O novo filme desse jovem diretor que amadurece já valeria a pena pela dupla deste (como Benjamim Savala e o palhaço Pangaré) com o grande Paulo José (no personagem de seu pai Valdemar e o palhaço Puro Sangue).
Mas o filme trás um elenco onde as contribuições de Moacir Franco, Fabiana Karla, Jorge Loredo, Jackson Antunes, Tonico Pereira e Ferrugem não passam desapercebidas, seja pelas participações em si, seja pelas icônicas homenagens à ingenuidade, à mistura de origens e devires e infinda malandragem dos brasileiros.
O filme se engrandece ao mostrar um Brasil caboclo, brega, cortador de cana, sem RG e CPF, sem comprovante de residência, um país onde não sabemos se é domingo ou segunda, se estamos no norte de Minas ou no interior do Paraná, se a década é de 60, 70, 80 ou 90, 2000 ou 2010!
Onde possuir um ventilador e a massa quase falida de um circo mambembe é o supra sumo da riqueza, que nos retira da categoria de despossuídos.
E no meio da tristeza do palhaço sem graça, sem achar uma mulher para roubar (até que sua bóia-fria o encontre, repetindo a história paterna), a alegria retorna ao picadeiro com a cumplicidade de pai e filho e com a revelação de mais um talento, na figura eterna de uma criança circense que estréia no picadeiro para gáudio dos pais e de toda comunidade circense levando as plateias das arquibancadas e dos cinemas ao riso puro e às lágrimas candentes!
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