da folha.com.br
...um músico dedilhava ao piano e garçons de luvas brancas serviam champanhe Dom Perignon. "Ô, Jandira, toma um golinho pra mim porque senão vou ficar gorda igual a um boi", disse Dilma à ex-deputada Jandira Feghali (PC do B), passando discretamente a ela a "flûte".
Dilma se sentou perto de Lily, em cadeira de rodas por causa de uma queda. "Que tipo de música você gosta?", perguntou a anfitriã. "Clássica. Gosto de Bach", respondeu a candidata. "Ela toca piano e fala francês", revelou uma amiga de ambas a Lily. "Eu tinha curiosidade de conhecê-la", explicava Lily.
Não, repetia, ela não vai oferecer almoço a José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), adversários de Dilma na campanha presidencial. "Eu não sou política. Se ficarem com ciúmes, o que posso fazer? Nada."
Aos poucos, o quorum aumentou. "A Lily estava um pouco ansiosa porque muitas têm até medo de chegar perto do PT e da Dilma. Mas todo mundo está chegando, graças a Deus", dizia uma amiga da anfitriã.
Na hora do almoço, Dilma e Lily dividiram a mesa com a economista Maria da Conceição Tavares, a escritora Nélida Piñon, a produtora Lucy Barreto e a colunista Hildegard Angel, entre outras.
A conversa girou em torno de amenidades. "Todos os candidatos homens já fizeram plástica. To-dos", dizia Dilma. E as pesquisas eleitorais? "Deixa eu ficar no empate [com Serra] que tá bom", respondeu a petista. No cardápio, tartare de salmão com maçã e funcho e filé de cherne com banana caramelada, passas e urucum do chef Claude Troisgros.
Antes da sobremesa, Lily leu um rápido discurso. Disse que ofereceu o almoço para homenagear "a senhora D, a senhora democracia".
E que seria um privilégio ouvir "a outra senhora D, Dilma Rousseff, que se propõe a ser a primeira mulher presidente do Brasil".
Dilma fez um discurso sob medida. Falou de educação, família e cultura -e das "lutas de milhares de brasileiras anônimas". "Eu acho que chegou a nossa hora!" Cantarolou com Alcione ao microfone -e se despediu de Lily: "Te espero na minha posse".
A candidata se foi e as amigas formaram roda para comentar. "Ela está segura, senhora de si", dizia Andrea Agnelli, mulher do presidente da Vale, Roger Agnelli. "Achei importante ela falar de educação", disse Beth Floris, dona da editora Ediouro. Dona Lily gostou. "Vou fazer 90 anos. Sou velha para votar. Mas acho que, se votasse, seria na Dilma."
Colaborou MARLENE BERGAMO, enviada especial ao Rio
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