Postagem em destaque

"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

domingo, 3 de outubro de 2010

Evolução do voto

Comecei a votar em 1982.
Te davam, em vez de uma liberação para apertar o teclado, uma folha de papel pré-dobrado.
De um lado, os nomes dos cargos e, para você mesmo escrever, dos candidatos. Na outra parte iam os números. Tudo escrito à caneta. Sem nenhuma foto.
Analfabetos não podiam votar. E os semi alfabetizados penavam.
Imaginem a quantidade de nulos e brancos!
E os nulos, esses sim eram uma festa. Desenhos, nomes exdrúxulos, ídolos populares, Jesus Cristo, Bin Laden, o que você puder imaginar.
Sei de um antigo colega que sempre votou em Raul Seixas, posto que se declarava "apolítico anarquista" e fã incondicional do cantor popular.
E o famoso "Cacareco", um filhote de rinoceronte, que ganhou fama, acho que nos anos 60, porque os funcionáros do Zoológico fizeram a escolha do nome do bicho com voto popular (o que era raro no auge da ditadura...mesmo certos prefeitos, de capitais e "áreas de segurança" eram nomeados por generais).
O animal afro descendente teve votos para assumir uma cadeira na vereança como líder e ainda levar um monte na legenda!
Em outros tempos (nem tão distantes assim), em grotões (que podiam ser até perto de capitais ou em perifierias), se ia ao pleito com a condução do "chefe" político, ou coronel.
Se ganhava um lanche, um pé de botina, e ai se o número de votos esperados por aquele cacique não fosse alcançado! "Oposicionistas". "comunistas" e "subversivos" eram fartamente espancados.
Agora é um computadorzinho, acredito que confiável.
Na minha seção, uns meninos com cara de universitários cuidando da urna e da listagem. Nem vi polícia.
E está ótimo.
Mesmo nos grotões deve estar super limpo!
Amém!

Nenhum comentário: