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"Concreto"

Pedra, barro, massa     Mão, calo, amassa! Levanta parede  No ar  D a hora Que se levante! Mora dentro     F ora   Vi...

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Meu pai teria feito 80 anos

O seu Alexandre mal passou dos 50... não viu a formatura dos filhos, nem viu os netos, não pode se aposentar e curtir a vida finalmente, não pode começar uma nova carreira, ter novas chances de amar e ser amado. Morrer cedo dá nisso! Mas eu lembrei dele... Quem sabe lá quem mais se lembrou dele? A vida é assim: se estamos entre os vivos, já é difícil sermos lembrados, mas se morremos o esquecimento nos cobre como uma nuvem, ma névoa insidiosa... Descança em paz, meu pai!

Morreu Nelson Jacobina

O músico carioca Nelson Jacobina, 58, morreu às 6h45 desta quinta-feira (31).Jacobina reclamou de falta de ar depois de voltar de uma viagem de trabalho, já no Rio. Foi levado imediatamente ao hospital e internado com quadro de metástase (situação em que o câncer se espalha por mais órgãos). Ele estava sedado e respirava por meio de aparelhos. Há 15 anos, o músico descobriu um tumor abaixo do queixo --e, depois da operação, foi dado como curado. A doença voltou há cinco anos e foi se alastrando e comprometeu todos os órgãos vitais, principalmente o pulmão. Compositor e violonista, Jacobina era parceiro de Jorge Mautner desde os anos 1970. Compuseram juntos, entre muitas, as canções "Lágrimas Negras", gravada por Gal Costa, e "Maracatu Atômico", que ganhou registros famosos de Gilberto Gil e Chico Science & Nação Zumbi. Desde o começo dos anos 2000, Jacobina atuava como músico na Orquestra Imperial. Mesmo muito doente, gravou, há cerca de um mês, o segundo álbum de estúdio da big band carioca. Descança em paz, meu irmão!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

CREDO

Creio que estar vivo agora
E morto num momento futuro
Bastam a mim como crenças

Creio que desejar o bem comum
É meu maior bem
E ser gente na humanidade é tudo

Creio que a ciência avança
E a religião atrasa
Creio que a diversidade é esperta
E a unanimidade é burra

Creio que a carne é fraca
E o espírito é forte
E vice versa
Dependendo da circunstância!

domingo, 27 de maio de 2012

A finesse do casamento

- Abaixa essa música aí!
- Não enche o saco, porra!

Vida Noturna, a original

Acendo um cigarro
molhado de chuva até os ossos

E alguém me pede fogo - é um dos nossos

Eu sigo na chuva de mão no bolso e sorrio
Eu estou de bem comigo e isto é difícil

Eu tenho no bolso uma carta
Uma estúpida esponja de pó-de-arroz
E um retrato meu e dela
Que vale muito mais do que nós dois

Eu disse ao garçom que quero que ela morra
Olho as luas gêmeas dos faróis
E assobio, somos todos sós

Mas hoje eu estou de bem comigo
E isso é difícil
Ah, vida noturna
Eu sou a borboleta mais vadia
Na doce flor da tua hipocrisia

Aldir Blanc

O crônico e o agudo

As contas se acumulando, a geladeira vazia. A casa de herança é tudo que lhe resta e certamente cada vez cobrará mais manutenção do que seus parcos recursos lhe permitirão dispor.
O que lhe restou? Poucos amigos, a velha amiga (que no fundo sempre foi sua secreta paixão).
O que lhe restou: um nome, o sonho de seguir em frente, uma meia dúzia de clientes, que não lhe pagam a contento pelas mais diversas razões, faltas suas, falhas deles...uma puta vontade de começar de novo, mas como?
A visita do filhinho no sábado à tarde é o gatilho de uma cefaleia funesta. A pressão sobe, o choro depressivo vem. O hospital é o último ombro amigo (santa irmã mais velha que paga o bem vindo plano de saúde).
Motivo para uma carona da amiga, um carinho da parte dela, um mínimo de solidariedade das enfermeiras plantonistas, alguém que te salve, que te dê um analgésico, um sossega leão, um buscopan ou algo que o valha, bem fundo, picado na veia ou intramuscular.
Melhor seria um ópio, uma heroína, algo que o fizesse esquecer de vez das contas se acumulando, da geladeira vazia e da casa de herança que é tudo que lhe resta.

