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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

L'Arpenteur

"O Agrimensor"

Deve ter sido na Fazenda Ibéria
Que o Júlio, vendo o seu pai
(Zio Roque, rocha
Como Pedro
Como pedra)
Sacou que tinha que medir a terra
A compassadas, a reguadas
Milímetros por quilômetros

Deve ter sido
No sertão de Marília
Que o Júlio decidiu
Retornar sobre o mar
Voltar de avião
O mar que os italianos do norte
Ruivos
Da cidade, Villani
E os portugas e pretos e índios
Morenos
Do mato, Cerqueira César
(Antepassados
Dele só, os primeiros
E meus, em comum
Os segundos)
Tinham vindo cruzar
Antanhos

Deve ter sido
Nas curvas
De nível
Do cafezal
Dos açudes
Nas estradas
Cortes barrancos
Areião
De Amadeu Amaral

Deve ter sido perto de mim!
Que ele saiu catando
Um teodolito místico
Um telêmetro virtual
E a trena infinda
Da memória
E do amor

Para ser de nós
O Agrimensor

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