na medida, sem febre.
Ora pro nóbis, muié, arroz com feijão e angu, porco, queijo, bicho de pé, dar risadas. Traíra sem espinho, Rio Grande, cerveja gelada à mancheia, Milton Nascimento, cama de lindos lençóis brancos, sono solto.
Bater perna, suar, escutar música e ver todas formas de arte e artesanato, andar de Maria Fumaça e ainda de graça (santo crachá da Vale!). Sou grato ao meu empregador!
Ver igrejas e casas velhas, andar de carro novo, água gelada no calor, sorvete de picolé de fruta, coca cola de garrafa de vidro, trabalhar, produzir, fazer o bem sem se importar a quem, a si e aos demais, banho bom e roupa limpa.
Ler, ligar para os filhos que amadurecem. Dinheiro suficiente prá tudo isso aí.
Férias em Minas...dormir no frio de Extrema e pegar no mesmo sábado o calor árido de São João Del Rei e Tiradentes.
Respirar, comer e se aliviar, viver!
Pinga, fumo, estanho, ouro e prata na medida, sem febre.
Ora pro nóbis, muié, arroz com feijão e angu, porco, queijo, bicho de pé, dar risadas. Traíra sem espinho, Rio Grande, cerveja gelada à mancheia, Milton Nascimento, cama de lindos lençóis brancos, sono solto.
Bater perna, suar, escutar música e ver todas formas de arte e artesanato, andar de Maria Fumaça e ainda de graça (santo crachá da Vale!). Sou grato ao meu empregador!
Ver igrejas e casas velhas, andar de carro novo, água gelada no calor, sorvete de picolé de fruta, coca cola de garrafa de vidro, trabalhar, produzir, fazer o bem sem se importar a quem, a si e aos demais, banho bom e roupa limpa.
Ler, ligar para os filhos que amadurecem. Dinheiro suficiente prá tudo isso aí.
Férias em Minas...dormir no frio de Extrema e pegar no mesmo sábado o calor árido de São João Del Rei e Tiradentes.
Respirar, comer e se aliviar, viver!
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Manhã Primaveril
Tenho andado aborrecido
Chateado e triste
Mas essa manhã fria
Clara e azul
Calou a boca
Das minhas mágoas
Como se amofinar
Sob essa luz
Nesse ar fino
Com esses verdes
E debaixo desse céu?
Não!
A vida é mais!
Ela nos castiga sempre um pouco
Sim!
Mas também provê ferramentas
Que adoçam o labor!
Chateado e triste
Mas essa manhã fria
Clara e azul
Calou a boca
Das minhas mágoas
Como se amofinar
Sob essa luz
Nesse ar fino
Com esses verdes
E debaixo desse céu?
Não!
A vida é mais!
Ela nos castiga sempre um pouco
Sim!
Mas também provê ferramentas
Que adoçam o labor!
Vento
Ar em movimento
Frisa a superfície encapelada
Da represa raiada
Balança o topo
Da embaúba
Agita de leve
Folhas das copas
Da biodiversa flora
Leva prá longe
As nuvens escuras
Que cobriam
Minha mente e coração.
Frisa a superfície encapelada
Da represa raiada
Balança o topo
Da embaúba
Agita de leve
Folhas das copas
Da biodiversa flora
Leva prá longe
As nuvens escuras
Que cobriam
Minha mente e coração.
Antes de dormir
Na cama, no escuro
A mulher ressoa
E pela casa os meninos
Ainda se agitam
Repasso o mês e tanto
Aturdido que passei
Percebo
Que me aceitar
Imperfeito
Sem cair na auto indulgência
É a chave do segredo
Que cortará os grilhões
Dessa baixa auto estima!
A mulher ressoa
E pela casa os meninos
Ainda se agitam
Repasso o mês e tanto
Aturdido que passei
Percebo
Que me aceitar
Imperfeito
Sem cair na auto indulgência
É a chave do segredo
Que cortará os grilhões
Dessa baixa auto estima!
domingo, 22 de setembro de 2013
Os homens revisitados
Sei que era de 1930, pois o menorzinho era de 32, e eu sabia que a diferença era mais ou menos essa.
Por algumas questões, a principal devendo ter sido a morte prematura da mãe deles, a infância dos irmãos era uma tremenda ausência de informações. Talvez o menor fosse mais marcado ainda pela morte da mãe, mas esses danos nunca se sabe bem a extensão para cada indivíduo.
Havia duas fotos dos dois: uma que mostraram contando da surra que levaram no dia da foto; atrasaram uma entrega de café do pai deles. Outra me contaram; eles eram mais crescidinhos, mas ainda com 11 e 13 suponho, e juravam amizade eterna. Fazenda, Gonçalves Dias, Nelson Spielman, pouco se sabia de suas casas, de seus natais e aniversários, da relação com irmãos e primos, com a cidade.
O pai com aquelas criancinhas não teria se virado bem? Outros tempos.
A irmã do pai veio de São Paulo, viúva que deixaria a filha única e novinha a ser cuidada pelos tios e tias, gregários, um sacrifício implicava outros. Assim eles tiveram uma mãe emprestada, o que não era pouco. Tinham também a vó deles que entrara em anos e precisava de ajuda.
O certo é que cresceram de maneira quase totalmente incógnita. Será que tinham estudado com o Monsenhor Bicudo?
Sonharam em fazer faculdade, eram bons alunos?
Que colégios frequentaram: o Thomaz Antônio Gonzaga, ex-Primeiro Grupo?
O Carlota?
Tudo eram brumas: uma história ou outra do Kai Kan, do Clube dos Alfaiates, algum footing namorador, algum carnaval de excessos...
Daí a depois, vai que na minha infância os conheci. Mas uma criança nunca chega a conhecer os adultos. Só depois, por reflexão ou convivência mais apurada, talvez crie deles um perfil psicológico mais ou menos consistente com palavras, atos, histórias, etc.
O mais novo foi para mim um mistério que não desvendei. Passei anos sonhando a volta dele. Psicanalistas dizem que isso ocorre muito com quem não assiste as exéquias. Fica com a morte "incompleta", a ideia da morte do pai não se cristaliza. Bem, muito depois até cheguei a "ver" meu pai no banco detrás do meu carro, mas de certa forma, finalmente, me abençoando.
E se a infância e juventude deles era quase totalmente incógnita, a juventude e os anos de maturidade física também o eram, em menor grau, mas o eram.
Aí lembro as festas e as fotos das nossas infâncias e juventudes.
Tínhamos ele pelo grande desencanado. Sem grandes filiações ideológicas, sem tomar partidos radicais, mas sem a violência típica dos irmãos, a vontade de poder. Sentíamos que ele era mais livre, distante dos conflitos da ditadura, da rigidez direitista do ambiente. Mas repito: convivência pouca. Encontros esporádicos como esse diário. Como sabê-lo?
E fazedor. De alguma arte árabe ou cigana ele sempre se virara e bem. Onde aprendera? Com o sócio dileto? Ou vinha do sangue daqueles antepassados bascos, andaluzes ou da terrinha? Tinham nos trazido e legado nos sangues do norte da Europa e do norte da África, de toda penínsulas mediterrâneas e daquelas andanças de quase quinhentos anos pelo lado de cá do charco atlântico? Ou eram coisas apreendidas por andanças nessa América do Sul caipira de São Paulos, Mato Grossos, Minas e Goyazes?
Os mistérios agora repousam em paz, eu tento decretar.
Bem, prima, é tarde. Segunda me secunda. Terça espera a quarta das quintas para finalmente sexta me libertar por duas semanas dos grilhões do trampo cubatense.
A irmã em breve vai ver vocês, tenho fé que a inocência dela será compartilhada, mesmo que em migalhas, comigo.
E a ferida vai secando.
Entre outras coisas, a vida é lamber uma e outras.
Por algumas questões, a principal devendo ter sido a morte prematura da mãe deles, a infância dos irmãos era uma tremenda ausência de informações. Talvez o menor fosse mais marcado ainda pela morte da mãe, mas esses danos nunca se sabe bem a extensão para cada indivíduo.
Havia duas fotos dos dois: uma que mostraram contando da surra que levaram no dia da foto; atrasaram uma entrega de café do pai deles. Outra me contaram; eles eram mais crescidinhos, mas ainda com 11 e 13 suponho, e juravam amizade eterna. Fazenda, Gonçalves Dias, Nelson Spielman, pouco se sabia de suas casas, de seus natais e aniversários, da relação com irmãos e primos, com a cidade.
O pai com aquelas criancinhas não teria se virado bem? Outros tempos.
A irmã do pai veio de São Paulo, viúva que deixaria a filha única e novinha a ser cuidada pelos tios e tias, gregários, um sacrifício implicava outros. Assim eles tiveram uma mãe emprestada, o que não era pouco. Tinham também a vó deles que entrara em anos e precisava de ajuda.
O certo é que cresceram de maneira quase totalmente incógnita. Será que tinham estudado com o Monsenhor Bicudo?
Sonharam em fazer faculdade, eram bons alunos?
Que colégios frequentaram: o Thomaz Antônio Gonzaga, ex-Primeiro Grupo?
O Carlota?
Tudo eram brumas: uma história ou outra do Kai Kan, do Clube dos Alfaiates, algum footing namorador, algum carnaval de excessos...
Daí a depois, vai que na minha infância os conheci. Mas uma criança nunca chega a conhecer os adultos. Só depois, por reflexão ou convivência mais apurada, talvez crie deles um perfil psicológico mais ou menos consistente com palavras, atos, histórias, etc.
O mais novo foi para mim um mistério que não desvendei. Passei anos sonhando a volta dele. Psicanalistas dizem que isso ocorre muito com quem não assiste as exéquias. Fica com a morte "incompleta", a ideia da morte do pai não se cristaliza. Bem, muito depois até cheguei a "ver" meu pai no banco detrás do meu carro, mas de certa forma, finalmente, me abençoando.
E se a infância e juventude deles era quase totalmente incógnita, a juventude e os anos de maturidade física também o eram, em menor grau, mas o eram.
Aí lembro as festas e as fotos das nossas infâncias e juventudes.
Tínhamos ele pelo grande desencanado. Sem grandes filiações ideológicas, sem tomar partidos radicais, mas sem a violência típica dos irmãos, a vontade de poder. Sentíamos que ele era mais livre, distante dos conflitos da ditadura, da rigidez direitista do ambiente. Mas repito: convivência pouca. Encontros esporádicos como esse diário. Como sabê-lo?
E fazedor. De alguma arte árabe ou cigana ele sempre se virara e bem. Onde aprendera? Com o sócio dileto? Ou vinha do sangue daqueles antepassados bascos, andaluzes ou da terrinha? Tinham nos trazido e legado nos sangues do norte da Europa e do norte da África, de toda penínsulas mediterrâneas e daquelas andanças de quase quinhentos anos pelo lado de cá do charco atlântico? Ou eram coisas apreendidas por andanças nessa América do Sul caipira de São Paulos, Mato Grossos, Minas e Goyazes?
Os mistérios agora repousam em paz, eu tento decretar.
Bem, prima, é tarde. Segunda me secunda. Terça espera a quarta das quintas para finalmente sexta me libertar por duas semanas dos grilhões do trampo cubatense.
A irmã em breve vai ver vocês, tenho fé que a inocência dela será compartilhada, mesmo que em migalhas, comigo.
E a ferida vai secando.
Entre outras coisas, a vida é lamber uma e outras.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Hélas!
Como uma flecha lançada do arco, palavras erradas não voltam à boca que as proferiu.
Joguei displicente uma pedra ao léu. Acertei a cruz do salvador, furei seu olho e me machuquei indelevelmente com tudo.
O tempo é o senhor da razão.
Nada posso fazer?
Pedir clemência é o máximo.
Podia pedir mais ainda, uma outra missiva que me libertasse da espécie de praga que me rogaste.
Mas o silêncio já é uma benção.
Mordo minha língua rota e fico de bico calado!
Joguei displicente uma pedra ao léu. Acertei a cruz do salvador, furei seu olho e me machuquei indelevelmente com tudo.
O tempo é o senhor da razão.
Nada posso fazer?
Pedir clemência é o máximo.
Podia pedir mais ainda, uma outra missiva que me libertasse da espécie de praga que me rogaste.
Mas o silêncio já é uma benção.
Mordo minha língua rota e fico de bico calado!
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Choveu em São Paulo
Dias de extrema secura.
De rachar lábios e sangrar o nariz.
No fim de semana, com a umidade do ar a menos de 20% foi como se altas doses de ozônio nos queimassem os pulmões, muito difícil fazer as caminhadas costumeiras dos sábados até meus cinemas.
Não bastassem as deprês recentes (tio, filha de um amigo e filho de outro) ainda veio um nosovírus que fez umas horas o nariz pingar demais, outras espirrar demais e em muitas ter ardências atrás dos olhos com lacrimejação (combinaram as lágrimas e os olhos vermelhos com o estado de espírito: TRISTEZA). Coisas ruins vem em bando!
Mas agora choveu aqui no Itaim Bibi. A vida tinha esperanças.
Ainda não foi aquela chuva criadeira dos meus setembros, chegada de primaveras, de Marília e Campinas, nas décadas de 70 e 80.
Mas valeu, ô daí de cima! Pode mandar mais, que a Terra agradece!
De rachar lábios e sangrar o nariz.
