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domingo, 27 de maio de 2012

Vida Noturna, a original

Acendo um cigarro
molhado de chuva até os ossos

E alguém me pede fogo - é um dos nossos

Eu sigo na chuva de mão no bolso e sorrio
Eu estou de bem comigo e isto é difícil

Eu tenho no bolso uma carta
Uma estúpida esponja de pó-de-arroz
E um retrato meu e dela
Que vale muito mais do que nós dois

Eu disse ao garçom que quero que ela morra
Olho as luas gêmeas dos faróis
E assobio, somos todos sós

Mas hoje eu estou de bem comigo
E isso é difícil
Ah, vida noturna
Eu sou a borboleta mais vadia
Na doce flor da tua hipocrisia

Aldir Blanc

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