Postagem em destaque

"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Alvorada festiva

5 horas de uma manhã de segunda feira, último dia de setembro de 2013, vendo o dia nascer na frente da igreja de São Francisco e do pólo de engenharia da universidade federal de São Joâo del Rei...
Escuto a varrição de um gari e pássaros que se apresentam com as primeiras luzes.
O tempo perde sentido. Não importa mais que horas são. Fico ali parado, prestando atenção em tudo e em nada, como criança absorta.
As vozes, os galos, pernilongos, motores e trepidações de rodas nos parelelepípedos.
E sobretudo os pássaros! Psitacídeos mis; chilreios, pios e uns quase grasnados. E, de repente, uma badalada solitária e tímida. Seriam 5 e 15 ou 5 e meia?
Finalmente converso com as coisas, agora amigas. Para além de São Francisco de Assis que conversava com animais ou os sermões de Santo Antônio de Pádua e de Lisbôa aos peixes.
Agora eu era Zen. Zen nada na cabeça! Apenas uma dissolução do eu nas coisas daquela hora e lugar.
Um bentevi precipitou o vôo de um bando de maritacas ou outro papagaiozinho. Eu escrevia numa escrivaninha que invejava, apesar da machetaria grosseirona. Aquela dúzia ou mais de gavetinhas em arco, nichos abertos ou com portinhas, onde eu organizasse minhas coleções de inutilidades e uma ou outra necessidade. Uma chave, que nunca seria usada, para trancar o tampo de trabalho, que uma vez aberto se apoia em dois suportes retráteis.
A vida era essa escrivaninha da alma...

Nenhum comentário: