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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Fim de semaneávamos

Era sexta. Nem uma cesta de cerveja. Yôga. Água. A barriga tinha uma dorzinha fina diverticular, e uma solução havia: parar de comer como porco ou urubu e comer como passarinho e ou como coelho: um alface aqui, uma rúcula ali, um farelinho de trigo. Pesar 20 quilos menos e encostar o nariz na ponta do pé. Bom sonhar saúde, vida longa, uma vida depois dessa, um eterno desfrutar, meu kibutz sem labuta, celestial, gente alongada, festa sempre, sem mais morte, sem mais suar o rosto nesse Canaã decaído de fruta proibida que comemos e deu no que deu. Mas não tinha Cachoeira que impedisse. Eu era feliz. Não era alienado nada. Era feliz, e daí? Não tinha Darfur, não tinha miséria (e não vai aí pilhéria com dor alheia) que naquele instante turvasse a clara visão de um instante de feliz cidade! Não tinha frio nem chuva. Tinha eu, um homem no seu tempo, sem fome nem sede, vivendo a parcela que (o que chamam de) Deus tinha lhe dado!

2 comentários:

ludenmerlin disse...

velha citação oriental: "aceite o mundo como ele é". Levei muito tempo para compreender isso. está longe de ser algo conformista, me parece ser algo para proteger nossa capacidade de processar infinitas coisas sem morrer por elas.

Roberto Cerqueira disse...

Sérgio,
Esse post era sobre isso mesmo: a capacidade de saber o que devo mudar e a de aceitar as coisas que não posso mudar. E principalmente a capacidade de saber distinguir umas coisas das outras!