Nós do "Ocidente" (apesar de nós sulamericanos termos sido sempre os últimos da classe, salvo os africanos) sempre olhamos os ditadores árabes como um mal necessário. Eram uma escolha de consciência possível, entre islamitas radicais e "comunistas". Assim até Kadafi e seu filho Al Islam ficaram respeitáveis (faz pouco tempo vi uma linda exposição de propagnada, mas com a história toda da Líbia, ademais uma transição entre o Egito e o Magreb.
Mas agora vem uma "classe média" citadina, bem formada, sem a menor tradição democrática recente exigir a saída desses velhos leões, desdentados e perigosos.
Até massacres de força aérea contra civis ocorreram em Bengazi (2a cidade da Líbia) e dois pilotos se rebelaram e desertaram com seus jatos para Malta.
O preço do barril de petróleo brente já bateu de novo nos US$ 110.
E vem mais por aí.
Como o "gigante deitado eternamente em berço esplêndido" descobrimos que há gente como a gente, num sentido democrático, civil, meritocrático e progressista, milhões e milhões deles, geralmente bilíngues (pela história colonial) e muito mais próximos da Europa que nós.
E uma coisa que descobri no Marrocos: os "árabes" (não os da Arábia propriamente dita, mas os norte africanos e do oriente mais próximo, ali na curva da Palestina) são MEDITERRÂNEOS!
São irmãos dos portugueses, canários, madeirenses, malteses, cipriotas, cretenses, italianos, espanhóis. Sem contar a influência que tem sobre nossos irmãos iugoslavos, das balcãs, dos romenos dos Cárpatos. O Islã já foi uma Roma.
Só posso desejar que dessa fase de turbulências surjam países com eleições limpas e regulares.
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