Vida noturna

Te recebo em casa na sexta à noite, você me traz um presente do Sergião, te dou minha hospitalidade.
Seu cachorro interno sempre acorda assustado e bravo. Com o álcool ou comigo?
Saímos buscando vida, cantar nuns karaokês da Liberdade, um cheio de moços casadoiros da mais fina sociedade nipo brasileira paulistana, outro cheio de uns japas moços e velhos com prostitutas medianas, mas onde ao menos nossa vez de cantar chega logo.
Nenhum dos ambientes é "um dos nossos", estamos só de passagem...umas cervas, umas pingas, uns cigarros nos cercadinhos fumódromos das portas dos lugares.
Nada lúgubres nem tristes, mas nada que verdadeiramente nos alegre.
Você quer dirigir minha vida, talvez, mas não entendo.
Sei que isso nos deixa mais sós, e só!
Sigo em frente, "de bem comigo, e isso é difícil".
Pagamos as contas. Às vezes você tem dificuldades para dirigir seu carro.
Você me dá uma carona que fica incompleta lá depois do Obelisco do Ibirapuera.
Me manda tomar no cu, eu retribuo, nós cheios um do outro.
Te ligo depois para um papo, você não atende.
Acho que é rancor seu!
Sou seu irmão e amigo, mas o próximo movimento é só seu.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Fim de semaneávamos

Era sexta. Nem uma cesta de cerveja. Yôga. Água. A barriga tinha uma dorzinha fina diverticular, e uma solução havia: parar de comer como porco ou urubu e comer como passarinho e ou como coelho: um alface aqui, uma rúcula ali, um farelinho de trigo. Pesar 20 quilos menos e encostar o nariz na ponta do pé. Bom sonhar saúde, vida longa, uma vida depois dessa, um eterno desfrutar, meu kibutz sem labuta, celestial, gente alongada, festa sempre, sem mais morte, sem mais suar o rosto nesse Canaã decaído de fruta proibida que comemos e deu no que deu. Mas não tinha Cachoeira que impedisse. Eu era feliz. Não era alienado nada. Era feliz, e daí? Não tinha Darfur, não tinha miséria (e não vai aí pilhéria com dor alheia) que naquele instante turvasse a clara visão de um instante de feliz cidade! Não tinha frio nem chuva. Tinha eu, um homem no seu tempo, sem fome nem sede, vivendo a parcela que (o que chamam de) Deus tinha lhe dado!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mountain View

Mountain View é uma cidade do condado de Santa Clara, na Califórnia. É uma das maiores cidades do Vale do Silício e, por conseqüência, sede de várias companhias de grande porte. Google, Red Hat, Mozilla Foundation/Mozilla Corporation, AOL, Yahoo e divisões da Microsoft (MSN, MSN Hotmail, Xbox) são algumas das companhias sediadas na cidade. Em 2000, Mountain View possuía 70.708 habitantes. (Da Wikipedia)

Jade

Aqui meu irmão
Ela é coisa rara de ver
É jóia do Xá
Retina de um mar
De olhar verde já derramante
Abriu-se Sézamo em mim

Ah! meu irmão
Aqualouca tara que tem ímã
Mergulha no ar
Me arrasta, me atrai
Pro fundo do oceano que dá
Prá lá de Babá
Prá cá de Ali

Pedra que lasca seu brilho
E que queima no lábio
Um quilate de mel
E que deixa na boca melante
Um gosto de língua no céu

Luz talismã
Misterioso cubanacã
Delícia sensual de maçã
Saborosa manhã
Vou te eleger, vou me despejar de prazer
Essa noite o que mais quero é ser
Mil e um pra você....
Jade...

João Bosco

domingo, 20 de maio de 2012

Fim de semana cinéfilo

Ontem foi "O que eu mais desejo", japonês. Hoje foi o "Uma longa viagem", nacional da Lúcia Murat. E depois o "Exótico Hotel Marigold". O cinema me liberta e me diz que estou vivendo certo.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Amanita matutina

Como se ingeríssemos matinal psilocibina
As cores da manhã se exacerbavam
Enquanto o Sol saía por sobre os edifícios

Era alvorecer em Sampa!

