• No dia 12 de janeiro de 2007, sexta-feira, o país começou a acompanhar a tragédia que se desenrolava na capital paulista. O desabamento nas obras para a futura estação metrô de Pinheiros expôs de forma dramática os perigos do avanço da privatização e terceirização dos serviços públicos. A cada dia, a revelação de um novo detalhe do descaso e precariedade com que as empreiteiras dirigiam as obras da linha 4 demonstra que a tragédia foi mais que anunciada.
As obras vêm sendo realizadas pelo Consórcio Via Amarela, composto pelos grupos Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, OAS, entre outros, sob a liderança da Odebrecht. Nas primeiras horas após o acidente, tanto o governo quanto a direção da estatal e o conjunto de empreiteiras tentaram minimizar a importância do desastre. Pouca ou nenhuma informação foi divulgada. Posteriormente, foi constatado o desaparecimento de sete pessoas na região do desmoronamento.
Diante da dor e desespero dos familiares dos desaparecidos, as construtoras tiveram o desplante de culpar as chuvas pelo acidente. No entanto, os responsáveis pela tragédia têm nome e sobrenome. Trata-se do governo estadual, que terceirizou cada vez mais o serviço público, além das empreiteiras cuja sede pelo lucro fácil sobrepõe-se às mais elementares regras de segurança.
O relatório do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) sobre as causas da cratera na linha 4-amarela do metrô de São Paulo elenca uma seqüência de falhas do Consórcio Via Amarela entre os principais fatores responsáveis pelo acidente que deixou sete mortos na obra da futura estação Pinheiros.
O laudo, que lista 11 problemas que levaram à tragédia, considera que houve descumprimento do projeto pelas empreiteiras. Diante do risco e de sinais de alerta do colapso, elas também deixaram, diz a conclusão do IPT, de adotar providências para a sustentação da obra antes de prosseguir com a detonação de explosivos.
A investigação também responsabiliza a fiscalização "deficiente" do Metrô, além de avaliar que a linha 4 não tinha plano de emergência adequado.
A Justiça acusou 13 pessoas, entre elas engenheiros e projetistas do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, e gerentes do Metrô. O processo está em andamento.
Segundo a concessionária Via Quatro, que operará a linha, o cronograma (e a "mala preta", por conseguinte...) foi ajustado entre as partes e por isso não será aplicada multa ao Estado pelo atraso.
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