No fim de semana, com a umidade do ar a menos de 20% foi como se altas doses de ozônio nos queimassem os pulmões, muito difícil fazer as caminhadas costumeiras dos sábados até meus cinemas.
Não bastassem as deprês recentes (tio, filha de um amigo e filho de outro) ainda veio um nosovírus que fez umas horas o nariz pingar demais, outras espirrar demais e em muitas ter ardências atrás dos olhos com lacrimejação (combinaram as lágrimas e os olhos vermelhos com o estado de espírito: TRISTEZA). Coisas ruins vem em bando!
Mas agora choveu aqui no Itaim Bibi. A vida tinha esperanças.
Ainda não foi aquela chuva criadeira dos meus setembros, chegada de primaveras, de Marília e Campinas, nas décadas de 70 e 80.
Mas valeu, ô daí de cima! Pode mandar mais, que a Terra agradece!
sábado, 14 de setembro de 2013
Harry se envolveu num acidente de carro
Será cremado ainda essa manhã em BH.
Há poucas semanas eu quis entender uma morte precoce e fiz as piores elocubrações que custaram a mim e outros envolvidos muita dor.
Agora, só abraço os pais, a irmã, os demais familiares, (uma eventual namorada?) e os amigos e amigas...
Não quero nenhuma explicação para as coisas do destino.
Quero só abraçar meu amigo Paul e mostrar, como ele sabe, que ele tem outros filhos espirituais.
Há poucas semanas eu quis entender uma morte precoce e fiz as piores elocubrações que custaram a mim e outros envolvidos muita dor.
Agora, só abraço os pais, a irmã, os demais familiares, (uma eventual namorada?) e os amigos e amigas...
Não quero nenhuma explicação para as coisas do destino.
Quero só abraçar meu amigo Paul e mostrar, como ele sabe, que ele tem outros filhos espirituais.
Nosso senhor e rei nosso, perdoai nossos pecados (Prece do Yom Kipur)
Avinu Malkeinu, Chaneinu V'aneinu,
ki ein banu ma'asim.
Assei imanu ts'dakah vachesed, vehoshiyeinu.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Reunião do Séder de Hosh Hashaná 5774
Roberto veio mais cedo da fábrica de fosfatos de Arad para seu apartamento em Jaffa, em Tel Aviv. Kátia também não trabalhara até tarde, fora fazer a unha e o cabelo. Gil, o filho mais novo viera da nova escola em Neve Tzedek, correndo para não perder o ano novo. Ariel, no cursinho em Florentin, só chegaria depois da primeira estrela de 1o de Tshirei de 5774.
Roberto abriu o pinot grigio italiano que lhe sabia bem e a Kátia. Pôs os doces na mesa, acendeu as sete velas da menorá e orou. Pediu perdão aos seus pecados e tomou uma colher de mel. Pediu perdão pelas promessas não compridas e comeu chocolate. Ia expiar os pecados até o dia do perdão, Yom Kipur. A cabeça do ano era doce, mas os dias seguintes teriam o amargor da expiação.
Sabia que usara palavras mal colocadas e mal interpretadas. Não lhe ocorriam violências verbais e menos ainda físicas. Mas alguns atos malignos lhe eram peculiares, conscientemente ou não, e lhe ocorriam.
Naquele dia de renascimento algumas preocupações lhe sobrevinham e ele sofria. As obrigações ainda lhe tomariam mais algumas semanas e depois seriam temporariamente adiadas para umas férias com a esposa na Galiléia...era vencer as metas do ano novo. Shaná Tová!
Roberto abriu o pinot grigio italiano que lhe sabia bem e a Kátia. Pôs os doces na mesa, acendeu as sete velas da menorá e orou. Pediu perdão aos seus pecados e tomou uma colher de mel. Pediu perdão pelas promessas não compridas e comeu chocolate. Ia expiar os pecados até o dia do perdão, Yom Kipur. A cabeça do ano era doce, mas os dias seguintes teriam o amargor da expiação.
Sabia que usara palavras mal colocadas e mal interpretadas. Não lhe ocorriam violências verbais e menos ainda físicas. Mas alguns atos malignos lhe eram peculiares, conscientemente ou não, e lhe ocorriam.
Naquele dia de renascimento algumas preocupações lhe sobrevinham e ele sofria. As obrigações ainda lhe tomariam mais algumas semanas e depois seriam temporariamente adiadas para umas férias com a esposa na Galiléia...era vencer as metas do ano novo. Shaná Tová!
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Poema da infidelidade
Sonhei minha mulher toda faceira
Me apresentando “seu novo namorado”
Eu horrorizado
Recebi um fraterno abraço do gajo
“O que é isto?”
Eu gritava
“Um convite”
Ele respondia
O sono se foi
E claro que o “namorado” era então
Mais bonito, apaixonado, maduro,
Feliz e inteligente
Que eu!
Compreendi!
O sonho me convidava
A aceitar perdas e frustrações!
Me apresentando “seu novo namorado”
Eu horrorizado
Recebi um fraterno abraço do gajo
“O que é isto?”
Eu gritava
“Um convite”
Ele respondia
O sono se foi
E claro que o “namorado” era então
Mais bonito, apaixonado, maduro,
Feliz e inteligente
Que eu!
Compreendi!
O sonho me convidava
A aceitar perdas e frustrações!
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Agradeça incansavelmente (do Oscar Quiroga no Estadão hoje)
Muitas tarefas? Agradeça à Vida por essas, por seus compromissos, trabalho, contas a pagar e obrigações, junte tudo num pacote só e agradeça imensamente à Vida por lhe brindar com a oportunidade de ser um instrumento de manifestação de sua glória. Pense leve, pense com alegria que todas as coisas e todos os seres nascem no mesmo Universo, que a tudo sustenta em ordem constante e em vida eterna. Sim! Vida eterna! A matéria é indestrutível, os átomos do seu ser são os mesmos de há bilhões de anos e continuarão intocados, nesses está registrada a história e perspectiva do Universo. Agradeça esse poder, agradeça com simplicidade todas as conexões. Agradeça também pela Lua Vazia que lhe brinda com autoridade para, enquanto durar, você descansar de suas preocupações, existindo leve entre o céu e a terra.
sábado, 31 de agosto de 2013
Primeiro passo para a reconciliação
Queria prima irmã Grega Bermejas,
Desde então pareço ligado por um umbigo a você. Sua raiva me causa medo, tenho duas bolas de barbante na barriga e na garganta, o peso de um caminhão sobre o coração, não rio, perdi a fome e não durmo direito. O trabalho virou um fardo. Semana ruim.
Espero que a sua tenha sido menos pior (não que a minha, mas que as suas últimas...)
Isso pelo menos teve duas consequências positivas: descobri que não sou sociopata (aquele que não sente remorsos, agora mesmo choro de tristeza) e pensei que a dor que lhe causei podia funcionar como a topada que damos no dedão do pé quando estamos com uma dor lancinante em outro órgão.
Freud talvez me explique, mas não sou psicanalista, menos ainda investigador.
Eu quis inventar uma causa para o fim abrupto dele.
As lacunas fáticas decorrentes da distância, da falta de intimidade e convivência deram no que deram.
Minha vileza extrema e inconsequência fizeram o resto.
O tema era: por quê? Porquê não seguir o caminho altivo de bárbaras marias, de dignos luas, de tantos que enfrentam, mesmo que ranhetas, o naufrágio dos dias com a dignidade de um capitão que não abandona seu barco que afunda?
Sei que a ferida é grave e talvez agora não seja eu o lenitivo.
Mas dentre os medos que tive estiveram seguir à risca o perfil que traçaste de mim e o de repetir a sina desses irmãos.
Por favor, não duvide do meu amor a você, a ele, aos manos e à tia e a todos.
Não confunda o que passei com desdém e pilhéria.
Agora, entre outras motivações, vou me esforçar como só um irmão poderia para te fazer sorrir como naquelas longínquas férias litorâneas...
Aceita meu beijo por hoje!
Desde então pareço ligado por um umbigo a você. Sua raiva me causa medo, tenho duas bolas de barbante na barriga e na garganta, o peso de um caminhão sobre o coração, não rio, perdi a fome e não durmo direito. O trabalho virou um fardo. Semana ruim.
Espero que a sua tenha sido menos pior (não que a minha, mas que as suas últimas...)
Isso pelo menos teve duas consequências positivas: descobri que não sou sociopata (aquele que não sente remorsos, agora mesmo choro de tristeza) e pensei que a dor que lhe causei podia funcionar como a topada que damos no dedão do pé quando estamos com uma dor lancinante em outro órgão.
Freud talvez me explique, mas não sou psicanalista, menos ainda investigador.
Eu quis inventar uma causa para o fim abrupto dele.
As lacunas fáticas decorrentes da distância, da falta de intimidade e convivência deram no que deram.
Minha vileza extrema e inconsequência fizeram o resto.
O tema era: por quê? Porquê não seguir o caminho altivo de bárbaras marias, de dignos luas, de tantos que enfrentam, mesmo que ranhetas, o naufrágio dos dias com a dignidade de um capitão que não abandona seu barco que afunda?
Sei que a ferida é grave e talvez agora não seja eu o lenitivo.
Mas dentre os medos que tive estiveram seguir à risca o perfil que traçaste de mim e o de repetir a sina desses irmãos.
Por favor, não duvide do meu amor a você, a ele, aos manos e à tia e a todos.
Não confunda o que passei com desdém e pilhéria.
Agora, entre outras motivações, vou me esforçar como só um irmão poderia para te fazer sorrir como naquelas longínquas férias litorâneas...
Aceita meu beijo por hoje!
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Pedido de desculpas
S.?
Sua carta me alertou para meus enormes males. Foram as palavras mais duras que li na vida e a culpa foi toda minha. Muito Obrigado!
Mas me deixe explicar. Soube da causa já quase às 8 horas da noite. Vaguei pela cidade fria, só e transtornado. Tentei dormir e foi impossível. Só pensamentos péssimos.
De madrugada postei coisas “normais” no Facebook, recebi solidariedade da prima e de um amigo notívagos. Mais tarde, já sob estresses físicos e psíquicos extremos escrevi as anormalidades que enviaste.
Espero que monstruosidades produzidas por um doente em crise de loucura não impliquem em uma vida de abjeção para mim e os meus.
Sei que talvez eu não mereça mais seu amor nem sua amizade. Mas para evitar o abraço e o beijo falsos, peço humildemente seu perdão, devido ao seu caráter magnânimo e sublime.
Disseminar a desgraça que produzi pode nos arrastar para o opróbrio familiar. Suplico ao menos a benevolência de contê-lo.
Sua carta me alertou para meus enormes males. Foram as palavras mais duras que li na vida e a culpa foi toda minha. Muito Obrigado!
Mas me deixe explicar. Soube da causa já quase às 8 horas da noite. Vaguei pela cidade fria, só e transtornado. Tentei dormir e foi impossível. Só pensamentos péssimos.
De madrugada postei coisas “normais” no Facebook, recebi solidariedade da prima e de um amigo notívagos. Mais tarde, já sob estresses físicos e psíquicos extremos escrevi as anormalidades que enviaste.
Espero que monstruosidades produzidas por um doente em crise de loucura não impliquem em uma vida de abjeção para mim e os meus.
Sei que talvez eu não mereça mais seu amor nem sua amizade. Mas para evitar o abraço e o beijo falsos, peço humildemente seu perdão, devido ao seu caráter magnânimo e sublime.
Disseminar a desgraça que produzi pode nos arrastar para o opróbrio familiar. Suplico ao menos a benevolência de contê-lo.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Renée
Vidas não se contam...se sonham...tento, apagando meus erros públicos, aplacar a ira dos seus anônimos.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Barbosão é "purinho", mas tem apê em Miami, igual aos pilantras, comprado por pessoa jurídica ninguém sabe porquê...
Joaquim Barbosa volta a dizer que compra de imóvel em Miami foi dentro da lei
Presidente do STF chama de ‘politiqueiros’ quem questiona a abertura de empresa para comprar o imóvel
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Carolina Brígido (
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Publicado:
6/08/13 - 16h17 BRASÍLIA — O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, voltou a dizer nesta terça-feira que não cometeu nenhuma irregularidade ao comprar um apartamento em Miami, nos Estados Unidos, conforme noticiou o jornal “Folha de S. Paulo”. Segundo o jornal, Barbosa adquiriu o imóvel por meio de uma empresa aberta supostamente para pagar menos impostos.
— Eu comprei com o meu dinheiro, tirei da minha conta bancária, enviei pelos meios legais. Não tenho contas a prestar a esses politiqueiros — afirmou o ministro.
Barbosa recomendou que os preocupados com as finanças dele fiscalizem os desvios de dinheiro público ocorridos no país.
— Aqueles que estão preocupados com as minhas opções de investimento feitas com os meus vencimentos, com os meus ganhos legais e regulares, deveriam estar preocupados com questões muito mais graves que ocorrem no país, especialmente com os assaltos ao patrimônio público, que ocorrem com muita frequência. Essa deveria ser a preocupação principal, e não tentar atacar aqueles que agem corretamente, que nada devem. Enfim, um cidadão correto. Quanto a essas pessoas que vivem a me atacar, eu digo isso: quem não deve não teme — declarou.
