Quem veio do Vale do Ribeira, de pluviosidade amazônica, sente falta de chuva.
Aqui em El Jadida é o fim do verão, campos já limpos esperando a semeadura da nova safra de trigo. Ontem vim cedo para casa, horário de ramadan, comi, como sempre "morto" de fome e sede e dormi muito cedo.
Acordei há pouco e escutei um barulhinho bom e me disse: Será que é chuva??
Abri a janela para me certificar, posto que não é chuva tropical, brasileira, mas ela estava lá, lampeira e pimpona, fresca, criadeira, lavando a poeira...
Não, não é coisa de fazer enxurrada, de encher bueiros, mas é uma chuva boa, esperada, desejada, ansiada, chuva de deserto que os pobres camponeses daqui prezam como o maná, como o poder comer daqui há alguns meses, antevendo a fartura...
Que Deus lhes dê o que querem! Aliás, se reza funciona, Deus tinha que melhorar muito a vida deles, tanto que eles rezam, ainda mais no ramadan...
Mas desconfio que o merecimento vem mais de outras coisas que desses ritos arcaicos!
Tenho a minha religião: gostar da humanidade e respeitar cada um como se fosse eu mesmo (vá lá, isso é muito cristão; pois que seja, mas sem missa!).
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