História de Franca SP
A história da região denominada Sertão do Capim Mimoso próxima aos Rio Pardo e Rio Sapucaí tem início com os bandeirantes: A partir da bandeira do Anhanguera (o filho), em 1722, que construiu o "Caminho de Goiás", ou "Estrada dos Goiases" que ligava a Cidade de São Paulo até as minas de ouro de Goiás que naquela época pertencia à Capitania de São Paulo.
Começam a surgir, a partir de então, os famosos "pousos" de tropeiros, locais onde os paulistas paravam para descansarem eles e os animais de carga, durante as viagens que faziam em sua busca pelo ouro no interior do Brasil. O Pouso que deu origem à cidade de Franca era conhecida, na época, pelos bandeirantes, por "Pouso dos Bagres".
No final do século XVIII, haviam dispersos na região vários desses pousos. Em 1779, moravam cerca de uma centena de pessoas no Sertão do Rio Pardo pertencente à Vila de Mogi Mirim. Para uma melhor organização do local foi criada uma Companhia de Ordenanças e nomeado, como seu Capitão, o português Manoel de Almeida e posteriormente comandou o distrito, a partir de 1804, o Capitão Hipólito Pinheiro.
No início do século XIX, os filhos de Manoel de Almeida (Antônio Antunes de Almeida e Vicente Ferreira de Almeida) doam suas terras para a construção de uma capela, benzida pelo Padre Joaquim Martins Rodrigues.
Juntam-se, depois, a essa população mineiros e goianos, que devido à decadência da mineração em suas regiões, começam a se instalar no "Belo Sertão do Rio Pardo", por incentivo do governador-geral da Capitania de São Paulo, Antônio José da Franca e Horta, ao qual se deve o nome da cidade.
Esses pioneiros reivindicaram junto ao governo geral do Brasil a criação de uma freguesia porque a freguesia mais próxima era a de Mogi Mirim a centenas de quilômetros de distância.
A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Franca, foi criada em 3 de dezembro de 1805, ficando pertencendo ao termo da Vila de Mogi Mirim.
O território original da Freguesia da Franca abrangia a região de Batatais e estendia-se até Igarapava e Guaíra.
Em 1821, é criada por Dom João VI a "Vila Franca del Rey", que só foi instalada em 28 de novembro de 1824, sendo o primeiro presidente da Câmara Municipal o Capitão José Justino Faleiros, empossado, junto com os demais vereadores, no dia 30 de novembro de 1824. Com a independência do Brasil, passa a se chamar Vila Franca do Imperador, uma homenagem a D. Pedro I do Brasil.
Em 1821, Minas Gerais tenta anexar a região, mas devido à resistência dos francanos, a tentativa falha. Esse episódio está registrado no brasão da cidade, com a cidade fortificada e o lema "GENTI MEAE PAULISTAE FIDELIS" (Fiel à minha grei Paulista).
Em 1838 houve em Franca uma rebelião que ficou conhecida como Anselmada (revolta liderada pelo Capitão Anselmo Ferreira de Barcellos contra autoridades e políticos liberais de Franca que resultou em mortes, feridos e fugas. A sedição foi sufocada seus líderes presos, julgados e absolvidos e foi então que Franca passou a ser sede de uma Comarca e possuir um Juiz de Direito, pela lei provincial nº 7, de 14 de março de 1839). Em primeiro de março de 1842 é criado o Distrito Policial.. Em 1839 é criada a comarca da Franca. Neste ano, Franca perde grande parte de seu território para a criação da Vila de Batatais.
Pela lei provincial nº 21, de 24 de abril de 1856, Franca é elevada à categoria de cidade.
Na década de 1830, francanos, especialmente das famílias Garcia Leal, Correia Neves e da família Souza, iniciaram a povoação da região de Santana do Paranaíba no atual Mato Grosso do Sul.
O município recebeu muitos imigrantes, como os das famílias Betarello, Pucci, Presotto, Faciolli, Granzotti, Bassi, Sinelli, Rissi, Poppi, Vanini, Retuci, Beloti, Petráglia, Archetti, Pollo, Signorelli, Bittar, Spessoto, Bolsoni, Palemo, Martore, Azzuz, Verzola, Troilo, Facury, Abdalla, Meneghetti e Guaraldo.
Com a expansão do café para o Oeste Paulista vêm os imigrantes, sobretudo italianos. A partir destes imigrantes, monta-se a primeira indústria da cidade, calçadista, que desenvolve-se principalmente a partir da década de 1920.
Franca participou da Guerra do Paraguai com os Voluntários da Franca e com o famoso Guia Lopes.
Na década de 1890, Franca passa a ser servida pela Estrada de Ferro Mogiana, mas, no início do século XX, o ramal de Franca foi abandonado e os trilhos retirados porque a Estrada de Ferro Mogiana construiu outro ramal, uma variante, ligando Ribeirão Preto a Uberaba sem passar por Franca.
A cidade empenha-se durante a Revolução Constitucionalista de 1932, na qual morreram por São Paulo seis cidadãos francanos.
Atualmente, destaca-se no setor da indústria de calçados masculinos, embora até hoje o café faça parte ativa na economia da cidade.
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