Associações de magistrados anunciaram a intenção de questionar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se os juízes podem comprar imóvel por meio de empresa. Barbosa criticou a ideia:
— Isso é politicagem. O CNJ não cuida dessas matérias.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/joaquim-barbosa-volta-dizer-que-compra-de-imovel-em-miami-foi-dentro-da-lei-9379332#ixzz2bDkHzP00
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segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Obras de Lula e Dilma: índice de Gini e IDHM
De 2000 a 2010 aconteceu algo inédito no Brasil: em 80% dos municípios, a desigualdade de renda entre seus habitantes diminuiu. O fato é ainda mais relevante porque reverteu uma tendência histórica. Na década anterior, a desigualdade medida pelo índice de Gini aumentara em 58% das cidades brasileiras.
Já o número de cidades brasileiras com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto saltou de nenhuma em 1991 para 1.889 em 2010, o equivalente a 33,9% de municípios do país, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo governo.
Esse progresso permitiu que o Índice de Desenvolvimento Humano das cidades brasileiras subisse da classificação "muito baixo" para "alto", indica o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.
Já o número de cidades brasileiras com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) alto saltou de nenhuma em 1991 para 1.889 em 2010, o equivalente a 33,9% de municípios do país, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo governo.
Esse progresso permitiu que o Índice de Desenvolvimento Humano das cidades brasileiras subisse da classificação "muito baixo" para "alto", indica o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.
domingo, 4 de agosto de 2013
Luiza Erundina e eu
Fui ao Frei Caneca para ver "Na quadrada das águas perdidas".
Não fiquei muito no café para dar vez a quem fosse consumir mais que eu, que tinha tomado um cafezinho.
Fui num espaço com bancos, todos ocupados, e umas mesas e cadeiras.
Vi duas "moças" numa mesa com duas cadeiras vagas, me aproximei e pedi vênia.
Reconheci entre ambas a Erundina!
Sim, Luiza Erundina de Sousa, paraibana de Uiraúna, ex militante das Ligas Camponesas de Sapé, mais uma "cabra marcada para morrer" que soube se safar da morte, que chegou em Sampa em 71 e foi trabalhar no antigo INPS como Assistente Social até se tornar a primeira prefeita dessa metrópole entre 1989 e 1992.
A simpatia dela foi do tamanho da minha empatia.
Falamos como velhos companheiros sobre o mandato de Deputada Federal dela (que milita na Comissão da Reforma Política) e eu a elogiei por ter tido a hombridade de recusar o cargo de Vice Prefeita do Haddad (no episódio da foto com o Maluf ela achou ruim a forma como as coisas foram feitas).
Comentei sobre o PSB em Marília (terra de "Canalinha") e sobre o irmão do José Dias Tóffoli, nosso ex-prefeito Ticiano.
Ela me disse que, em sua opinião, Lula volta em 2018, "se conseguir se preservar e levar o PT um pouco mais à esquerda".
Com quase 80 ela tem a pele lisinha e os olhos azuis muito lindos, irradia uma aura de fibra, vibrante e confiantemente fantástica. Galega afrancesada de luz dos Evangelistas e Sousas...
Ela ia ver "Hanna Arendt". Tasquei-lhe um beijo como se fosse minha amiga de sempre. Viva essa mulher coragem e farol!
Resumindo a conversa com uma frase que ela construiu entre outros argumentos: "Otimismo e pessimismo contagiam o entorno. Mas o pessimismo é conservador e só o otimismo é revolucionário"!
Não fiquei muito no café para dar vez a quem fosse consumir mais que eu, que tinha tomado um cafezinho.
Fui num espaço com bancos, todos ocupados, e umas mesas e cadeiras.
Vi duas "moças" numa mesa com duas cadeiras vagas, me aproximei e pedi vênia.
Reconheci entre ambas a Erundina!
Sim, Luiza Erundina de Sousa, paraibana de Uiraúna, ex militante das Ligas Camponesas de Sapé, mais uma "cabra marcada para morrer" que soube se safar da morte, que chegou em Sampa em 71 e foi trabalhar no antigo INPS como Assistente Social até se tornar a primeira prefeita dessa metrópole entre 1989 e 1992.
A simpatia dela foi do tamanho da minha empatia.
Falamos como velhos companheiros sobre o mandato de Deputada Federal dela (que milita na Comissão da Reforma Política) e eu a elogiei por ter tido a hombridade de recusar o cargo de Vice Prefeita do Haddad (no episódio da foto com o Maluf ela achou ruim a forma como as coisas foram feitas).
Comentei sobre o PSB em Marília (terra de "Canalinha") e sobre o irmão do José Dias Tóffoli, nosso ex-prefeito Ticiano.
Ela me disse que, em sua opinião, Lula volta em 2018, "se conseguir se preservar e levar o PT um pouco mais à esquerda".
Com quase 80 ela tem a pele lisinha e os olhos azuis muito lindos, irradia uma aura de fibra, vibrante e confiantemente fantástica. Galega afrancesada de luz dos Evangelistas e Sousas...
Ela ia ver "Hanna Arendt". Tasquei-lhe um beijo como se fosse minha amiga de sempre. Viva essa mulher coragem e farol!
Resumindo a conversa com uma frase que ela construiu entre outros argumentos: "Otimismo e pessimismo contagiam o entorno. Mas o pessimismo é conservador e só o otimismo é revolucionário"!
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Bel Linha
Porque o chaveiro da cidade recebera o apelido de um aparelho setentista que massageava vigorosamente as gorduras da cintura eu não sabia.
Mas sabia que era filho do antigo dono da “Casa Verde”, casa de comércio importante nos primórdios de Marília. Ele encontrara entre suas heranças do finado pai duas ou três lindas latas de pólvora de caça. Parou a caminhonete na rua central, perto de seu comércio.
Chamou um vizinho amigo. Mostrou as latas, as tampas emperradas pela ferrugem e o tempo.
O amigo teve a ideia de abrir a maior com uma lâmina de foice ou algo do tipo.
A fricção provocou a ignição. Testemunhas relatam que era pólvora “chumbinho”, pareceu que eles eram engolfados por um show de fogos de artifício. As partículas em brasa a lhes furar as carnes sem parar de queimar nos ocos onde se alojavam.
Morreram ambos depois de uns dez dias na UTI de queimados
Mas sabia que era filho do antigo dono da “Casa Verde”, casa de comércio importante nos primórdios de Marília. Ele encontrara entre suas heranças do finado pai duas ou três lindas latas de pólvora de caça. Parou a caminhonete na rua central, perto de seu comércio.
Chamou um vizinho amigo. Mostrou as latas, as tampas emperradas pela ferrugem e o tempo.
O amigo teve a ideia de abrir a maior com uma lâmina de foice ou algo do tipo.
A fricção provocou a ignição. Testemunhas relatam que era pólvora “chumbinho”, pareceu que eles eram engolfados por um show de fogos de artifício. As partículas em brasa a lhes furar as carnes sem parar de queimar nos ocos onde se alojavam.
Morreram ambos depois de uns dez dias na UTI de queimados
Moacir
O arquiteto viúvo e aposentado já tinha passado dos 80.
Os filhos dispersos pela cidade e pelo estado.
Tinha uma empregada de dia e uma acompanhante noturna.
Essa já tinha saído e aquela chegado, uma manhã normal, a ser passada entre a cozinha, a sala, o escritório e o quarto. Ele já não passeava mais.
Mas tudo mudou, dois assaltantes violentos e encapuzados irrompem pela cozinha, rendem a empregada e vão a ele exigir dinheiro e outros bens de valor.
Ele cumpre as ordens, morrendo de medo.
Em algum momento ele parece reconhecer a voz de um deles. Sim, era um pedreiro ou jardineiro que já lhe servira.
Por que foi falar?
Dois tiros à queima roupa na calva foi seu fim.
Os filhos dispersos pela cidade e pelo estado.
Tinha uma empregada de dia e uma acompanhante noturna.
Essa já tinha saído e aquela chegado, uma manhã normal, a ser passada entre a cozinha, a sala, o escritório e o quarto. Ele já não passeava mais.
Mas tudo mudou, dois assaltantes violentos e encapuzados irrompem pela cozinha, rendem a empregada e vão a ele exigir dinheiro e outros bens de valor.
Ele cumpre as ordens, morrendo de medo.
Em algum momento ele parece reconhecer a voz de um deles. Sim, era um pedreiro ou jardineiro que já lhe servira.
Por que foi falar?
Dois tiros à queima roupa na calva foi seu fim.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Espaço, de Vitor Ramil
Quarto de não dormir
Sala de não estar
Porta de não abrir
Pátio de sufocar
Carta no corredor
Eu não vou nem pegar
A voz no gravador
Não quero escutar
A lua é um farol
O vento, um assobio
A foto é um out-door
Teu rosto em 3x4
Mostra que
Tudo
Na madrugada
Insiste em ficar
Já que existe
Tanto espaço em mim
Juro
Na luz do dia
Todas as coisas
Vão me perder
Como te perdi
Sala de não estar
Porta de não abrir
Pátio de sufocar
Carta no corredor
Eu não vou nem pegar
A voz no gravador
Não quero escutar
A lua é um farol
O vento, um assobio
A foto é um out-door
Teu rosto em 3x4
Mostra que
Tudo
Na madrugada
Insiste em ficar
Já que existe
Tanto espaço em mim
Juro
Na luz do dia
Todas as coisas
Vão me perder
Como te perdi
Deixando
A vida, ávida
Na ânsia do porvir
É eterno deixar
“Coisas velhas” prá trás
Nascemos para deixar o útero
Vamos à escola prá deixar a casa, se socialiar
Continuamos estudando
E lá vão ficando “jardins da infância”, Primários e secundários
Até deixar por fim a faculdade
E começar pós, especializações, MBA´s
Para as deixar também
Deixei em Marília
Os primeiros amores
E amigos que jurei manter
Deixamos prá trás o primeiro emprego
A primeira mulher
A Europa, a África, a Ásia, os EUA,
Buenos Aires, Lima e Poá
Acumulando coisas e as perdendo
Esquecendo paixões e amores
A infância dos filhos
Com manter?
Varridas como por um furacão!
E no tornado mudo dos dias
Vão bares, casas, bairros
Arrancados e nos tirando as raízes
Vão-se os cabelos negros e suas madeixas cacheadas
Vão-se enfim os cabelos e a boa visão
Vão-se os próximos, pelo que seja
Morte, mudança ou esses malditos computadores onde se ensimesmam!
Vão-se dias e noites vãs
Vai-se finalmente a vida!
E morremos para deixar o féretro!
Na ânsia do porvir
É eterno deixar
“Coisas velhas” prá trás
Nascemos para deixar o útero
Vamos à escola prá deixar a casa, se socialiar
Continuamos estudando
E lá vão ficando “jardins da infância”, Primários e secundários
Até deixar por fim a faculdade
E começar pós, especializações, MBA´s
Para as deixar também
Deixei em Marília
Os primeiros amores
E amigos que jurei manter
Deixamos prá trás o primeiro emprego
A primeira mulher
A Europa, a África, a Ásia, os EUA,
Buenos Aires, Lima e Poá
Acumulando coisas e as perdendo
Esquecendo paixões e amores
A infância dos filhos
Com manter?
Varridas como por um furacão!
E no tornado mudo dos dias
Vão bares, casas, bairros
Arrancados e nos tirando as raízes
Vão-se os cabelos negros e suas madeixas cacheadas
Vão-se enfim os cabelos e a boa visão
Vão-se os próximos, pelo que seja
Morte, mudança ou esses malditos computadores onde se ensimesmam!
Vão-se dias e noites vãs
Vai-se finalmente a vida!
E morremos para deixar o féretro!
Mais um protesto na Cônego Rangoni
O ônibus veio parando pela Anchieta e finalmente, com horas de atraso, chegou e ficou retido em CCB. Proibidos de tentar chegar na Piaçaguera, pois tem manifestação de caminhoneiros e sei lá mais quem, flaram de um ônibus ou caminhão incendiado e famílias com seus filhinhos, para impedir a violência policial.
Aproveito para falar dos assuntos do momento. Vândalos de passeata, o Papa e o novo príncipe inglês.
Vândalos: já fui um, quebrei vidraças e fiz arruaça. Não mais. Entendo altas doses de testosterona e adrenalina, mas estou em outra.
Papa: não tem qualidades desse Bergoglio que façam defunto reviver. Que as igrejas descancem em paz!
O filho de Kate: morro de tédio só em pensar em inumerar o avanço da República sobre as monarquias...
Aproveito para falar dos assuntos do momento. Vândalos de passeata, o Papa e o novo príncipe inglês.
Vândalos: já fui um, quebrei vidraças e fiz arruaça. Não mais. Entendo altas doses de testosterona e adrenalina, mas estou em outra.
Papa: não tem qualidades desse Bergoglio que façam defunto reviver. Que as igrejas descancem em paz!
O filho de Kate: morro de tédio só em pensar em inumerar o avanço da República sobre as monarquias...
domingo, 28 de julho de 2013
Papa Chico: desciclopédia
Jorge Mario Bergoglio nasceu numa família de imigrantes carcamanos em 1936. Seu pai, Mario Vafanculo, nascido em Portacomaro, era um trabalhador ferroviário e sua mãe, nascida em Buenos Aires de pais genoveses, era dona de casa de lenocínio. Seu pai também jogava basquetebol no San Lorenzo, um dos cinco grandes do futebol argentino e cujas origens haviam sido impulsionadas por um padre pedófilo. Jorge tornaria-se torcedor sanlorencista, já tendo afirmado que não perdeu nenhum jogo do título argentino de 1946, quando tinha então dez anos.6 Em carta aos dirigentes do clube que o visitaram uma semana após tornar-se Papa, relembrou: "Tem vindo à minha memória belas recordações, começando desde a minha infância. Segui, aos dez anos, a gloriosa campanha de 1946. Aquele gol de Pontoni foi ducaralho!".
Nascido e criado no bairro de Flores, atual sede do San Lorenzo, Jorge Bergoglio fez graduação e mestrado em química, aprendendo com Sílvio Santos como transmutar a matéria na Universidade de Buenos Aires. Os padres e Sílvio Santos Santos tendem a transformar o domingo em merda! Na juventude, teve uma doença respiratória que numa operação de remoção lhe fez perder um pulmão. Durante a sua adolescência, teve uma namorada, Amalia. Segundo ela, ele disse que não poderia Amália, pois Bergoglio chegou a pedi-la em casamento durante a época, tendo ele inclusive afirmado que, do contrário, se tornaria padre. Como ela aceitou o casamento, Mário resolveu entrar no armário onde está até hoje.
Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em março de 1958. Fez o juniorado em Santiago, Chile. Frequentou a Opus Dei, sim e daí! Graduou-se em Filosofia em 1960, na Universidade Católica de Buenos Aires. Entre os anos 1964 e 1966, ensinou Literatura e Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé, e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Graduou-se em Teologia em 1969. Recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro de 1969, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano. Emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus em 1973. Em 1973 foi nomeado Mestre de Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos jesuítas.
No período de 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel . Após seu doutorado na Alemanha, foi confessor e diretor espiritual em Córdoba. Além do espanhol, fala fluentemente italiano, alemão, francês e inglês, tendo razoáveis conhecimentos de português, para nos aporrinhar nessa visita ao Rio, pedindo "cafezinho" e "aguinha".
Com os recentes casos de pedofilia na Igreja que ele dirige, pede encarecidamente que não o chamem de "Papa Chico", o que quer dizer na língua dele "Mete em menino"...
Nascido e criado no bairro de Flores, atual sede do San Lorenzo, Jorge Bergoglio fez graduação e mestrado em química, aprendendo com Sílvio Santos como transmutar a matéria na Universidade de Buenos Aires. Os padres e Sílvio Santos Santos tendem a transformar o domingo em merda! Na juventude, teve uma doença respiratória que numa operação de remoção lhe fez perder um pulmão. Durante a sua adolescência, teve uma namorada, Amalia. Segundo ela, ele disse que não poderia Amália, pois Bergoglio chegou a pedi-la em casamento durante a época, tendo ele inclusive afirmado que, do contrário, se tornaria padre. Como ela aceitou o casamento, Mário resolveu entrar no armário onde está até hoje.
Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em março de 1958. Fez o juniorado em Santiago, Chile. Frequentou a Opus Dei, sim e daí! Graduou-se em Filosofia em 1960, na Universidade Católica de Buenos Aires. Entre os anos 1964 e 1966, ensinou Literatura e Psicologia, no Colégio Imaculada, na Província de Santa Fé, e no Colégio do Salvador, em Buenos Aires. Graduou-se em Teologia em 1969. Recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro de 1969, pelas mãos de Dom Ramón José Castellano. Emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus em 1973. Em 1973 foi nomeado Mestre de Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos jesuítas.
No período de 1980 a 1986 foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel . Após seu doutorado na Alemanha, foi confessor e diretor espiritual em Córdoba. Além do espanhol, fala fluentemente italiano, alemão, francês e inglês, tendo razoáveis conhecimentos de português, para nos aporrinhar nessa visita ao Rio, pedindo "cafezinho" e "aguinha".
Com os recentes casos de pedofilia na Igreja que ele dirige, pede encarecidamente que não o chamem de "Papa Chico", o que quer dizer na língua dele "Mete em menino"...
Deixando o Pago (poema de João da Cunha Vargas musicado por Vitor Ramil)
Alcei a perna no pingo
E saí sem rumo certo
Olhei o pampa deserto
E o céu fincado no chão
Troquei as rédeas de mão
Mudei o pala de braço
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão
E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago
E trago na boca o amargo
Dum doce beijo de china
Sempre gostei da morena
É a minha cor predileta
Da carreira em cancha reta
Dum truco numa carona
Dum churrasco de mamona
Na sombra do arvoredo
Onde se oculta o segredo
Num teclado de cordeona
Cruzo a última cancela
Do campo pro corredor
E sinto um perfume de flor
Que brotou na primavera.
À noite, linda que era,
Banhada pelo luar
Tive ganas de chorar
Ao ver meu rancho tapera
Como é linda a liberdade
Sobre o lombo do cavalo
E ouvir o canto do galo
Anunciando a madrugada
Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada
O pingo tranqueava largo
Na direção de um bolicho
Onde se ouvia o cochicho
De uma cordeona acordada
Era linda a madrugada
A estrela d'alva saía
No rastro das três marias
Na volta grande da estrada
Era um baile, um casamento
Quem sabe algum batizado
Eu não era convidado
Mas tava ali de cruzada
Bolicho em beira de estrada
Sempre tem um índio vago
Cachaça pra tomar um trago
Carpeta pra uma carteada
Falam muito no destino
Até nem sei se acredito
Eu fui criado solito
Mas sempre bem prevenido
Índio do queixo torcido
Que se amansou na experiência
Eu vou voltar pra querência
Lugar onde fui parido
terça-feira, 23 de julho de 2013
Neblina na Anchieta
O relógio do ônibus marcava 7:24 e 16 oC, mas com certeza estava atrasado e a temperatura não era tão alta. Conferi: 9 minutos de atraso no relógio e pelo menos 6 oC de defasagem no termômetro...Já fazia quase meia hora que não nos movíamos. À direita, pelo vidro embaçado pela condensação, eu podia ver a longa fila à nossa frente. O motor do ônibus não saía há tempo de sua marcha lenta e com isso as luzes de leitura e o aquecimento não se desligavam, para nosso conforto e até mesmo para nossa sobrevivência. Seria difícil suportar o frio úmido diretamente exposto a ele. Os 16 oC do relógio eram uma mentira grosseira. Era inverno tropical, mas era finalmente o inverno!
Ontem tinham sido quase duas horas de atraso, parado. Hoje quantas seriam? Eu não tinha problemas fisiológicos: nem fome, nem sede, nem sono, nenhuma urgência urinária ou intestinal. Restava aguardar, pacientemente. Como quase sempre, os colegas aproveitavam para dormir. Para mim o sono se parecia com a morte e minha urgência de viver me impedia de continuar dormindo. Lera varais páginas e quase acabara “As consolações da Filosofia” de Allain de Botton. Ensaiara ligar o smartphone na internet, mas ou não havia sinal ou eu cometera alguma burrice desligando o wifi ou outra funcionalidade, o que fizera para preservar por mais tempo a carga da bateria e impedir notificações instantâneas do facebook.
Tive que me aprumar e abaixar o pulôver, que havia subido um pouco descobrindo a gordura da cintura nas costas e de onde vinha um contato gélido com a superfície fria da lateral do ônibus. Um certo tédio começava a me perturbar.
Por alguma razão me ocorreu que o Papa estava no Brasil. A euforia religiosa dos católicos com a Jornada Mundial da Juventude me era bastante indiferente, eu me centrava então na neblina espessa que agora tinha engolfado os veículos, quase todos de porte pesado, e as curvas da estrada e só deixava de fora, visíveis, meu ônibus e dois caminhões: o da frente, uma “cegonha” lotada de carros da Chevrolet e o de trás, um vetusto e, hoje, pequeno e já carcomido Mercedes Bens 1113 que um dia tinha sido azul “calcinha”.
À minha frente a Patrícia acordou, ou assim pensei, e esticou-se para tentar entender o que se passava. 7:46, 18 oC; o frio seria de 10 ou 12 oC, mais ainda pela chuva que vinha, o vento da Serra...Edivaldo, o motorista, abriu a porta de seu compartimento, alguém fazia perguntas ou comentários provavelmente inúteis; estávamos inexoravelmente presos até que uma força externa maior nos libertasse daquele imobilismo. Nada havia a ser feito, apenas a paciente espera estava em nossas mãos.
Daquela pouca atividade resultara o acendimento das três telas de televisão. Sem sinal. Telas azuis com um retangulozinho verde que ia aos pulinhos atravessando a diagonal das telas: NO SIGNAL!
O motor do ônibus às vezes parecia que acelerava, mas devia ser só o cansaço auditivo que tentava fugir da monotonia da vibração em freqüência muito constante, enganando os sentidos. Atrás de mim o colega trocava os toques de seu celular: assobios ridículos e rifs de guitarra distorcida, sonzinhos metálicos, tiquetaques digitais de uma nova era sem os barulhos analógicos como os dos despertadores “panelões” e das máquinas de escrever. 7:58.
Presos na Serra do Mar! Acidente? Manifestação? Reflexo da obra mal programada? Excesso de veículos? Paralisação sem causa? Essa última hipótese era impossível! Tudo tinha que ter uma causa, mesmo que desconhecida por todos! Uma das duas artérias que ligavam a maior cidade com o maior porto da América do Sul não paravam por horas numa terça feira de manhã por nada. E de novo o assobio ridículo do parelho celular do colega de trás! 8:02
Visgo de jaca, cola, lama, o encalhe começava a me perturbar. Entalados, agarrados, como se o asfalto frio e duro tivesse derretido e colado os pneus entre os pedriscos num chiclete preto que serpenteava pela encosta da mata branca de neblina.
Movimento: duas motos com sirenes passam se esgueirando entre os veículos. Dois homens com capas de náilon verde limão. Esperança de que alguém alcançasse o fulcro, a origem última dos fatos, de que, além das motos, guindastes em helicópteros atingissem o umbigo do nó, o fulcro do problema e, arrastando uma suposta carreta quebrada, nos libertassem...
Nada, só esperança vã. 8:07! 8:08! Volto sem vontade às “Consolações”. Não adianta! Ao lado a Vivi se vira um pouco e tenta se cobrir melhor com o cobertorzinho curto, que me parece tão aconchegante. 8:15. Já devíamos ter chegado! A neblina não se mexe, nem pensa em se dissipar! O ônibus não se mexe! Só o grafite da lapiseira se mexe em minha mão, preenchendo essas mal traçadas linhas por onde insisto em me mover como se fosse o meu desejo para esse coletivo!
Já estamos aqui há mais de uma hora? Com certeza! 8:18. A Pat comunica ao telefone com algum colega, entre desesperançosa e conformada, que talvez só chegue em CCB para o almoço... A neblina não se mexe. Os veículos não se mexem. As pessoas começam a se mexer, tossem, se ajeitam, bocejam, chupam os narizes que escorrem, pigarreiam. Atrás de nós um motor ronca forte como se fosse partir, mas resfolega e para. 8:22, 19 oC (quem dera!). A única coisa que vai para frente são os números no display do relógio: 8:23!
Os freios se soltam, as marchas se engatam: estamos andando! Viva!
Nem 100 metros...Motores roncam forte, mas é só uma pequena convulsão que reotrna ao imobilismo. Tudo para logo à frente de novo! 8:25.
Ao meu lado, agora, outro Mercedes Benz, branco e um pouco menos vetusto, 1314, rugindo como se fosse voar, mas se acalma, não vai sair do lugar por enquanto. As gotas no lado de fora do vidro são de chuva e me fazem lembrar que hoje é terça, que vim de moto do Itaim Bibi para a Conceição. Pelo menos hoje tomei a sábia providência de colocar a capa preta e grossa “de motoboy” e que a deixei secando sobre a moto no estacionamento da Avenida do Café. Enfrentei, agasalhado por ela, a garoa fria na madrugada escura, nesse dia que não quer nascer, tudo envolto na luz baça do leite grosso dessa neblina espessa da Anchieta. 8:30. Meu consolo é ser pago por toda essa imobilidade inútil! Pior se eu estivesse gastando meus recursos parcos recursos nessa pasmaceira!
É claro que era um desperdício que não me agradava, que todos estávamos sendo prejudicados por mais um dia de congestionamento na Serra do Mar. Mas meu empregador saía mais prejudicado que eu, e não era minha culpa; aquilo de certa forma aliviava a culpa ancestral e a sensação de perda. Eu perdia “menos”, meu “taxímetro” estava ligado, eu era remunerado por estar ali! Fazia uma conta besta de quantos reais me pagavam por minuto, tinha mais dó da Vale e menos de mim, mas tinha dó de mim e do Brasil por tudo aquilo...
