Dólar fecha a R$ 1,68, a menor taxa desde início de novembro; Bovespa avança 0,20%
Folha desão Paulo às 17h10.
O mercado interpretou a elevação do recolhimento compulsório sobre depósitos bancários como o primeiro sinal de que o governo vai começar, no curtíssimo prazo, o ciclo de aperto da política monetária, leia-se, aumento dos juros básicos.
Como salientam analistas, a medida restringe a liquidez (o montante de dinheiro disponível) doméstica, mas não afeta a oferta globa de dólar que, em última instância, influi na formação da taxa cambial. Mas com a sinalização de que a taxa Selic deve subir no curto prazo, os ativos domésticos ficam mais atrativos para o capital estrangeiro, o que tende a derrubar as cotações.
"Essa medida, no meu entendimento, é somente um paliativo, que adia o que é inevitável: a alta dos juros. Se não for ainda no início do ano, vai ser logo depois", comenta Mário Paiva, analista da corretora BGC Liquidez. Ele lembra que a inflação acumulada (5,2% em 12 meses, pelo IPCA-15) já mostra a dificuldade do governo em cumprir a meta para 2010 (4,5%).
Nesse contexto, a cotação da moeda americana caiu com força: 0,93%, a retração mais acentuada num só dia desde o ínicio de novembro, sendo negociada por R$ 1,687 (valor de venda). Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,780 para venda e por R$ 1,630 para compra.
É opinião praticamente unânime entre economistas do setor financeiro de que o BC deve ajustar a taxa Selic (hoje em 10,75% ao ano) nas próximas semanas, provalmente na reunião de janeiro.
"Acreditamos que o ciclo total de ajuste deve ser de 200 pontos, concentrados no primeiro semestre de 2011, com quatro altas de 50 pontos começando em janeiro. Avaliamos que este seria o ciclo necessário para reancorar expectativas e trazer de volta a inflação à meta, senão em 2011, que acreditamos já estar comprometido, mas em 2012. Metas mais ambiciosas exigiram um ciclo mais extenso e/ou intenso do que o estimado", avaliam os economistas Maristella Ansanelli e Carlos Lopes, do banco Fibra, em comentário sobre a decisão do BC sobre os compulsórios.
JUROS FUTUROS
O mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas cederam nos contratos mais negociados.
No contrato para julho de 2011, a taxa projetada caiu de 11,83% ao ano para 11,58%; para janeiro de 2012, a taxa prevista recuou de 12,22% para 12,06%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada foi mantida em 12,36%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.
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