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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Itinerário da Alma

Saí com minhas mães, a minha biológica e a intelectual, Cida e Lucila.
Mimi e Cocota, segundo a Odete.
Ficamos de terça a sábado pelo interior de São Paulo. Deu mais de 1500 km.
Nós num carro, falando sobre vida, sobre pais e filhos, e tudo mais de belo, curioso ou devastador que nos rodeava.
Jundiaí, Campinas, Sorocaba, Tapiraí, Juquiá, Registro, Pariquera Açu (onde nascceu o Gil), Cajati (onde virei homem de indústria e "capitalista"), Iporanga, Apiái, Taquarituba, Avaré, Jaú, Bauru, Marília... Dormindo onde desse sono (ou não dormindo: calores enormes, pernilongos e outros bichos, etc) e comendo onde desse fome (desde uma deliciosa batata suíça, um belo bife, o carneiro preparado pelo Xande no seu aniversário de 49 anos, até salgadinhos vulgares de beira de estrada).
3 pessoas, um carro, combustível à vontade (menos quando esqueci e tivemos que ir de carona até Iporanga e buscar um galão para poder seguir...). Fizemos nosso "road movie", caímos na estrada, "easy riders", eternos hippies, já não mais jovem eu, senis elas, quase septuagenária a Lucila, septuagenária a Cida...
Quero com isso dizer que conheci partes da catedral que nos erigiu. Há torres da Sagrada Família de Gaudí, e há as criptas subterrâneas que também são peculiares às grandes construções medievais, castelos gigantescos acima e abaixo do solo. No "mundo físico" subimos aos picos de serras e descemos nas entranhas da terra, em cavernas...Infelizmente o conhecimento só é dados aos dispostos às duras caminhadas e ao enfrentamento do medo dos fantasmas que jazem em cada armário.
Saber que temos compartilhando a história é doce. Queríamos e queremos tê-los aqui. Mas enquanto não vem, e não vamos, fica a doce lembrança, fica a vasta esperança do regresso, não necessariamente aos pontos de partida (seja ele Santos, Jundiaí, Campinas ou Minas Gerais). No meu caso Marília, São Paulo, Campinas e Cajati. Tudo novo de novo! E a porta aberta, o ouvido atento à escuta, os olhos vivos sem perder um movimento sequer.
Posso te chamar de irmão, pois o somos.
Quem mais nasceu em 64 e é neto de Cherubim, filho de Alexandre ou Herberto?
Pouco importa ser filho de Lucila ou Cida, somos carne da mesma, sangue do sangue, matéria e fluidos nada estáticos, extáticos, catárticos!
E a isso se somam as irmãs diletas e sobrinhos únicos como os filhos. Merecedores da paz que emanam, portadores da pureza nova dos inocentes!

Fiquem com Deus, meus irmãos de fés!

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