Nossa competitividade não melhorava com aquela falta de mobilidade. 8:37, 19 oC; 8:54, 18 oC, finalmente a neblina se dispersa um pouquinho e estamos em movimento. Talvez uns cinco ou dez quilômetros adiante e uma nova parada, mas ainda não é total...ao meu lado desfilam parados caminhões com contêineres, refrigerantes Dolly, frangos Rigor, baús com plataformas pneumáticas, estofados Criativa de Jaci (não sabia que meu estado tinha essa cidade), etc. O desfile cotidiano da logística intermodal! Casas Bahia, máquina de terraplenagem Catterpilar em caminhão prancha, líquidos corrosivos na cisterna de aço inox da Sancap, um recorte da vida do porto que se avizinha, o eterno cais. Lembro do Milton, “Para quem quer se soltar, invento o cais”. Ou do Macalé com Capinan, Movimento dos barcos,
Estou cansado e você também
Vou sair sem abrir a porta
E não voltar nunca mais
Desculpe a paz que eu lhe roubei
E o futuro esperado que eu não dei
É impossível levar um barco sem temporais
E suportar a vida como um momento além do cais
Que passa ao largo do nosso corpo
Não quero ficar dando adeus
As coisas passando, eu quero
É passar com elas, eu quero
E não deixar nada mais
Do que as cinzas de um cigarro
E a marca de um abraço no seu corpo
Não, não sou eu quem vai ficar no porto
Chorando, não
Lamentando o eterno movimento
Movimento dos barcos, movimento
E vem outra cegonha, com Hondas, Fits em cima e Civics embaixo; 9:02, 19 oC; 9:41, 20 oC, finalmente entramos na cota, passamos a fábrica de papel e deixamos os colegas em CCB, na Bernardo Geisel Filho, avançamos lentamente pela Cônego Rangoni em direção à Plínio de Queiroz, a Piaçaguera...A poças na obra do acostamento refletiam um céu de chumbo. Meu pescoço doía num torcicolo, meus pés pareciam que tinham, invés de meias grossas e botinas, sido postos em tinas com gelo. Pedras remexidas, lama e lixo faziam com ferros retorcidos um quadro feio emoldurado por um corguinho. Placas anunciavam o pedágio a se pagar mais à frente, mas ele parecia que nunca ia chegar. 9:47. Duas horas e meia “perdidas” na leitura e na escrita.
Sonhava uma xícara fumegante de um chocolate espesso e de qualidade, um misto quente, coisas que me reconfortassem, vontade de urinar, vontade que um anjo benévolo me alçasse dali para uma praia cálida e paradisíaca, como tantas que existiam não longe dali, em outros dias do ano.
9:51. 20 oC. Não cheguei na fábrica ainda, mas a vejo. Antevejo as agruras do dia, o atraso, os acúmulos de tarefas indesejadas...Câmbio e desligo!
Ontem tinham sido quase duas horas de atraso, parado. Hoje quantas seriam? Eu não tinha problemas fisiológicos: nem fome, nem sede, nem sono, nenhuma urgência urinária ou intestinal. Restava aguardar, pacientemente. Como quase sempre, os colegas aproveitavam para dormir. Para mim o sono se parecia com a morte e minha urgência de viver me impedia de continuar dormindo. Lera varais páginas e quase acabara “As consolações da Filosofia” de Allain de Botton. Ensaiara ligar o smartphone na internet, mas ou não havia sinal ou eu cometera alguma burrice desligando o wifi ou outra funcionalidade, o que fizera para preservar por mais tempo a carga da bateria e impedir notificações instantâneas do facebook.
Tive que me aprumar e abaixar o pulôver, que havia subido um pouco descobrindo a gordura da cintura nas costas e de onde vinha um contato gélido com a superfície fria da lateral do ônibus. Um certo tédio começava a me perturbar.
Por alguma razão me ocorreu que o Papa estava no Brasil. A euforia religiosa dos católicos com a Jornada Mundial da Juventude me era bastante indiferente, eu me centrava então na neblina espessa que agora tinha engolfado os veículos, quase todos de porte pesado, e as curvas da estrada e só deixava de fora, visíveis, meu ônibus e dois caminhões: o da frente, uma “cegonha” lotada de carros da Chevrolet e o de trás, um vetusto e, hoje, pequeno e já carcomido Mercedes Bens 1113 que um dia tinha sido azul “calcinha”.
À minha frente a Patrícia acordou, ou assim pensei, e esticou-se para tentar entender o que se passava. 7:46, 18 oC; o frio seria de 10 ou 12 oC, mais ainda pela chuva que vinha, o vento da Serra...Edivaldo, o motorista, abriu a porta de seu compartimento, alguém fazia perguntas ou comentários provavelmente inúteis; estávamos inexoravelmente presos até que uma força externa maior nos libertasse daquele imobilismo. Nada havia a ser feito, apenas a paciente espera estava em nossas mãos.
Daquela pouca atividade resultara o acendimento das três telas de televisão. Sem sinal. Telas azuis com um retangulozinho verde que ia aos pulinhos atravessando a diagonal das telas: NO SIGNAL!
O motor do ônibus às vezes parecia que acelerava, mas devia ser só o cansaço auditivo que tentava fugir da monotonia da vibração em freqüência muito constante, enganando os sentidos. Atrás de mim o colega trocava os toques de seu celular: assobios ridículos e rifs de guitarra distorcida, sonzinhos metálicos, tiquetaques digitais de uma nova era sem os barulhos analógicos como os dos despertadores “panelões” e das máquinas de escrever. 7:58.
Presos na Serra do Mar! Acidente? Manifestação? Reflexo da obra mal programada? Excesso de veículos? Paralisação sem causa? Essa última hipótese era impossível! Tudo tinha que ter uma causa, mesmo que desconhecida por todos! Uma das duas artérias que ligavam a maior cidade com o maior porto da América do Sul não paravam por horas numa terça feira de manhã por nada. E de novo o assobio ridículo do parelho celular do colega de trás! 8:02
Visgo de jaca, cola, lama, o encalhe começava a me perturbar. Entalados, agarrados, como se o asfalto frio e duro tivesse derretido e colado os pneus entre os pedriscos num chiclete preto que serpenteava pela encosta da mata branca de neblina.
Movimento: duas motos com sirenes passam se esgueirando entre os veículos. Dois homens com capas de náilon verde limão. Esperança de que alguém alcançasse o fulcro, a origem última dos fatos, de que, além das motos, guindastes em helicópteros atingissem o umbigo do nó, o fulcro do problema e, arrastando uma suposta carreta quebrada, nos libertassem...
Nada, só esperança vã. 8:07! 8:08! Volto sem vontade às “Consolações”. Não adianta! Ao lado a Vivi se vira um pouco e tenta se cobrir melhor com o cobertorzinho curto, que me parece tão aconchegante. 8:15. Já devíamos ter chegado! A neblina não se mexe, nem pensa em se dissipar! O ônibus não se mexe! Só o grafite da lapiseira se mexe em minha mão, preenchendo essas mal traçadas linhas por onde insisto em me mover como se fosse o meu desejo para esse coletivo!
Já estamos aqui há mais de uma hora? Com certeza! 8:18. A Pat comunica ao telefone com algum colega, entre desesperançosa e conformada, que talvez só chegue em CCB para o almoço... A neblina não se mexe. Os veículos não se mexem. As pessoas começam a se mexer, tossem, se ajeitam, bocejam, chupam os narizes que escorrem, pigarreiam. Atrás de nós um motor ronca forte como se fosse partir, mas resfolega e para. 8:22, 19 oC (quem dera!). A única coisa que vai para frente são os números no display do relógio: 8:23!
Os freios se soltam, as marchas se engatam: estamos andando! Viva!
Nem 100 metros...Motores roncam forte, mas é só uma pequena convulsão que reotrna ao imobilismo. Tudo para logo à frente de novo! 8:25.
Ao meu lado, agora, outro Mercedes Benz, branco e um pouco menos vetusto, 1314, rugindo como se fosse voar, mas se acalma, não vai sair do lugar por enquanto. As gotas no lado de fora do vidro são de chuva e me fazem lembrar que hoje é terça, que vim de moto do Itaim Bibi para a Conceição. Pelo menos hoje tomei a sábia providência de colocar a capa preta e grossa “de motoboy” e que a deixei secando sobre a moto no estacionamento da Avenida do Café. Enfrentei, agasalhado por ela, a garoa fria na madrugada escura, nesse dia que não quer nascer, tudo envolto na luz baça do leite grosso dessa neblina espessa da Anchieta. 8:30. Meu consolo é ser pago por toda essa imobilidade inútil! Pior se eu estivesse gastando meus recursos parcos recursos nessa pasmaceira!
É claro que era um desperdício que não me agradava, que todos estávamos sendo prejudicados por mais um dia de congestionamento na Serra do Mar. Mas meu empregador saía mais prejudicado que eu, e não era minha culpa; aquilo de certa forma aliviava a culpa ancestral e a sensação de perda. Eu perdia “menos”, meu “taxímetro” estava ligado, eu era remunerado por estar ali! Fazia uma conta besta de quantos reais me pagavam por minuto, tinha mais dó da Vale e menos de mim, mas tinha dó de mim e do Brasil por tudo aquilo...
Nossa competitividade não melhorava com aquela falta de mobilidade. 8:37, 19 oC; 8:54, 18 oC, finalmente a neblina se dispersa um pouquinho e estamos em movimento. Talvez uns cinco ou dez quilômetros adiante e uma nova parada, mas ainda não é total...ao meu lado desfilam parados caminhões com contêineres, refrigerantes Dolly, frangos Rigor, baús com plataformas pneumáticas, estofados Criativa de Jaci (não sabia que meu estado tinha essa cidade), etc. O desfile cotidiano da logística intermodal! Casas Bahia, máquina de terraplenagem Catterpilar em caminhão prancha, líquidos corrosivos na cisterna de aço inox da Sancap, um recorte da vida do porto que se avizinha, o eterno cais. Lembro do Milton, “Para quem quer se soltar, invento o cais”. Ou do Macalé com Capinan, Movimento dos barcos,
Estou cansado e você também
Vou sair sem abrir a porta
E não voltar nunca mais
Desculpe a paz que eu lhe roubei
E o futuro esperado que eu não dei
É impossível levar um barco sem temporais
E suportar a vida como um momento além do cais
Que passa ao largo do nosso corpo
Não quero ficar dando adeus
As coisas passando, eu quero
É passar com elas, eu quero
E não deixar nada mais
Do que as cinzas de um cigarro
E a marca de um abraço no seu corpo
Não, não sou eu quem vai ficar no porto
Chorando, não
Lamentando o eterno movimento
Movimento dos barcos, movimento
E vem outra cegonha, com Hondas, Fits em cima e Civics embaixo; 9:02, 19 oC; 9:41, 20 oC, finalmente entramos na cota, passamos a fábrica de papel e deixamos os colegas em CCB, na Bernardo Geisel Filho, avançamos lentamente pela Cônego Rangoni em direção à Plínio de Queiroz, a Piaçaguera...A poças na obra do acostamento refletiam um céu de chumbo. Meu pescoço doía num torcicolo, meus pés pareciam que tinham, invés de meias grossas e botinas, sido postos em tinas com gelo. Pedras remexidas, lama e lixo faziam com ferros retorcidos um quadro feio emoldurado por um corguinho. Placas anunciavam o pedágio a se pagar mais à frente, mas ele parecia que nunca ia chegar. 9:47. Duas horas e meia “perdidas” na leitura e na escrita.
Sonhava uma xícara fumegante de um chocolate espesso e de qualidade, um misto quente, coisas que me reconfortassem, vontade de urinar, vontade que um anjo benévolo me alçasse dali para uma praia cálida e paradisíaca, como tantas que existiam não longe dali, em outros dias do ano.
9:51. 20 oC. Não cheguei na fábrica ainda, mas a vejo. Antevejo as agruras do dia, o atraso, os acúmulos de tarefas indesejadas...Câmbio e desligo!
terça-feira, 16 de julho de 2013
“Moto no inverno” (ou “”Pobre” é foda”)
Terça feira é o dia da semana do rodízio municipal do meu carro.
Então vou de moto prá Conceição.
Aí pensei: rico sai de moto no sábado à tarde, com sol e calor, com uma gatinha de bunda empinada na garupa, para ir a lugares chiques como um restaurante legal e depois um motel bacana.
E hoje, no escuro chuvoso das 6 da matina, eu de moto, sozinho, gelado e molhado, indo para o trabalho lá em Cubatão!
Pobre é foda!
Então vou de moto prá Conceição.
Aí pensei: rico sai de moto no sábado à tarde, com sol e calor, com uma gatinha de bunda empinada na garupa, para ir a lugares chiques como um restaurante legal e depois um motel bacana.
E hoje, no escuro chuvoso das 6 da matina, eu de moto, sozinho, gelado e molhado, indo para o trabalho lá em Cubatão!
Pobre é foda!
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Mais uma Aurora
A nesga entre as cortinas num recorte
Deixa passar metálicos laranjas entre sombras
Cinza azuladas de outras nuvens
E de novo, mais à frente, à esquerda
A represa é um mar de ouro líquido
Nas costas, a mega cidade
Na frente, o abismo da Serra do Mar
A ser vencido bravamente pelo ônibus
E dentro, aqui no peito enorme
Uma puta vontade de ser feliz!
Deixa passar metálicos laranjas entre sombras
Cinza azuladas de outras nuvens
E de novo, mais à frente, à esquerda
A represa é um mar de ouro líquido
Nas costas, a mega cidade
Na frente, o abismo da Serra do Mar
A ser vencido bravamente pelo ônibus
E dentro, aqui no peito enorme
Uma puta vontade de ser feliz!
sábado, 13 de julho de 2013
D.O.M.GUSTAÇÃO
Enquanto isso agora há pouco na sala de justiça do Alex Atalla:
Ostra, cupuaçu, whiskey e manga
Brandade de palmito com anchova e telha de tapioca
Cavala, sautée de palmito fresco e cogumelos com mel de abelha silvestre
Mini arroz com alcachofra
Costelinha ao Malbec com mandioca Brás
Aligot
Torta de castanha do Pará com sorvete de whiskey, curry, chocolate, sal, rúcula e pimenta
Falando assim parece simples, mas tinha mais gastronomia molecular que o Ferran Adriá pudesse imaginar!
Sem contar que tinham várias pratos "de cortesia" que não constavam no cardápio, uma loucura de invencionices que funcionam à perfeição; sei lá tipo pó de priprioca!!
E dá-lhe Pinot Noir neozelandês!
Viva a convivialidade e a gastronomia premiada brasileira!
Dinheiro é duro de ganhar, mas se você não sabe gastar, de que ele vale?
Veja mais em www.domrestaurante.com.br
Ostra, cupuaçu, whiskey e manga
Brandade de palmito com anchova e telha de tapioca
Cavala, sautée de palmito fresco e cogumelos com mel de abelha silvestre
Mini arroz com alcachofra
Costelinha ao Malbec com mandioca Brás
Aligot
Torta de castanha do Pará com sorvete de whiskey, curry, chocolate, sal, rúcula e pimenta
Falando assim parece simples, mas tinha mais gastronomia molecular que o Ferran Adriá pudesse imaginar!
Sem contar que tinham várias pratos "de cortesia" que não constavam no cardápio, uma loucura de invencionices que funcionam à perfeição; sei lá tipo pó de priprioca!!
E dá-lhe Pinot Noir neozelandês!
Viva a convivialidade e a gastronomia premiada brasileira!
Dinheiro é duro de ganhar, mas se você não sabe gastar, de que ele vale?
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quinta-feira, 11 de julho de 2013
"A manifestação" ou "A marcha de protesto"
O dia começou às 5:30h como sempre. Saí de casa às 6 horas, rumo da Conceição, onde pego o fretado da Breda, Avenida do Café. Os colegas da Usiminas, ex-Cosipa avisaram que tava embaço no Cubatão. Fomos em frente e eventualmente, descendo pelas cotas da Anchieta, chegamos na Bernardo Geisel Filho, da Petrobrás e Petrocoque. Piquete na porta da Vale Fertilizantes, CCB, chamei os amigos de CUB e CPG para descermos e ir a pé, impossível passar. O diretor L4 mandou voltar, para não se envolver com briga de sindicato.
Bem, a bateria do celular miou, deixei de avisar o L3. Quando soube que eu deixo o laptop no escritório, estrilou. Mas depois redarguiu, disse que é perigoso andar com ele a pé em Sampa...Fazer o que, off-line!
Fiz almoço, carreguei o celular, fiz recibo da locadora, conferi contas, arrumei a cozinha, saí para arejar.
Fui chegando na Paulista, um barulho forte. Era a manifestação do "Dia Nacional das Lutas Trabalhistas", da CUT, da Força Sindical e mais duzentos e tantos movimentos sociais: o gay, o negro, as mulheres, os sem terra, os sem teto, apeoesp, PCdoB, UJS, PCO, PCB, bandeiras vermelhas sem vergonha, a bandeira do meu partido é vermelha de um sonho antigo"
Bem, a bateria do celular miou, deixei de avisar o L3. Quando soube que eu deixo o laptop no escritório, estrilou. Mas depois redarguiu, disse que é perigoso andar com ele a pé em Sampa...Fazer o que, off-line!
Fiz almoço, carreguei o celular, fiz recibo da locadora, conferi contas, arrumei a cozinha, saí para arejar.
Fui chegando na Paulista, um barulho forte. Era a manifestação do "Dia Nacional das Lutas Trabalhistas", da CUT, da Força Sindical e mais duzentos e tantos movimentos sociais: o gay, o negro, as mulheres, os sem terra, os sem teto, apeoesp, PCdoB, UJS, PCO, PCB, bandeiras vermelhas sem vergonha, a bandeira do meu partido é vermelha de um sonho antigo"
terça-feira, 9 de julho de 2013
"La Bella Addormentata" ("A bela que dorme") de Marco Bellocchio
Há mais de dez belas adormecidas no último Bellocchio! Eutanásia não deveria ser um tema fácil, e não é! Mas o diretor de pérolas como "Vincere" sabe o que faz! Grande filme!
Hanna Arendt e a banalidade do mal
Uma judia que "explica" Eichmann como um Zé Ninguém através da ótica da honra da obediência devida e declara que se os judeus fossem desorganizados não teria havido tantas mortes sob Hitler é uma mulher de coragem.
Bárbara Sukowa está maravilhosa como o personagem principal do filme de Margarethe von Trotta!
Bárbara Sukowa está maravilhosa como o personagem principal do filme de Margarethe von Trotta!
sábado, 6 de julho de 2013
Jards Macalé, Marcelo Rubens Paiva e eu
Fui no Espaço Itaú da Augusta ver o genial documentário de Erick Rocha, "JARDS".
Para quem não sabe, além de ser fã, sou quase amigo pessoal do Macau devido a uma longa história que fiz acontecer com ele de protagonista em Cajati há uma década atrás.
êxtase músico-cinematográfico!
Na saída o escritor Marcelo Paiva entrava com sua cadeira high tech.
Não titubeei.
Corri na Livraria daquela cinema e comprei o "Fêmeas" do próprio. Tá lá o autógrafo, com um abraço pro Roberto...
Para quem não sabe, além de ser fã, sou quase amigo pessoal do Macau devido a uma longa história que fiz acontecer com ele de protagonista em Cajati há uma década atrás.
êxtase músico-cinematográfico!
Na saída o escritor Marcelo Paiva entrava com sua cadeira high tech.
Não titubeei.
Corri na Livraria daquela cinema e comprei o "Fêmeas" do próprio. Tá lá o autógrafo, com um abraço pro Roberto...
sábado, 29 de junho de 2013
Sábado, tempo estelar e normalizado
As passeatas refluíram como previsto.
Amanhã uma tunga nos espanhóis e nada de greve geral na segunda feira.
Éramos os burguesões acomodados, não queríamos aquela tomada de linha de frente por gente apartidária dos infernos, que não empunhava sua bandeira e ainda queria a do meu partido (PT) das minhas mãos!
Fodam-se.
E Dilma dera as respostas esperadas, pusera-se à frente da reforma política, uma coisa importante para termos os partidos mais fortes e honestos no Congresso. O resto era uma pataquada. Mas tiveram força, tenho que admitir.
E daqui prá frente não se descartam novas mobilizações apartidárias, no fundo de centro direita, com aproveitadores de extrema esquerda e até de algumas esquerdas. Tudo tão dividido...
Participei da minha manifestação em Marília, fiz meu "Fora Camarinha", agitei, pintei a cara dos meninos, dancei e cantei, carreguei cartazes e entoei hinos. Não tinha sido ruim, pelo menos chamava para a democracia direta, participativa.
E assim íamos para o fim do primeiro semestre de 2013. Câmbio. Desligo!
Amanhã uma tunga nos espanhóis e nada de greve geral na segunda feira.
Éramos os burguesões acomodados, não queríamos aquela tomada de linha de frente por gente apartidária dos infernos, que não empunhava sua bandeira e ainda queria a do meu partido (PT) das minhas mãos!
Fodam-se.
E Dilma dera as respostas esperadas, pusera-se à frente da reforma política, uma coisa importante para termos os partidos mais fortes e honestos no Congresso. O resto era uma pataquada. Mas tiveram força, tenho que admitir.
E daqui prá frente não se descartam novas mobilizações apartidárias, no fundo de centro direita, com aproveitadores de extrema esquerda e até de algumas esquerdas. Tudo tão dividido...
Participei da minha manifestação em Marília, fiz meu "Fora Camarinha", agitei, pintei a cara dos meninos, dancei e cantei, carreguei cartazes e entoei hinos. Não tinha sido ruim, pelo menos chamava para a democracia direta, participativa.
E assim íamos para o fim do primeiro semestre de 2013. Câmbio. Desligo!
domingo, 23 de junho de 2013
Bença, Marília!
"Que a casa de Meu Pai não caia jamais!"
O que vem dali pouco me importa? Importa o Moraes, o Seu Chico Figueiredo e a dona Ivone, o doutor Eládio?
O amor profundo aos mestres, escolas, professoras e serventes, às maritacas do céu e das árvores, até o amor à pobreza caipira e inculta e à sordidez de alguns de seus empresários e muitos políticos malfeitores, nada disso vem ao caso.
Pois tudo isso aí é pinto perto do amor que devoto àquelas paredes da Gonçalves Dias 151.
A Casa do Pai, sé e catedral mor de minha religião, nada a ver com a arquitetura modernista, salas, quartos, banheiros, edícula, salão, cozinha...
Digo do que quer a idéias última de lar, pátria forte e bonita, que me acolheu desde os seis anos.
Meu Patrimônio Histórico Pessoal e Intransferível Material e Imaterial.
Não toquem num tijolo desse meu Versailles, Castelo Maschio, Forte de Reis, Museu do Louvre, minha Casa Imperial e por aí vai!
O que vem dali pouco me importa? Importa o Moraes, o Seu Chico Figueiredo e a dona Ivone, o doutor Eládio?
O amor profundo aos mestres, escolas, professoras e serventes, às maritacas do céu e das árvores, até o amor à pobreza caipira e inculta e à sordidez de alguns de seus empresários e muitos políticos malfeitores, nada disso vem ao caso.
Pois tudo isso aí é pinto perto do amor que devoto àquelas paredes da Gonçalves Dias 151.
A Casa do Pai, sé e catedral mor de minha religião, nada a ver com a arquitetura modernista, salas, quartos, banheiros, edícula, salão, cozinha...
Digo do que quer a idéias última de lar, pátria forte e bonita, que me acolheu desde os seis anos.
Meu Patrimônio Histórico Pessoal e Intransferível Material e Imaterial.
Não toquem num tijolo desse meu Versailles, Castelo Maschio, Forte de Reis, Museu do Louvre, minha Casa Imperial e por aí vai!
segunda-feira, 17 de junho de 2013
"O meu lugar" ("emprestado" do Arlindo Cruz, brigado Mestre!)
O meu lugar é caminho de Fátima e Glória, senhora
Tem neblina até de manhã
O meu lugar tem seus mitos e seres de luz
Fica perto de Oswaldo Cruz, Tupã, Quintana e Varpa
Tem meus pais, meu avô, professor e doutô
Uma ginga em cada andar
É suor e prazer, esperança num mundo melhor e cerveja prá comemorar
E seu nome é doce dizer
É Marília
Lararaiá
É Marília!
Tem neblina até de manhã
O meu lugar tem seus mitos e seres de luz
Fica perto de Oswaldo Cruz, Tupã, Quintana e Varpa
Tem meus pais, meu avô, professor e doutô
Uma ginga em cada andar
É suor e prazer, esperança num mundo melhor e cerveja prá comemorar
E seu nome é doce dizer
É Marília
Lararaiá
É Marília!
domingo, 16 de junho de 2013
Movimentos de "indignados" não dão "em nada"!
Ocupar a praça, com raiva, só nos leva a ocupar a praça! E com raiva!
Um projeto político é mais.
A democracia em geral e a democracia interna de um movimento social, que em algum momento deve se formalizar como um partido para "jogar o jogo", acabam se perdendo se não há continuidade e outros elos de ligação (além de bandeiras, no mais "justas" mas "esparsas", como o "fim da corrupção" ou o "abaixamento da tarifa do ônibus")...
Vamos ver o que as próximas semanas nos trarão (além de mais boas intenções recheadas de "vandalismo" e "abusos policiais").
Mas temo que esse movimento como um verdadeiro "balaio de gatos" onde entram punks, hippies, partidos de extrema esquerda e uma classe média extremamente despolitizada entre outros manipuláveis de plantão não leve a nada mais que dar matéria para o PIG ficar batendo na Presidenta e no Prefeito!
Ah! Que saudade dos "sovietes"!
Um projeto político é mais.
A democracia em geral e a democracia interna de um movimento social, que em algum momento deve se formalizar como um partido para "jogar o jogo", acabam se perdendo se não há continuidade e outros elos de ligação (além de bandeiras, no mais "justas" mas "esparsas", como o "fim da corrupção" ou o "abaixamento da tarifa do ônibus")...
Vamos ver o que as próximas semanas nos trarão (além de mais boas intenções recheadas de "vandalismo" e "abusos policiais").
Mas temo que esse movimento como um verdadeiro "balaio de gatos" onde entram punks, hippies, partidos de extrema esquerda e uma classe média extremamente despolitizada entre outros manipuláveis de plantão não leve a nada mais que dar matéria para o PIG ficar batendo na Presidenta e no Prefeito!
Ah! Que saudade dos "sovietes"!
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Fragamento da "Canção do Expedicionário" (no dia dos 105 da chegada do Kasato Maru)
Você sabe de onde eu venho ?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Apocalipses de São Berto
Sonhei a noite toda, em ondas, com o fim do mundo. As causas oníricas eram desconhecidas. Pareciam estar ligadas a colapsos de meteoros, cometas, planetas perdidos ou outros corpos celestes. E essas coisas, mesmo se não acontecem, mas se quase todos acreditam, dão no mesmo. Nos meus sonhos (ainda não eram pesadelos, a tudo eu enfrentava, se não com altivez, com fleuma) era “o dia em que Terra parou”. Numas partes do sonho eu estava no litoral, noutras já na capital. Mas tinha grandes pedaços da ação que se passava na casa do meu irmão em Marília. Eu estava sempre acompanhado, mas naquela atmosfera típica dos devaneios, os interlocutores nunca eram definidos.
