Terra Nossa – Sérgio Dias (Os Mutantes)
Terra, esta que nasci e me formei, onde cala ou encanta um bonito sabiá.
Terra, esta vida recebi, com os braços bem abertos de um pobre redentor.
Alá será que nos assegura que esta vida toda sua possa um dia terminar...
Em uma praia, um deserto, me faz até ficar esperto com o que eu vá falar...
Lá vai, minha vida se governa pelas pernas, pelos braços de um povo irmão.
Meu lar, está mais para um ocaso do que para um mero acaso, que me levou ao Brasil...
Meu pai, este sim que era o maestro que de sobra ensina ao resto, a maneira do cantar...
Quero sempre verdejar com as plantas com meu mar, num recanto um lugar...
A minha língua que se cerra, minha língua se encerra e se rende ao seu beijar
E a minha língua que se cerra, minha língua se encerra e se rende ao seu beijar
Terra, deste filho tão impuro que nada sabe do futuro, que se esvai em coração...
Meu sangue é feito uma parafina, que dissolve com o calor de um simples seu olhar
Estou, para sempre encerrado, como um submarino sem um leme, sem motor
E eu espero lá no fundo deste seu mar tão profundo um dia me despertar
Como gigante desesperado, quase que escorraçado em correntes vai levar...
Terra lama indiscreta, que conhece toda a minha festa e todo o meu pensar...
A minha língua que se cerra, minha língua se encerra e se rende ao seu beijar
A minha língua que se cerra, minha língua se encerra e se rende ao seu beijar
A minha língua que se cerra, minha língua se encerra e se rende ao seu beijar
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