Azáfama diária cedinho de transportes
Construções e fornecedores de alimentos
E eu suando entre empregadas e funcionários
Subindo a Ministro Rocha Azevedo
Cerqueira César como eu!

Na Alameda Santos tem o Parque Mário Covas
Refresco na frente do Xodó Paulista
E na grande avenida uma mocinha doce
Sentou na calçada para conversar com a mendiga
Velha em seu banquinho de madeira!

Depois do espigão é descer a Frei Caneca
Iluminada pelo Sol cálido
Passar a Igreja do Divino Espírito Santo
E mirar ao Centro!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Concisão

Descrever
Escrever
Rever
Ver
e r

Nitidez

Grande janela de vidro
Numa tarde de Sol impecável
Olhando um detalhe por vez

Do convidado

Do convidado n se fala mal. Principamente se ele for eu mesmo. Sendo assim, or favor respeite minha passagem ef

Carta ao Amigo

São Paulo, 7 de março
Rogério,

Estava para te escrever faz tempo, contanto da minha vidinha. Tenho tido tempo, mas esqueço um pouco do Marrocos por reação.

Cozinho, cuido da casa, dos meninos e da mulher, das burocracias típicas de um desempregado (um pouco especial: se eu fosse demitido tinha mais o que fazer, mas oficialmente me demiti, com isso eliminei o seguro desemprego), mas sobra tempo... Leio muito: dois jornais e internet todo dia, revistas, Sócrates e Wilhelm Reich ("análise do caráter", profundo e pesado, mas ajuda na psicoterapia que estou fazendo: só sei que nada sei e conhece-te a ti mesmo). De noite tv: jornais nacionais e BBB10, só para ser igual a milhões de brasileiros. Mas não vejo novela: nem Caminho da Índias nem Negócio da China...Supermercado, detran, Bradesco saúde e agora Sul América (é amigo, saí do quentinho da tia Bunge), cooperativa de crédito, Bradesco, Caixa e Mapfre, Bunge Prev, Price (isso vai levar um ano, só acerta no IR do ano que vem). Cinema sempre que dá, amanhã cedo deve dar show de MPB (Dia da Mulher! no Ibirapuera, só moça bonita e afinada! Mariana Aydar, Verônica Ferriani e por aí).

Semana que vem começo a fazer as primeiras entrevistas de emprego, já terei duas!

Como não quero sair de São Paulo, talvez eu saia dos fosfatos. Fábrica de artigos esportivos, peças de borracha para carros, mas tem química e engenharia também (Promon=Fosfértil: a ver).

Em São Paulo (na maior parte do Brasil) recordes de calor, grandes chuvas, o normal do verão, do fim do verão. Amanhã minha sogra faz setenta e teremos festa aqui (bacalhoada, pavê, trabalho com prazer). No fim de semana passado casa da minha mãe em Campinas: irmãos, piscina e churrasqueira no jardim. Massa real, lavo a alma cada dia.

Mudar sai caro: perdi grana, perdi trampo. Mas o caminho deixado estava indo na direção errada: todo vento é contrário para quem não sabe onde vai.

Agora sei: meu lugar é junto dos meus.

Siga firme e espero te encontrar em breve.

Anote meu telefone: 11 3078-2058

E ademain que eu vou em frente!

Roberto

De volta ao lar

Marrocos e Bunge para trás, experiências duras e gratificantes.
reformar e retomar a família, a esposa, os filhos, a vida de brasileiro. (Achada nos rascunhos de alguns anos atrás...)

Cê tá pensando que su sou lóki, bicho?

Mais um bate e volta prá BH, e quem senta ao meu lado? Um dos meus ídolos, Arnaldo Dias Baptista, o eterno fundador dos Mutantes, com sua amável esposa e anjo da guarda Lucinha Barbosa. Parabenizo-os, eles acabam de voltar de um aclamado show de voz e piano no palco do Teatro Municipal de São Paulo, na Virada Cultural. Batemos um bom papo. Já no corredor do desembarque eu, desinformado, pergunto se ele tinha tocado com seu irmão Sérgio e os "novos" Mutantes (que se apresntaram "na rua", também na Virada Cultural). "Não toco mais com aquele cara, não!". "Eu tenho irmão, sei como são as rusgas", disse conciliador. E desejei boa chegada ao lindo casal, que foi em outra direção pelos corredores do aeroporto de Confins.