Medo da morte iminente que não vinha, noites sem fim, medo dos saques e distúrbios que fatalmente se insinuavam, mas ficavam só no ameaço. Por que vivemos com medo de morrer? Faz parte, é o fim e ponto. Medo da fome eu tinha. E isso minha obesidade de entre 7 e 8 arrobas sempre pronta a mais um naco ou um gole de coisas gostosas e suas conseqüências nefastas (litíase renal, divertículo, hemorróida, artrite, joelho travado, barriga protuberante, as vezes o caminhar dificultado) sabia bem o que era.
Intuía que a saída era voltar para a roça, lavoura arcaica, da onde meus ancestrais vieram, aquela coisa urbo-rurícola.
E no fim do sonho, nessa madrugada, eu me via já sem medo, num dia limpo e com sol, com o embornal nas costas, me agregando a uma grande família de negros bonitos, retirantes dessa nova era pós apocalíptica, caminhando na saída de Amadeu Amaral em direção à Fazenda Ibéria (que já não é mais da família do Tio Roque Villani)...
Medo da morte iminente que não vinha, noites sem fim, medo dos saques e distúrbios que fatalmente se insinuavam, mas ficavam só no ameaço. Por que vivemos com medo de morrer? Faz parte, é o fim e ponto. Medo da fome eu tinha. E isso minha obesidade de entre 7 e 8 arrobas sempre pronta a mais um naco ou um gole de coisas gostosas e suas conseqüências nefastas (litíase renal, divertículo, hemorróida, artrite, joelho travado, barriga protuberante, as vezes o caminhar dificultado) sabia bem o que era.
Intuía que a saída era voltar para a roça, lavoura arcaica, da onde meus ancestrais vieram, aquela coisa urbo-rurícola.
E no fim do sonho, nessa madrugada, eu me via já sem medo, num dia limpo e com sol, com o embornal nas costas, me agregando a uma grande família de negros bonitos, retirantes dessa nova era pós apocalíptica, caminhando na saída de Amadeu Amaral em direção à Fazenda Ibéria (que já não é mais da família do Tio Roque Villani)...
domingo, 9 de junho de 2013
Tão falando mal do PT
Deixa que digam, que falem, eu não tenho nada a dizer e menos a contestar. Deixa que digam, que falem, eu não tô fazendo nada de mais, o que é que há? O que é que tem, eu não tô fazendo nada você também! Sabe que eu tô, aqui, de bobeira, pensando em música e digitando a passos de tartaruga...
Não rola nada
Mata com material genético, aqui não tem mais nada, só umas matinhas, coisas de 3 ou 4 alqueires, encontrei ela, uma mulher das antigas, o filminho do Braz Alécio , "A Quatro mãos", Um casal falando da vida deles, um casal bacana, dona Olinda, foi servente do Instituto, é mulher do Braz, uma figura. Tá com 80 e tantos anos! Pinta, mas tá com Alhezheimer, tô meio bebaço! Sei lá, hum, tá ali, o Ariel sobrinho. E o Gabriel saiu agora agora com uma mulherada, uma galera aí tava aqui em casa agora há pouco, uns maluco aí. Tava aí fechando o computador, amanhã tem um puta show, no Ibirapuera, de graça. Do Pat Metheny, com um cara mexicano, vou ter quer dormir!!!
sábado, 1 de junho de 2013
A pedido do Clóvis Marques Guimarães Júnior de Marília - SP
Meu novo blog
Boa tarde, Betão.
Tudo bem?
Antes de mais nada, um grande abraço e muito obrigado por você ter ajudado a divulgar meu blog sobre áudio, vídeo e assuntos correlatos.
Agora, se possível, peço-lhe que mencione meu novo blog: http://mundodaslutas.criarumblog.com/
Desde já, meu agradecimento e os desejos de um ótimo fim de semana.
Do sempre amigo Clóvis.
Boa tarde, Betão.
Tudo bem?
Antes de mais nada, um grande abraço e muito obrigado por você ter ajudado a divulgar meu blog sobre áudio, vídeo e assuntos correlatos.
Agora, se possível, peço-lhe que mencione meu novo blog: http://mundodaslutas.criarumblog.com/
Desde já, meu agradecimento e os desejos de um ótimo fim de semana.
Do sempre amigo Clóvis.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Era uma vez na Anatólia
Uma aula de cinema. Sem blá blá blá. Imagens e mais imagens contando a história. E tenho dito!
terça-feira, 28 de maio de 2013
Bonitinha mas ordinária
O filme de Moacyr Góes acerta, entre outras coisas, no elencasso: João Miguel, Leandra Leal, Gracindo Júnior, Letícia Collin, Ângela Leal, León Góes, André Valli, etc.
Mas o final não é muito rodriguiano...
Mas o final não é muito rodriguiano...
Oscar Schmidt luta contra câncer no cérebro...
...juro que eu pensava que o "Mão Santa" não tinha nada na cabeça...
Desculpem a piada, mas como dizia o Otto Lara Resende "O mineiro só é solidário no câncer" e como eu não sou mineiro...não pudia perder a piada. Saúde, Oscar!
Desculpem a piada, mas como dizia o Otto Lara Resende "O mineiro só é solidário no câncer" e como eu não sou mineiro...não pudia perder a piada. Saúde, Oscar!
Rolândia, Norte do Paraná (copiada da Wikipedia)
História [editar]
A cidade de Rolândia foi fundada pela “Companhia de Terras Norte do Paraná”, subsidiária da “Paraná Plantation Ltda”, cujos donos eram ingleses. No dia 29 de junho de 1934, iniciou-se a construção da primeira casa no perímetro urbano, o Hotel Rolândia. Daí para frente as construções se sucederam e uma próspera vila emergiu no local da mata. Nascia Rolândia.
A fama da fertilidade da “Terra Roxa” se espalhou por todos os rincões do país e o Norte do Paraná ficou sendo conhecido como a Canaã Brasileira. Logo, estrangeiros mineiros, paulistas e filhos de imigrantes alemães radicados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul estavam povoando e construindo Rolândia. Os imigrantes estrangeiros foram direcionados a se estabelecerem aqui, ou por alguma Sociedade que cuidava da imigração, ou por orientação da própria Companhia de Terras.
Dos imigrantes estrangeiros que colaboraram no desenvolvimento de Rolândia, destacam-se japoneses, alemães, italianos, portugueses, espanhóis, sírio-libaneses, húngaros, suíços, poloneses, tchecos, austríacos, entre outros. O nome de Rolândia é de origem germânica, nome dado em homenagem a Roland, legendário herói alemão, que na Idade Média guerreava ao lado de seu tio, Carlos Magno, e seu lema era lutar pela “Liberdade e Justiça”.
Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi assolada por uma grande crise econômica. Alguns políticos alemães, interessados em solucionar os problemas, principalmente dos filhos dos pequenos lavradores, criaram Companhias com objetivo de incentivar a imigração. Entre estas se destacou a “Companhia Para Estudos Econômicos Além-Mar”. Esta Companhia teve como 1º Presidente o Ministro Alemão Hans Luther, e alguns anos após, Erich Koch-Weser assumiu a presidência. Neste período muitas Companhias Colonizadoras Inglesas ofereciam terras aos interessados em imigração, entre elas, a “Paraná Plantation Ltda.” que possuía duas filiais no Brasil, A “Companhia de Terras Norte do Paraná” e a “Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná”.
Ao assumir a presidência da Companhia para Estudos Econômicos Além-Mar, Erich Koch-Weser convidou Oswald Nixdorf para estudar junto à “Paraná Plantation”, um local ideal para dar início a uma colonização alemã no Brasil. (1931): Escolhido o local, em 1932, Nixdorf é contratado pela Companhia Alemã, com a finalidade de seguir para o Brasil e aqui orientar os imigrantes alemães. No início, os imigrantes que se dirigiram ao Brasil eram basicamente constituídos de filhos de agricultores ou pessoas que queriam tentar a sorte em outro país.
Contudo, a partir das perseguições políticas, religiosas e raciais, desencadeadas pelo Nazismo, o tipo de imigrante mudou. Todo aquele que, de uma maneira ou de outra, temia a política repressiva do Nazismo procurou sair da Alemanha. Políticos, religiosos e alemães-judeus (estes quase todos com cursos universitários) vão engrossar o número daqueles que procuraram vir para Rolândia. Em 1934, inicia-se na Alemanha uma restrição à imigração. Até então, o valor que cada imigrante poderia levar consigo era de dez mil marcos. Com a restrição, este valor caiu para dez marcos. A Companhia de Terras logo encontrou a solução, a da PERMUTA.
Como a Companhia de Terras precisava de material para levar a Estrada de Ferro até Rolândia e a Alemanha possuía este material (trilhos etc), ficou combinado que o dinheiro do imigrante ficaria na própria Alemanha. O imigrante compraria o material ferroviário que a Companhia de Terras precisava e em troca recebia títulos que equivaliam a terras em Rolândia. Graças a esta forma de permuta, a Companhia de Terras conseguiu o prolongamento da Estrada de Ferro até Rolândia. Em janeiro de 1935 aqui chegava pela primeira vez a famosa Maria Fumaça.
A contribuição dos imigrantes estrangeiros e dos migrantes brasileiros foi de fundamental importância no desenvolvimento de nossa cidade. Os primeiros anos foram de muitas dificuldades, mas a vontade de vencer e de sobreviver fez do pioneiro um forte, verdadeiro herói anônimo, que além de tudo teve que suportar as agruras decorrentes da Segunda Guerra Mundial.
Rolandia, a exemplo de outras cidades brasileiras, cujos nomes eram de origem germânica, teve que mudar seu nome(assim como Cambé). Em 30 de dezembro de 1943, ao mesmo tempo em que era criado o município de Rolândia, o nome foi trocado para Caviúna. Somente em 1947 é que retornou o antigo nome Rolândia. Hoje, aos 68 de sua fundação, podemos dizer que Rolândia é uma cidade humana, cuja riqueza ainda é proveniente da agricultura.
No começo, os cafezais é que geravam a riqueza; hoje, a diversificação da agricultura se faz presente com destaque na soja, milho, trigo, cana de açúcar e laranja. Rolândia conta ainda com uma empresa frigorifica, uma cooperativa agropecuaria, uma usina de álcool, um setor pecuarista e parque industrial fortes.
Cincoenta
Escrito vetusto assim
Dá uma ideia errada
De gente velha esperando a morte
De baús e guardados de museus
Cinqüenta ainda com trema
Trás cheiro de essências de armários
De gavetas com bolinhas e cheiro forte de naftalina
Cinquenta, moderno
É
Depois e antes
Outra coisa
Um renascimento
E mais
Projeto de nascer
Pois se "a vida começa aos 40"
E já que "os 50 não os novos 30"
Surpreso concluo
Que nascerei de novo ainda daqui a onze anos!
Dá uma ideia errada
De gente velha esperando a morte
De baús e guardados de museus
Cinqüenta ainda com trema
Trás cheiro de essências de armários
De gavetas com bolinhas e cheiro forte de naftalina
Cinquenta, moderno
É
Depois e antes
Outra coisa
Um renascimento
E mais
Projeto de nascer
Pois se "a vida começa aos 40"
E já que "os 50 não os novos 30"
Surpreso concluo
Que nascerei de novo ainda daqui a onze anos!
Segunda quinzena de Maio de 2013
O Outono já ia maduro nos seus dois meses.
O Inverno tropical se antevia ali, em Junho.
Tivéramos na cidade de São Paulo um mês de estiagem quase total.
Anteontem à noite a chuva viera lavando a poeira. Ontem pela manhã uma neblina espessa nos retivera na Interligação da Imigrantes com a Anchieta. Hoje fora o caos causado pela medida da prefeita de Cubatão, Márcia Rosa. Fiquei em casa, sem computador da empresa, trabalho adiado!
Depois da Virada uma amiga desesperou e resolvia não responder à sofreguidão que me confrangera.
Em casa é tocar filho pra escola e trampo: produzir bons cidadãos!
O passado está morto, com seus fantasmas e esqueletos esquecidos.
Eu optara por viver o presente e um futuro de silvicultor que agora olho com esperança!
O Inverno tropical se antevia ali, em Junho.
Tivéramos na cidade de São Paulo um mês de estiagem quase total.
Anteontem à noite a chuva viera lavando a poeira. Ontem pela manhã uma neblina espessa nos retivera na Interligação da Imigrantes com a Anchieta. Hoje fora o caos causado pela medida da prefeita de Cubatão, Márcia Rosa. Fiquei em casa, sem computador da empresa, trabalho adiado!
Depois da Virada uma amiga desesperou e resolvia não responder à sofreguidão que me confrangera.
Em casa é tocar filho pra escola e trampo: produzir bons cidadãos!
O passado está morto, com seus fantasmas e esqueletos esquecidos.
Eu optara por viver o presente e um futuro de silvicultor que agora olho com esperança!
Caos no trânsito da Baixada Santista: falta conversa do governador com os prefeitos, no mínimo
Estou a pensar que é uma tremenda terça feira e não pude ir trabalhar porque a Márcia Rosa (prefeita de Cubatão) tomou alguma decisão que piorou o caos logístico da Cônego Domênico Rangoni.
Precisa de uma conversa séria do Geraldo Alckmin com a Dilma Rousseff e com essa senhora, bem como os prefeitos de Santos e Guarujá.
