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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O "o" corria

Ocorria: aos 46 e quase 47 eu esperava a cidade fazer 457!
Acontecia: eu era feliz! O porquê daquela constatação era o mais banal.
Sabia-me privilegiado.
Sempre passei de ano direitinho. Namorei na idade "certa", se isso existe.
Na faculdade, tive São Paulo e portanto o Brasil nas minhas mãos. Tenho enorme orgulho de ter cursado a USP, A Unicamp e a Unesp, a Unicamp e a Usp, nessa ordem...
Carrossel, tudo rodou e veio dar nos mesmos lindos lugares. Marília, São Paulo, Campinas, Barão Geraldo, Cajati, Souzas, São Paulo, El Jadida e São Paulo, e recentemente a Nova Campinas, de novo nessa ordem, me acolheram sempre magnificamente.
Nunca morei mal. Nem comi mal. Agora moro bem e como bem, como sempre!
Não sei qual foi a melhor morada ou refeição, nem me importo em catalogar e fotagrafar e postar tudo.
Mas considero essa morada, as refeições que faço, esse lugar aqui, um apartmento simples, bem localizado, ótimo. Pela primeira vez sinto que não tenho tudo que quero, mas quero tudo que tenho e nem quero mais muitas coisas da matéria. Esse éter me interessa, esses amores, essas emoções baratas e profundas.
Até outro dia, que perdi os empregos que tive, nada de muito ruim tinha ocorrido na carreira, sempre promoções e progressos e avanços e viagens e cargos e tudo de bom, gaiolinha de ouro que me se re apresenta...
Fazer o quê? Vinde a mim não mais as criancinhas, mas o homem no sentido específico. A melhor parte da minha vida começa agora!
Sem papo careta de melhor idade...mas é quase isso. Vou naufragar fisicamente, mas meu espírito será uma peroba do campo, um jequitibá rosa, enormes seres vegetais, árvores do Avatar! Ficará por aí como lenho, como tronco.
Sou imortal já!

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