Invernara

Era só Outono ainda, mas dera uma invernadinha. Duro tirar os meninos preguiçosos das camas quentinhas. No ônibus que vinha do Terminal Santo Amaro, linha 6200, os trabalhadores se acocorocavam e dormiam encolhidos os que ainda podiam. Eu vivia uns meus dias de "viúvo", a mulher se esbaldando ao sol da paraibana João Pessoa. Outros tecidos se faziam presentes: tricôs, lãs, flanelas, veludos, malhas e casacos "de couro", de nailon, de outros panos, se faziam presentes. A vida, como as videiras, gosta de perder as folhas também...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Virada à Paulista

Dentro do longo e inacabável processo de metropolização desse caipira, a Virada Cultural já é um marco do calendário, aprofundando ano a ano minha conversão. No sábado, então, fui de busão pro Anhangabaú logo depois das 16 h. No Museu do Teatro Municipal fiquei amigo do plantonista, o sociólogo Agenor Mônaco, com quem bati um longo papo. Também conversei com outros visitantes. Fui andando depois até o palco da Praça da República onde vi a passagem de som do magistral Mccoy Tyler e sua banda. Já pertinho do Arouche entrei num boteco e tomei caldo de mocotó e uma pinga. Depois assisti por ali o Guilherme Arantes em grande forma, falando sobre a história do Largo do Arouche e a importância daquele ponto no desenvolvimento da tolerância comportamental nessa cidade. Também me admirei de me divertir onde cotidianamente labuto. Depois encontrei meus casais amigos: o Sérgio com a Cazue e o Maurício com a Fátima. Perambulamos por horas entre pistas eletrônicas (debaixo da estátua eqüestre, a “maior da América Latina” do Duque de Caxias), onde meu peito e meus ouvidos vibraram como quase nunca me permito (por conta dos altíssimos decibéis), até ver a Gretchen em carne, osso e bunda “arrasando” em suas eternas três ou quatro músicas (das quais sei o “nome” de duas: Conga La Conga e Freak Le Bumbum). Em muitos lugares a fumaça de maconha era suficiente para te deixar chapado, e tanto a Guarda Municipal como a PM não pareciam se preocupar com isso. Vi até uma (para mim) inédita roda de cocaína, uns meninos com uns gestos estranhos (supostamente para aspirar a droga sem uso de outras ferramentas como giletes, canudos e coisas assim). No dia seguinte, após um domingo meio de ressaca física (umas pingas e uns cigarros) ainda saí de casa à tardinha e vi um dos shows de encerramento, o do Gilberto Gil na porta da Estação Júlio Prestes (da Sorocabana). Um pouco muvucado, quase sou espremido, derrubado e fui empurrado pela turba que se afunilou numa das laterais na direção da Estação da Luz. Mas valeu...

sábado, 5 de maio de 2012

Ex Fosbrasil

Noite fria Coração quente Cris Beth Cássia Amigas bonitas e inteligentes O Marcão gerentão, O Zé Maria de óculos O Sérgio aos 61 Adilson saudável Luizão, o Bão Vinicius ausente ali Mané, ausente Prá sempre! Um não pode beber Um não pode fumar Eu não devo comer! Mas devemos viver Lembranças cheias De vitórias compartilhadas Bons e velhos companheiros Firmes nos desafios Do presente e do FUTURO!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

São Romão

Pirapora, nordiminas, pode ser um cidadão, nonada!, prá quem vévi no sertão dos cafundós do Urucuia. Mas o ser tão profundo é centro de outro mundo, de outro tempo, de outras gentes, vivinhas paralelas a nós do sul maravilha. Brasil é muitos, há também áfricas e ásias. Nem só de Bruxelas vive o homem...

Beagávamos II

Zac, um hotelzinho no Bairro Floresta. A moça inexperiente do restaurante avisa que a porção é chocha e que a cerveja é em lata e não muito gelada. Saio pelas esquinas (muito mais pobres que as da Savassi) a procurar os famosos botecos. Avenida do Contorno, solidão, um quiabo com angu e duas ripinhas poucas de costelinha num quiosque qualquer. Ver tevê solito no quarto, dormir e esperar o café da manhã, cheio de pão de queijo, afinal isso é Minas ou não é? O café podia ser mais forte, tava meio chafé. A vida de viajante é assim...