A safra tem que ser escoada.
Enquanto falta ferrovia, porto e estrada não pode faltar boa vontade dos governantes para solucionar o problema, mesmo que de forma paliativa (organizar a fila no Planalto parece uma solução "caseira" que poderia funcionar). Mas não dá para não ver o conjunto das "forças da ordem" (polícias rodoviárias, ministério e secretaria dos transportes, outros órgão municipais, etc) simplesmente assistirem a "bagunça" na Anchieta "de camarote"!
Precisa de uma conversa séria do Geraldo Alckmin com a Dilma Rousseff e com essa senhora, bem como os prefeitos de Santos e Guarujá.
A safra tem que ser escoada.
Enquanto falta ferrovia, porto e estrada não pode faltar boa vontade dos governantes para solucionar o problema, mesmo que de forma paliativa (organizar a fila no Planalto parece uma solução "caseira" que poderia funcionar). Mas não dá para não ver o conjunto das "forças da ordem" (polícias rodoviárias, ministério e secretaria dos transportes, outros órgão municipais, etc) simplesmente assistirem a "bagunça" na Anchieta "de camarote"!
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Grilhão
Bola de ferro acorrentada
Ao pé
Dobradiça tripla
Pesada e grossa
Entre os dois punhos
Atando o pescoço
No meio
Prisão agrícola
Capina diária
Regime semi aberto
Ao contrário
Só à noite tornamos
Prá casa
Trabalho “escravo”
Paradoxalmente libertador!
Ao pé
Dobradiça tripla
Pesada e grossa
Entre os dois punhos
Atando o pescoço
No meio
Prisão agrícola
Capina diária
Regime semi aberto
Ao contrário
Só à noite tornamos
Prá casa
Trabalho “escravo”
Paradoxalmente libertador!
Transumância
“Aquela estrela é bela
Vida, vento, vela
Leva-me daqui!”
Menino migrante, sabia que Marília não me continha.
Agora, beirando os cinqüenta, pergunto aos deuses onde mais os pés me levarão?
Sei que quando entrar Setembro me trará uma viagem, que vou a Inhotim e a Ouro Preto, andar por Catas Altas, quiçá BH. Sonhei Palmar e Jalapão, voltando por Caldas Novas e Marília.
Mas a viagem já ficou demais para o tempo...andar menos e parar mais, eis o mister!
Vida, vento, vela
Leva-me daqui!”
Menino migrante, sabia que Marília não me continha.
Agora, beirando os cinqüenta, pergunto aos deuses onde mais os pés me levarão?
Sei que quando entrar Setembro me trará uma viagem, que vou a Inhotim e a Ouro Preto, andar por Catas Altas, quiçá BH. Sonhei Palmar e Jalapão, voltando por Caldas Novas e Marília.
Mas a viagem já ficou demais para o tempo...andar menos e parar mais, eis o mister!
segunda-feira, 13 de maio de 2013
José Genoíno
Sábado à noitinha, Shopping Frei Caneca.
No G4 a porta do elevador abre e sai, meio cabisbaixo, ele com a esposa japonesa.
Ao entrarmos, uma mulher começa e discursar contra o Genô...
Eu protestei, disse que ele não tinha se locupletado, que continuava "pobre"...mas depois me ocorreu, eu que já votei nele, perguntar em quem aquela senhora tinha votado ao longo dos anos... imagino a lista de malas!
Se ele errou, paciência. Mas José Genoíno (mesmo com o irmão dele carregando grana na cueca) não desonra eu currículo de eleitor!
No G4 a porta do elevador abre e sai, meio cabisbaixo, ele com a esposa japonesa.
Ao entrarmos, uma mulher começa e discursar contra o Genô...
Eu protestei, disse que ele não tinha se locupletado, que continuava "pobre"...mas depois me ocorreu, eu que já votei nele, perguntar em quem aquela senhora tinha votado ao longo dos anos... imagino a lista de malas!
Se ele errou, paciência. Mas José Genoíno (mesmo com o irmão dele carregando grana na cueca) não desonra eu currículo de eleitor!
domingo, 5 de maio de 2013
Domingo
"São três horas da tarde é domingo"
Tem uma canção bacana do Gilberto Gil quando moço que diz isso e mais:
"Domingou"
Da janela a cidade se ilumina
Como nunca jamais se iluminou
São três horas da tarde, é domingo
Na cidade, no Cristo Redentor - ê, ê
É domingo no trolley que passa - ê, ê
É domingo na moça e na praça - ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Hoje é dia de feira, é domingo
Quanto custa hoje em dia o feijão
São três horas da tarde, é domingo
Em Ipanema e no meu coração - ê, ê
É domingo no Vietnã - ê, ê
Na Austrália, em Itapuã - ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Quem tiver coração mais aflito
Quem quiser encontrar seu amor
Dê uma volta na praça do Lido
O-skindô, o-skindô, o-skindô-lelê
Quem quiser procurar residência
Quem está noivo e já pensa em casar
Pode olhar o jornal paciência
Tra-lá-lá, tra-lá-lá, ê, ê
O jornal de manhã chega cedo
Mas não traz o que eu quero saber
As notícias que leio conheço
Já sabia antes mesmo de ler - ê, ê
Qual o filme que você quer ver - ê, ê
Que saudade, preciso esquecer - ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Olha a rua, meu bem, meu benzinho
Tanta gente que vai e que vem
São três horas da tarde, é domingo
Vamos dar um passeio também - ê, ê
O bondinho viaja tão lento - ê, ê
Olha o tempo passando, olha o tempo - ê, ê
É domingo, outra vez domingou, meu amor
Tem uma canção bacana do Gilberto Gil quando moço que diz isso e mais:
"Domingou"
Da janela a cidade se ilumina
Como nunca jamais se iluminou
São três horas da tarde, é domingo
Na cidade, no Cristo Redentor - ê, ê
É domingo no trolley que passa - ê, ê
É domingo na moça e na praça - ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Hoje é dia de feira, é domingo
Quanto custa hoje em dia o feijão
São três horas da tarde, é domingo
Em Ipanema e no meu coração - ê, ê
É domingo no Vietnã - ê, ê
Na Austrália, em Itapuã - ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Quem tiver coração mais aflito
Quem quiser encontrar seu amor
Dê uma volta na praça do Lido
O-skindô, o-skindô, o-skindô-lelê
Quem quiser procurar residência
Quem está noivo e já pensa em casar
Pode olhar o jornal paciência
Tra-lá-lá, tra-lá-lá, ê, ê
O jornal de manhã chega cedo
Mas não traz o que eu quero saber
As notícias que leio conheço
Já sabia antes mesmo de ler - ê, ê
Qual o filme que você quer ver - ê, ê
Que saudade, preciso esquecer - ê, ê
É domingo, ê, ê, domingou, meu amor
Olha a rua, meu bem, meu benzinho
Tanta gente que vai e que vem
São três horas da tarde, é domingo
Vamos dar um passeio também - ê, ê
O bondinho viaja tão lento - ê, ê
Olha o tempo passando, olha o tempo - ê, ê
É domingo, outra vez domingou, meu amor
domingo, 28 de abril de 2013
Brasil perde 'gol feito', leva um aos 47 e vê Argentina conquistar o título
Atual tetracampeão do Sul-Americano Sub-17, o Brasil não levou o penta neste domingo. O atacante Kenedy, do Fluminense, marcou duas vezes, mas falhou feio em um lance sem goleiro (veja ao lado) e o time de Alexandre Gallo acabou cedendo o empate de 2 a 2 ao Paraguai aos 47 minutos do segundo tempo, em San Luis.
Repetindo, já que o aniversário foi ontem!
Quarenta e nove
Arroubos juvenis se esvaem
Paixões abrandam
No segundo tempo
Da vida!
Lembranças infantis se esgarçam
Sonhos imaturos se esfumaçam
Olhos embaçam
Pernas claudicam!
Que sabedoria recolho?
Que amores decanto?
Que fortuna amealho?
Se não canto, falo!
Sangue me corre ainda.
Vida, cedo ou tarde, finda!
E aí, resignado, calo!
Arroubos juvenis se esvaem
Paixões abrandam
No segundo tempo
Da vida!
Lembranças infantis se esgarçam
Sonhos imaturos se esfumaçam
Olhos embaçam
Pernas claudicam!
Que sabedoria recolho?
Que amores decanto?
Que fortuna amealho?
Se não canto, falo!
Sangue me corre ainda.
Vida, cedo ou tarde, finda!
E aí, resignado, calo!
domingo, 21 de abril de 2013
A antiga Union Carbide de Cubatão
Saudosa? Nem tanto por Bophal...Ali tem uma placa de vende-se, 71.000 metros quadrados, uns prédios decrépitos e semi demolidos. Jaz a placa ali, ao lado da porta da Braskem, ex-Dow...Fábricas são como homens: se reproduzem, nascem, crescem, comem e cagam e depois morrem. Está à venda há tempos, sem comprador à vista!
José Dirceu
Ele disse na entrevista que preferia ter morrido a passar pela humilhação que o "tribunal de excessão" lhe impingira. Aí o repórter disse que tinha "dinheiro público" de uma subsidiária do Banco do Brasil. Ele prontamente retrucou: "Se é dinheiro do Banco do Brasil não é dinheiro público, é dinheiro privado!". Outros se comprazem com sua dor. Eu não!
sexta-feira, 22 de março de 2013
Minhas cidades
Marília, pois nasci e cresci ali
Santos, avós, tios e primos da infância
São Paulo, a Poli
Campinas, a Unicamp, Cambuí,
Barão Geraldo, Souzas e o Gramado
Jundiaí, irmã, mãe e tia
Cajati, onde fiz a vida
São Paulo antes e agora
Suzano e seis meses lá
Uberaba, a chefia
E Cubatão: dias de semana
Torres e fogos da Refinaria
Dutos de água e oleodutos
Energia, subestações e linhas de alta tensão
Engenharia Química:
Petrocoque, Estireno, Polietileno
Soda, gases líquidos do ar
E os meus Fertilizantes!
Santos, avós, tios e primos da infância
São Paulo, a Poli
Campinas, a Unicamp, Cambuí,
Barão Geraldo, Souzas e o Gramado
Jundiaí, irmã, mãe e tia
Cajati, onde fiz a vida
São Paulo antes e agora
Suzano e seis meses lá
Uberaba, a chefia
E Cubatão: dias de semana
Torres e fogos da Refinaria
Dutos de água e oleodutos
Energia, subestações e linhas de alta tensão
Engenharia Química:
Petrocoque, Estireno, Polietileno
Soda, gases líquidos do ar
E os meus Fertilizantes!
Anchieta
José Jesuíta
Como o Papa Francisco
Conheço tua casa, teu seminário e tua estátua
Em La Laguna
Lá em Tenerife, nas Ilhas Canárias
Já estive perto da tua cidade
(A que leva teu nome)
No Espírito Santo
E já fui na tua cama
Em Itanhaém
As conheço,
Mas conheço, sobretudo,
Conheço tua estrada
Encarapitada na muralha
Entre a borda do campo
E o Cubatão!
Como o Papa Francisco
Conheço tua casa, teu seminário e tua estátua
Em La Laguna
Lá em Tenerife, nas Ilhas Canárias
Já estive perto da tua cidade
(A que leva teu nome)
No Espírito Santo
E já fui na tua cama
Em Itanhaém
As conheço,
Mas conheço, sobretudo,
Conheço tua estrada
Encarapitada na muralha
Entre a borda do campo
E o Cubatão!
Agúdos e circunfléxôs
Entérro entêrro
Pilóto piloto
Pélo pêlo
Pórto pôrto
Dê cima décima
Centésima sem ter rima
Viés vêz
Concluo
É quê o vivê qué sê agudo
Intuo
É que o morrê deve sê c~ircûmfléxô!
Pilóto piloto
Pélo pêlo
Pórto pôrto
Dê cima décima
Centésima sem ter rima
Viés vêz
Concluo
É quê o vivê qué sê agudo
Intuo
É que o morrê deve sê c~ircûmfléxô!
Xandico
Penso escritório reformado, o Guillermo
E o outro moço
Trabalhando
Recebendo clientes!
Imagino o salão, sua casa
Sua cama, lá em cima
Desejo que estejas bem
Saudável e feliz!
Sonho um dia
Ter vinte dias
(Já que os vinte anos não mais)
Para gastar despreocupado
Ali
E o outro moço
Trabalhando
Recebendo clientes!
Imagino o salão, sua casa
Sua cama, lá em cima
Desejo que estejas bem
Saudável e feliz!
Sonho um dia
Ter vinte dias
(Já que os vinte anos não mais)
Para gastar despreocupado
Ali
Avião no céu
Azul imenso
Com marca de uma cruzinha
E à esquerda, ao Leste
Nuvens poucas, pintadas de rosa e laranja
Esgarçadas
Frente ao sol ainda baixo
Gente que vem
Prá Sampa
Gente que vai
Prá sempre?
“A plataforma” desses Congonhas e cumbicas
“É a Vida”!
Com marca de uma cruzinha
E à esquerda, ao Leste
Nuvens poucas, pintadas de rosa e laranja
Esgarçadas
Frente ao sol ainda baixo
Gente que vem
Prá Sampa
Gente que vai
Prá sempre?
“A plataforma” desses Congonhas e cumbicas
“É a Vida”!
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